A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SAA) iniciará um programa para incentivar a calagem em de São Paulo. Diagnóstico realizado pela secretaria entre mais de 339 mil Unidades de Produção Agropecuária (UPA) no estado mostrou que apenas 47% delas realizam análise de solo e 33% fazem calagem.
Os dados preocupam já que a produção agropecuária sustentável depende do uso de insumos com bases técnicas. Entre esses insumos, está o calcário. Pequenos produtores e os agricultores familiares são os que menos empregam essas bases.
O programa “Solo + Fértil” contará com o apoio do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (Sindical).
“A difusão do processo de calagem é importante para o estado e para os resultados do agricultor. O consumo esse ano cresceu 3,5% na comparação com 2021, mas ainda está perto de 35% menor do que o necessário. Em 2021, o estado utilizou 5,3 milhões de toneladas de calcário, mas o consumo deveria ser de 7,5 milhões”, avalia o presidente do Sindical, João Bellato Júnior.
Maior produtividade
A apresentação do programa foi feita pelo subsecretário de Agricultura, Orlando Melo de Castro, durante reunião com industriais de calcário em Rio Claro, no último dia 15. No encontro, Castro representou o secretário da Agricultura paulista, Francisco Matturro.
“Queremos, com o programa, ampliar a produção e a produtividade do agronegócio paulista, incluindo plantios e
pastagens”, disse Castro. A ação também terá um viés ambiental, já que a calagem permite que terras degradadas voltem a ser produtivas.
Castro estava acompanhado dos engenheiros agrônomos Vinicius Sampaio do Nascimento e Vivaldo Alberto Viganó, da Coordenadoria de Assistência Técnica Int
egral (CATI), ligada à secretaria. Nas reuniões com a CATI, o Sindical foi representado por seu diretor executivo, Euclides Francisco Jutkoski.
A ampliação dos resultados virá do estímulo aos agricultores, especialmente os pequenos, a utilizar a análise de solo. Também promoverá o uso de calcário para corrigir a acidez dos solos. Treinar a rede de Assistência Técnica e de outros profissionais interessados em recomendação de adubação e calagem está na lista de objetivos do programa.
Perdas de 50% no milho
A estimativa é que, em algumas áreas plantio de milho, solos corrigidos ampliarão a produção em 50% na safra. Na prática da safrinha, esse salto pode ser maior.
“O Solo + Fértil tem potencial para alavancar a lucratividade de milhares de agricultores paulistas. Isto traz também benefícios para a economia dos municípios e para toda a cadeia de produtos e serviços agropecuários”, conta Vinícius do Nascimento, que detalhou o programa.
A ação incluirá a indústria de adubos. O estudo apontou que parte dos agricultores aplica adubo mineral sem fazer análise de solo e correção da acidez da terra. Sem essas duas etapas, há um desperdício no potencial do adubo.
A próxima etapa do projeto será a formalização das parcerias, incluindo a formação de grupos de trabalho.