Em palestra proferida por José Garcia Gasques, especialista do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no dia 17 de julho de 2019 no Auditório da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, em Curitiba/PR, foi abordado um estudo realizado que prevê como estará o agronegócio brasileiro nos próximos 10 anos.
O estudo apresentado foi realizado com dados da CONAB, IBGE, MAPA, EMBRAPA, FIESP, OCDE e USDA, utilizando-se modelos de séries temporais específicos para a realização da previsão e projeções dos dados para os anos futuros.
Ao todo, foram 29 produtos estudados, em uma série de 10 anos. A Figura 1 demonstra quais foram esses produtos.
Figura 1: Produtos agrícolas estudados pelo MAPA em projeção do agronegócio brasileiro no período de 2018/19 a 2028/29.
De acordo com o estudo, as áreas destinadas à agricultura no país passarão por uma expansão de 75.437 para 85.689 mil ha, sendo que nesse item são incluídas as seguintes culturas: algodão, arroz, feijão, milho, soja grão, trigo, café, mandioca, batata inglesa, laranja, fumo, cana de açúcar, cacau, uva, maçã, banana, manga, melão e mamão. Em relação às áreas destinadas somente à produção de grãos, o estudo prevê um aumento de 62.820 para 72.415 mil ha, incluindo as culturas do algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. Essa expansão se dará principalmente sobre pastagens naturais e áreas degradadas.
Também foi constatado que as culturas da cana-de açúcar, soja e milho safrinha sofreriam aumento da área de produção de 1,64, 9,54 e 4,0 milhões de ha, respectivamente. Já a cultura do arroz, a laranja, e a mandioca sofreriam retração da sua área de produção de 1,0 milhão, 100 mil e 180 mil ha, respectivamente.
As projeções para a produção de grãos de 2018/19 a 2028/29 evidenciaram um aumento de 237 para 300 milhões de toneladas. Isso significa que em 2018 estaríamos produzindo 63 toneladas a mais em relação à última safra, aumentando nossa produção em 27%. A produção de carne também apresenta um crescimento de 26 para 33 milhões de toneladas produzidas, ou seja, 7 milhões de toneladas de carne a mais do que é produzido atualmente.
O estudo também contempla as exportações brasileiras para a próxima década, e os resultados obtidos foram os seguintes:
- Grãos: aumento de 99 para 138 milhões de toneladas exportadas;
- Carnes: aumento de 7,0 para 9,3 milhões de toneladas exportadas;
- Açúcar: aumento de 18 para 24 milhões de toneladas exportadas;
- Café: aumento de 35 para 41,2 milhões de sacas exportadas.
Para se ter uma noção melhor da confiabilidade desses dados que o MAPA divulga, o USDA (United States Department of Agriculture) também realizou a mesma projeção para as exportações brasileiras e os resultados não são muito divergentes. Confira-os na figura 2.
Figura 2: Comparações de Resultados – Exportações 28/29 (milhões t).
Segundo o estudo, em 2028 o Brasil estará entre os maiores fornecedores de produtos agropecuários, como milho (2° maior fornecedor); soja em grão (1° maior fornecedor); farelo de soja (2° maior fornecedor); carne bovina (1° maior fornecedor); carne de porco (4° maior fornecedor) e carne de frango (1° maior fornecedor).
A Produtividade Total dos Fatores (PTF) também aumentará significativamente, conforme a figura abaixo.
Figura 3: Brasil – Projeções da Produtividade Total dos Fatores (PTF).
A Função da Produção Agregada mostrou crescimento da produção dos seguintes fatores:
- 72,3% do Capital;
- 8,3% da Terra;
- 19,4% do Trabalho.
Figura 4: Efeitos de Políticas sobre a PTF.
Figura 5: Brasil – Oferta e demanda em 2028-2029.
De acordo com o estudo, para que esses dados se concretizem as únicas incertezas são as tensões de comércio, as doenças, tanto nas lavouras como em animais e os eventos climáticos extremos.
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Elaboração: Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.