Em dezembro de 2024, os maiores acumulados de chuva ocorreram em praticamente todo o país, com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Já na Região Nordeste, menores acumulados de chuvas foram observados, mantendo os níveis de umidade do solo ainda baixos.

Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm, principalmente no sul do Amazonas e Acre, mantendo a umidade do solo elevada. No norte de Roraima e noroeste do Pará, os volumes de chuva foram abaixo de 100 mm e não foram suficientes para elevar o armazenamento de água no solo em relação ao mês anterior.

Na parte leste da Região Nordeste, houve predomínio de tempo quente e seco, enquanto que em áreas do sul do Maranhão e do Piauí, bem como extremo-oeste da Bahia, os volumes de chuva ultrapassaram os 120 mm, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

Na maior parte da Região Centro-Oeste, os volumes de chuva acima de 120 mm têm contribuído para a elevação dos níveis de umidade no solo, principalmente em Mato Grosso e Goiás. Em algumas localidades do Mato Grosso do Sul, volumes de chuva mais baixos têm sido suficientes para manter os níveis de umidade do solo satisfatórios. De modo geral, o cenário continua sendo favorável para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm, exceto no extremo-norte de Minas Gerais, onde os volumes foram mais baixos. Entretanto, o armazenamento hídrico do solo se encontra elevado, contribuindo para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, bem como do café e da cana-de- açúcar.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm, à exceção do centro-oeste do Rio Grande do Sul, onde os volumes ficaram abaixo de 120 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, e as condições meteorológicas foram favoráveis para as lavouras em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Portanto, em áreas do Rio Grande do Sul, onde as chuvas foram mais reduzidas, os níveis de umidade do solo estão mais baixos e algumas plantas podem apresentar sinais de estresse hídrico.

Em dezembro, as temperaturas no Centro-Norte do país foram superiores a 30 °C, bem como no oeste do Rio Grande do Sul e noroeste do Paraná. No restante da Região Sul, leste de São Paulo e sudeste de Minas Gerais, as temperaturas médias foram mais amenas e abaixo dos 26 °C. Quanto às temperaturas mínimas, elas foram inferiores a 18 °C no extremo-sul do Paraná, Santa Catarina e grande parte do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas, as temperaturas foram mais elevadas, principalmente na Região Norte, norte do Maranhão, do Piauí e do Ceará, além do oeste de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, onde as temperaturas mínimas foram acima de 24 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM), entre os dias 16 e 31 de dezembro de 2024. Foram observados valores negativos de anomalias entre -0,5 °C e -1,5 °C em toda a faixa do Pacífico Equatorial, mostrando um certo resfriamento das águas nesta região. Considerando somente a área do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias de TSM têm apresentado valores abaixo de -0,5 °C desde outubro de 2024, porém a partir de dezembro de 2024 estes valores vêm se mantendo abaixo de -1 °C. Ressalta-se que, para o fenômeno La Niña ser oficialmente declarado, é necessário que estes valores permaneçam por pelo menos três meses consecutivos. Dessa forma, ainda estamos sob condições de neutralidade.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição das condições de neutralidade para o fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial), com probabilidade de 63% durante o trimestre janeiro, fevereiro e março de 2025.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO DE 2025

As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média em grande parte das Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Chuvas acima da média deverão ocorrer com maior probabilidade nas Regiões Centro-Oeste e Norte, elevando a disponibilidade hídrica nessas áreas.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas predominantemente acima da climatologia do trimestre. Em áreas do Acre, Rondônia, sudoeste do Amazonas e sul do Tocantins, são previstos volumes de chuva abaixo da média histórica, o que poderá reduzir o armazenamento de água no solo.

Na Região Nordeste, há previsão de chuvas próximas e abaixo da média. Tal cenário pode manter os níveis de umidade do solo reduzidos, principalmente na parte leste da região. Em áreas do centro-norte do Maranhão, sudeste do Piauí, oeste da Bahia e Ceará, são previstas chuvas acima da média, que poderá elevar pontualmente os níveis de água no solo.

Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas dentro ou abaixo da média, exceto no Mato Grosso, norte do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e áreas pontuais de Minas Gerais e Espírito Santo, onde as chuvas ainda poderão ocorrer acima da média, mantendo os níveis de umidade do solo elevados.

Em grande parte da Região Sul, são previstas chuvas abaixo da média, podendo reduzir os níveis de umidade do solo em algumas áreas. Entretanto, algumas localidades do leste e noroeste do Paraná e extremo-sul do Rio Grande do Sul, as chuvas poderão permanecer próximas ou acima da média.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando que durante todo o trimestre as temperaturas permanecerão acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Centro e Norte do Brasil, com valores médios que podem ultrapassar os 24 °C. Destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde as temperaturas poderão ficar acima de 28 °C.

Já em áreas da Região Sul e áreas serranas da Região Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 22 °C devido ao aumento da nebulosidade e dias chuvosos.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).

Fonte: CONAB



 

FONTE

Autor:Boletim da Safra de Grãos

Site: CONAB

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