Por que os produtores americanos vão plantar mais soja?
Os produtores americanos estão extremamente inclinados a plantar mais soja do que milho na próxima safra, de acordo com os dados mais recentes. Este fator é altista para o milho e corrobora com uma relação entre preços futuros de soja e milho para os níveis mais baixos dos últimos cinco anos, o que tende a incentivar o plantio do cereal.
De acordo com a análise da hEDGEpoint Global Markets, no milho, o aumento esperado do rendimento não deve ser capaz de compensar a redução da área plantada, então a relação estoque/uso do milho americano poderá ser a segunda menor das últimas nove safras. O estoque final esperado para a safra é de 33,8 milhões de toneladas, levando a uma relação estoque/uso de 9%. “No lado da demanda, também entendemos que as estimativas do USDA estão em linha com os fundamentos — apontando para menos exportações e utilização do milho para a produção de etanol e aumento da demanda para ração. O provável restabelecimento da Ucrânia no fluxo global e os altos estoques de etanol nos EUA corroboram essa visão”, acrescenta o especialista.
“As alterações nas decisões dos produtores não podem ser descartadas, embora a área com potencial de troca seja menor agora do que há alguns meses”, pontua o analista de Grãos e Macroeconomia Alef Dias. “Dada a maior área plantada de soja na próxima safra — e consequentemente uma maior oferta, dado o incremento na produtividade — estimamos o estoque mais confortável da oleaginosa nos EUA das últimas três safras”, diz. (Agrolink)
SOJA: Oferta global de soja tem déficit de 20 milhões de toneladas, mas solução está a caminho
A demanda global está diminuindo (China menos 10 milhões de toneladas e os demais importadores de 3 a 4 milhões). Então, a, demanda global pode encolher esse ano 14 milhões de toneladas. Por outro lado, a oferta encolheu 34 milhões, com a quebra na América do Sul, gerando um déficit de aproximadamente 20 milhões de toneladas. A volta do equilíbrio da oferta deverá ocorrer justamente com o aumento da produção de soja nos Estados Unidos mencionada acima. Contudo, os prognósticos de clima no país, não estão favoráveis, como se pode verificar pela situação do trigo de inverno, cujas condições B+E são de apenas 33%, contra 53% da média.
SOJA RS: Com quebra de safra, será que o RS vai precisar importar grão?
O estado normalmente importa 1,0 milhão de toneladas de outras origens (ano passado foi do Uruguai, mas o usual é do MS, aproveitando o crédito de ICMS do biodiesel). Neste ano, com a grande quebra da safra, é possível que este volume aumente para 1,5 MT. Como o estoque de passagem foi 2,5 MT, mais 1,5 MT de importação e a safra de 9,5.
CHICAGO: Soja fechou novamente em alta, por boa demanda de soja americana; maio fecha em queda
O contrato de soja para maio22, mês de referência para a comercialização da soja brasileira, em grão fechou em leve alta de 0,50% ou 5,0 cents/bushel a $ 1676,0. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 0,05%, ou $ 0,75 cents/bushel a $ 1479, 50. O contrato de farelo de soja fechou em alta de 0,50% ou 12,3/ton curta a $ 460,5 e o contrato de óleo de soja fechou em alta de 1,09% ou $ 0,85/libra-peso a $ 78,91.
Dados encorajadores do lado da demanda deram suporte aos preços. O USDA anunciou vendas diárias para a China de 132.000 toneladas. Enquanto isso, espera-se um volume recorde de demanda doméstica para o setor durante o mês de março.
O USDA anunciou uma venda de exportação privada de 132 mil toneladas de grãos de safras antigas para a China nesta manhã. As vendas semanais de exportação de soja foram relatadas como 548.913 T durante a semana que terminou em 07/04, queda de 800k T na semana passada, embora em linha com as estimativas de pré-relatório. As exportações de soja foram de 806.538 T, o que deixou o total da temporada em 45,13 MT – ou 78% da previsão WASDE. Ainda havia 11,51 MT nos livros em 07/04, que tem o compromisso total em 93% da previsão de exportação do USDA. Para a nova safra, o USDA informou 458k T de vendas de soja com a China tendo comprado 267k T do total. As vendas a prazo foram relatadas como 8,92 MT em 07/04, um aumento de 51% em relação ao ano passado. A China detém 2/3 do total.
Para os produtos, os dados do USDA tiveram 174.945 T de reservas de farelo de soja e 6.124 T de vendas de óleo de soja – ambos dentro do intervalo das estimativas. As exportações de farelo de soja foram contabilizadas em 128.828 T e definiram o total da temporada em 6,43 MT. Os embarques de óleo de soja foram de 2.979 T na semana para 500.439 T na temporada.
A NOPA deve divulgar os dados de esmagamento de março na sexta-feira. Antes do lançamento, os analistas esperam que os membros do NOPA tenham esmagado 181,991 mbu (4,95MT) de soja em março. As estimativas variam de 179,2 (4,87MT) a 186 mbu (5,06 MT) em comparação com os 177,98 (4,84 MT) do ano passado e os 165,05 mbu de fevereiro (4,36 MT). Os estoques de membros óleo de soja são estimados em 2,135 bilhões de libras.
A BCBA reportou a colheita de soja argentina em 14% concluída em 13/04. O Adido Agrícola do USDA estimou a safra de soja 22/23 do Brasil em 139 MT em uma expansão de área de 1,8m HA.
GIRO PELOS ESTADOS
- RIO GRANDE DO SUL: Dia de movimentações positivas, porto sobe R$ 4,00/saca
Dia de retomada da colheita e dos preços, mercado marca boa positividade de preços, mas segue sem novidades relacionadas ao número de vendas, apenas negócios pontuais quando tanto.
Preços de pedra: nova subida expressiva de R$ 2,00/saca, os valores começam a retornar para a casa dos R$ 180,00, valor extremamente alto para essas condições, os preços do dia foram R$ 179,00.
Preços no porto: boa evolução de 2,09%, valor equivalente a R$ 4,00/saca, o preço chegou a R$ 195,00.
Preços no interior: após dia sem movimentos retornou a melhorar de forma considerável, Ijuí e Cruz Alta subiram em 2,13%, valor equivalente a R$ 4,00/saca, elevando os preços a R$ 192,00. Passo Fundo se destacou um pouco menos, subindo em 1,86%, valor equivalente a R$ 3,50/saca e foi a R$ 191,50. Santa Rosa, por fim, passou pelas variações mais fracas, subindo em 1,6%, valor equivalente a R$ 3,00/saca e foi a R$ 191,00.
- SANTA CATARINA: Preço sobe mais R$ 1,00/saca no porto e R$ 3,50 no interior
Ontem, em dia atípico, SC se valorizou diferente das demais regiões sulistas. Hoje o movimento positivo continuou, embora com muito menos força. O porto se valorizou em apenas R$ 1,00/saca; Joaçaba por outro lado subiu melhor, marcando melhora de R$ 3,50/saca e chegando a R$ 177,00, foi mais um dia sem negócios.
- PARANÁ: Paraná passa por um dia mais morno em preparação para o feriado
O dia de hoje foi fechado com um mercado totalmente morno. Embora algumas melhoras possam ter sido vistas nos preços, o mercado em nada respondeu relativamente a elas. Tanto a soja de Chicago (+0,50%), quanto o dólar (+0,16%) subiram, mas de forma muito amena. Em resposta a isso o mercado foi relativamente fraco, embora no porto tenha valorizado bem.
Preço no porto: retorna a bons movimentos, evolução de 2,70%, valor equivalente a R$ 4,00/saca, elevando o preço novamente a casa dos R$ 190,00.
Preços no interior: no interior a resposta segue mais ou menos igual a resposta de ontem, o “ritmo de Páscoa” afeta notavelmente o mercado e ninguém busca efetuar negócios. Apenas Ponta Grossa que trabalha em uma relação mais estreita com o porto marcou resposta no dia de hoje, a melhora foi de 1,67%, valor equivalente a R$ 3,00/saca e foi a R$ 183,00. Ademais, todos os subprodutos de soja estiveram em terreno positivo hoje, grão a +0,30%, farelo a +0,50% e óleo a +1,09%.
- MATO GROSSO DO SUL: dia sem movimentos, mercado parado
Diferente de ontem em que o MS marcou quedas em um dia ontem a maioria das regiões ficou parada. Isso, na verdade, é um sinal da dificuldade dos preços de serem mantidos a esses níveis, enquanto as demais regiões do país subiram.
Preços: Dourados a R$ 175,00; Campo Grande a R$ 175,00; Maracaju a R$ 174,00; Chapadão a R$ 171,00; Sidrolândia a R$ 173,00. Todas as posições permaneceram estáveis.
- MATO GROSSO: Dia de alta, Primavera sobe 2,33%
Segundo dados do IMEA, a comercialização de soja da safra 21/22 estava em 67,84% e a da safra 22/23 em 20,39%, no início da semana
Preços: Campo Verde subiu 1,57% e foi a R$ 167,80; Lucas do Rio Verde subiu 0,85% e foi a R$ 166,00; Nova Mutum subiu 1,02% e foi a R$ 168,00; Primavera do Leste subiu 2,33% e foi a R$ 171,00; Rondonópolis subiu 1,36% e foi a R$ 171,90; Sorriso subiu 2,06% e foi a R$ 168,80.
- MATOPIBA: Mudança de 0,6% apenas em Balsas
Região de Balsas caiu 0,60% e foi a R$ 166,00. Itaqui-MA permaneceu a R$ 164,00 Porto Nacional-TO decaiu 7,81% e foi a R$ 150,00. Uruçuí-PI caiu 2,35% e foi a R$ 166,50. LAM-BA a R$ 174,00. Os preços por um dia de dinâmicas de baixa dada a grande volatilidade sofrida no mercado
Fonte: T&F Agroeconômica
