ANÁLISE CLIMÁTICA DE NOVEMBRO
Em novembro de 2025, os maiores acumulados de chuva ocorreram no centro norte da Região Norte, parte norte de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, no centro-sul de Mato Grosso do Sul, na porção central de Minas Gerais, sul de São Paulo e Paraná, com totais superiores a 150 mm, favorecendo a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Por outro lado, a maior parte da Região Nordeste registrou volumes inferiores a 40 mm. O cenário foi especialmente crítico no leste do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e extremo norte de Sergipe, onde os totais ficaram abaixo de 10 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo.
Na Região Norte, os maiores volumes de chuva concentraram-se no Amazonas, centro-oeste do Acre, norte de Rondônia, sul do Pará e no Tocantins, com totais superiores a 150 mm. Volumes entre 50 mm e 120 mm foram observados no restante da região, exceto em áreas pontuais do Baixo Amazonas e do nordeste do Pará, onde os acumulados ficaram abaixo de 40 mm, reduzindo a umidade do solo nessas áreas.
Na Região Nordeste, os maiores acumulados de chuva concentraram-se no oeste da Bahia e no centro-sul do Maranhão e do Piauí, com totais superiores a 90 mm, favorecendo a recuperação parcial da umidade do solo nessas áreas. Por outro lado, o norte do Maranhão e do Piauí, bem como o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e o centro-norte de Sergipe, registraram precipitações inferiores a 30 mm, resultando em redução da umidade do solo.
Na Região Centro-Oeste, novembro foi marcado pela retomada da regularidade das chuvas, com volumes superiores a 120 mm na maior parte da região, contribuindo para a elevação dos níveis de umidade do solo. Esse cenário favoreceu a recuperação da umidade do solo em grande parte da região, favorecendo o avanço do plantio da soja, do milho primeira safra e o desenvolvimento do feijão.
Na Região Sudeste, o volume mensal de chuva foi superior a 90 mm em grande parte da região, favorecendo a recuperação da umidade do solo. Por outro lado, em áreas pontuais do norte de Minas Gerais e do Triângulo Mineiro, os acumulados foram insuficientes para elevar os níveis de armazenamento hídrico no solo.
Em grande parte da Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 90 mm, com os maiores acumulados acima de 150 mm, concentrados no Paraná e no litoral nordeste de Santa Catarina. De modo geral, esses volumes garantiram níveis satisfatórios de armazenamento de água no solo, favorecendo o manejo e o desenvolvimento das lavouras.
Em novembro, as temperaturas máximas foram acima de 32 °C nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, oeste e norte da Região Sudeste. Em áreas da costa da Região Sudeste e da Região Sul, os valores permaneceram abaixo de 30 °C. Quanto às temperaturas mínimas, os valores superaram os 22 °C na maior parte da Região Norte, interior do Nordeste e Região Centro-Oeste. No sul de Minas Gerais, centro-oeste de São Paulo, Rio de Janeiro e Região Sul, as temperaturas foram inferiores a 18 °C.
1.2. CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura abaixo, observa-se a anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 1º e 15 de novembro de 2025. Nesse período, registraramse valores entre -1 ° C e -2 °C ao longo da faixa longitudinal, compreendida entre 110°W e 170°W, indicando a área de maior resfriamento das águas. Ao analisar especificamente as anomalias médias diárias de TSM na região do Niño 3.4 (delimitada entre 170°W e 120°W), verificaram-se valores variando entre -1 °C e -0,8 °C durante novembro. Esse comportamento indica um resfriamento significativo da região, persistindo a condição inicial de fenômeno La Niña no Pacífico Equatorial, caracterizado por desvios de TSM inferiores a -0,5 °C.
A análise do modelo de previsão do Enos (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), indica condições de La Niña durante o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro de 2025/26, com probabilidade de 53%, e transição para condições de neutralidade no próximo trimestre, janeiro, fevereiro e março de 2026, com probabilidade de 63%.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO DEZEMBRO DE 2025, JANEIRO E FEVEREIRO DE 2026
As previsões climáticas para os próximos três meses, de acordo com o modelo do Inmet, são apresentadas na figura abaixo. O modelo indica a ocorrência de chuvas acima da média na porção central e norte da Região Norte, sul das Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Nas demais localidades, são previstas chuvas abaixo da média, especialmente no norte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, além de áreas do centro-sul da Região Sul e da Região Nordeste.
Analisando separadamente cada região do país, a previsão indica chuvas acima da média em Roraima, Amapá, noroeste do Pará, centro-leste do Amazonas e leste de Rondônia, elevando os níveis de umidade do solo. No sudoeste do Amazonas, oeste do Acre, sudeste do Pará e Tocantins, são previstas chuvas abaixo da média.
Na Região Nordeste, a previsão indica chuvas próximas e ligeiramente acima da média no centro-norte da região e chuvas abaixo da média no oeste do Maranhão, sul do Piauí e áreas pontuais da costa leste, mas principalmente na Bahia, o que pode reduzir os níveis de umidade do solo nos próximos meses.
Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas devem se concentrar no centro-oeste de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, São Paulo e costa do Rio de Janeiro. Já em grande parte de Minas Gerais, Espírito Santo, nordeste de Mato Grosso, centro-norte de Goiás e Distrito Federal, o modelo do Inmet indica volumes próximos e abaixo da média. No geral, o cenário aponta elevação dos níveis de umidade do solo ao longo dos próximos meses, porém algumas áreas do norte de Minas Gerais, Espírito Santo e oeste de Mato Grosso do Sul, podem sofrer redução de umidade no final do trimestre.
Na Região Sul, são previstas chuvas abaixo da média no sudoeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As chuvas próximas ou acima da média devem ocorrer em grande parte do Paraná. No geral, os níveis de umidade do solo não deverão sofrer grande redução nos próximos meses, exceto na região centro-sul do Rio Grande do Sul, onde o armazenamento poderá ser mais baixo.
Quanto às temperaturas, essas devem permanecer próximas e acima da média histórica em grande parte do país, com temperaturas acima de 25 °C, nas Regiões Norte, Nordeste e parte da Região Centro-Oeste. Temperaturas acima de 28 °C são previstas para o norte de Roraima e norte da Região Nordeste, no sudoeste de Mato Grosso e noroeste de Mato Grosso do Sul. Em áreas pontuais das Regiões Sudeste e Sul, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 22 °C.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).
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Fonte: Conab









