A construção do perfil do solo é necessária para o amento da produtividade e da sustentabilidade das lavouras agrícolas. Embora grande parte das recomendações de manejo, referentes a fertilidade do solo, sejam baseadas na camada diagnóstico do solo (0-10 cm), sabe-se que para um manejo sustentável e eficiente é necessário analisar o perfil do solo como um todo.
A construção do perfil do solo, está relacionada ao aumento da exploração e da eficiência dos nutrientes do solo. Alguns nutrientes, apresentam uma complexa dinâmica no solo, interagindo com as cargas elétricas do solo, teor de argila e também diferindo em função da sua mobilidade no perfil.
Dentre os principais fatores relacionados a baixa distribuição das raízes no perfil do solo, destacam-se o impedimento físico (compactação do solo) e o impedimento químico (pH e acidez do solo). Nesse sentido, construir um perfil de solo, com condições químicas e físicas adequadas é essencial para uma boa distribuição de raízes em subsuperfície, assim como para o aumento da eficiência do uso dos fertilizantes e para reduzir os efeitos de estresse ambientais como o déficit hídrico.
A “construção do perfil do solo e exploração eficiente dos nutrientes pelas plantas” foi tema do 1° episódio da 2° temporada do Produzindo Mais Soja, realizado pelo Mais Soja, com a participação dos professores Tadeu Tiecher e Tales Tiecher, e apoio da Biotrop.
Durante o evento, Tadeu chama atenção para os fatores relacionados a construção do perfil do solo, ferramentas disponíveis para isso e impacto desse manejo. Além de aumentar a eficiência da utilização dos fertilizantes, um solo com bom perfil e distribuição de raízes, possibilita a maior acesso da planta a nutrientes e água nas camadas mais profundas, aumentando a produtividade e tolerância das plantas a períodos de déficit hídrico.
Tadeu destaca que uma das principais e mais utilizadas ferramentas para isso, é o gesso agrícola, utilizado muitas vezes como “condicionador” de solo. “o gesso, diminuir a atividade do alumínio e fornecer nutrientes para o solo”, no então, não altera o pH do solo. Com isso, a necessidade da calagem deve ser analisa frente as condições químicas do solo.
Vale enfatizar que não obrigatoriamente a adição do gesso agrícola resulta na melhor distribuição de raízes no perfil do solo. As ações relacionadas à construção do perfil do solo variam de acordo com a presença ou não de impedimentos físicos, químicos ou ambos, sendo necessário em alguns casos adotar estratégias menos conservacionistas, tais como a descompactação mecânica do solo e a calagem das camadas mais profundas.
Tales também enfatiza o uso do gesso agrícola, destacando que esse insumo contribui não só para a melhoria dos atributos químicos do solo, como também para o aumento dos teores de nutrientes em subsuperfície, especialmente se tratando do Enxofre (S).
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Com complexa dinâmica no solo, alguns nutrientes do solo apresentam respostas diferentes em função do manejo empregado. Segundo Tales, um desse nutrientes é o Fósforo, que embora sob concentração adequadas no solo, demonstra melhores respostas produtivas quando adicionado na linha de semeadura e/ou incorporado no solo.
Nesse sentido, assim como para o Fósforo, para a grande maioria dos nutrientes, a construção química e física do perfil do solo viabiliza a melhor distribuição de raízes no solo, bem como a maior distribuição e concentração de nutrientes em seu perfil, melhorando consequentemente a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade das culturas agrícolas.
Confira abaixo mais um episódio do Produzindo Mais Soja