Diante da grande dependência do Brasil do trigo argentino, repassamos aqui visão dos técnicos da BCR sobre a safra 2019/20 A demanda por trigo na Argentina é dividida em dois principais destinos: consumo doméstico para moagem e demanda externa para exportação. Em relação ao primeiro, mostra em geral um comportamento muito estável ao longo do tempo, embora apresente alguma correlação com o nível inicial de estoque.

É de se pensar que, quando os estoques são muito baixos, a forte concorrência com a exportação para originar grão pode causar alguns danos à indústria, enquanto que, com maior disponibilidade, a concorrência modera, facilitando maior processamento doméstico.

Assim, contando com a recuperação do estoque inicial projeta-se com um ligeiro aumento no uso de grãos para moagem, o que atingiria 5,9 milhões toneladas no novo ciclo. Isto permitiria, por sua vez, a exportação de farinha de trigo em volumes próximos de 700.000 toneladas.

No lado da exportação, espera-se que chegue a um recorde histórico de 13,7 milhões toneladas para a temporada 2019/20. Desta forma, o complexo de trigo facilitaria, a preços correntes, uma renda cambial de US $ $3 bilhões para o ano comercial que vai de dezembro de 2019 a novembro de 2020.

Estoques ajustados preveem volatilidade nos preços do trigo argentino para a temporada 2019/20 Com uma oferta total de 22,4 MT e uma demanda total de 20,5 MT, o nível de estoques no final da temporada seria de 2 milhões toneladas.

Para relativizar esse número, a relação estoque/consumo pode ser calculada, uma vez que quanto maior forem os estoques em relação à demanda de grãos menos volátil será o mercado, enquanto que se o nível de estoque é ajustado em termos de demanda a mercado tende a ser mais volátil e de alta.

De acordo com as figuras apresentadas, essa proporção atinge 10% para a temporada 2019/20, acima de 7% do ano anterior, mas ainda ajustada (pela metade) em relação à média de 20% dos últimos cinco anos. Isso prevê que qualquer modificação nos componentes da oferta ou da demanda poderia impactar fortemente em uma e outra direção, por isso estaremos acompanhando de perto sua evolução.

Fonte: T&F Consultoria Agroêconomica

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