Durante o ciclo de desenvolvimento do trigo, algumas pragas podem incidir sobre a cultura, causando perdas de ordem quantitativa e qualitativa nas sementes ou grãos produzidos. Os pulgões, também conhecidos como afídeos fazem parte desse grupo de pragas com capacidade em causar injurias no trigo.
Embora exista uma diversidade de espécies, Machado & Santos (2013) destacam que uma das espécies de maior importância é pulgão verde dos cereais (Schizaphis graminum), o qual é comumente encontrado em lavouras de cereais de inverno.
Os danos ocasionados pelos pulgões podem ser de ordem direta, enfraquecendo as plantas pela sucção de seiva e provocando morte de tecido foliar pela injeção de toxinas salivares (Antunes, 2015), ou indireta, através da transmissão de viroses, especialmente o Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada – VNAC.
O maior impacto causado pelos pulgões está relacionado aos danos indiretos ocasionados pelas pragas. Em média, plantas acometidas pelo VNAC podem apresentar perda de produtividade de aproximadamente 20%, sendo que se a transmissão do VNAC ocorrer nas fases iniciais de desenvolvimento, a média de redução do rendimento de grãos da planta infectada, pode variar entre 40% e 50%, podendo ser de até 80% em cultivares suscetíveis ao VNAC (Embrapa, 2018).
De maneira geral, o desenvolvimento dos afídeos é beneficiado por condições de temperaturas amenas, variando entre 20 e 22°C e períodos de estiagem (Pereira; Salvadori; Lau, 2010). A praga apresenta curto ciclo de vida, podendo completar uma geração a cada semana e originar até 10 ninfas/fêmea/dia (Uebel), fato que aliado a condições favoráveis ao seu desenvolvimento, contribui significativamente para o rápido aumento populacional dos pulgões.
Tendo em vista a capacidade de proliferação dos pulgões e as condições ambientais adequadas ao desenvolvimento da praga, o monitoramento é essencial para determinar o momento de controle dos pulgões, quando atingido o nível de ação. Conforme destacado por Douglas Lau – Embrapa Trigo, para os próximos dias é possível se que tenha um incremento das populações de pulgão.
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Com isso em vista, deve-se intensificar o monitoramento das áreas de cultivo, a fim de melhor assertividade do momento de controle dos pulgões, quando atingido o nível de controle, que segundo Lau, é de 10% de plantas infestadas com pulgões para cultivos em estágio de afilhamento.
Tabela 1. Monitoramento e critérios para tomada de decisão no controle de pulgões em trigo.
Confira o vídeo abaixo com as dicas e contribuições de Douglas Lau – Embrapa Trigo.
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Referências:
ANTUNES, J. M. O PRODUTOR DEVE FICAR ATENTO AO CONTROLE DOS PULGÕES DO TRIGO. Embrapa, Notícias, 2005. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/17982667/o-produtor-deve-ficar-atento-ao-controle-dos-pulgoes-do-trigo- >, acesso em: 15/09/2021.
EMBRAPA. REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE: INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE – SAFRA 2019 / XII REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE. Embrapa, 2018. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196239/1/ID44570-2018InfTecTrigoTriticale2019.pdf >, acesso em: 15/09/2021.
MACHADO, C. C. L.; SANTOS, R. S. S. PULGÕES DO TRIGO E AÇÃO DE PARASITOIDES EM AUGUSTO PESTANA, NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. Rev. Bras. de Agroecologia. 8(1): p.179-186, 2013. Disponível em: < https://orgprints.org/id/eprint/24448/1/MACHADO,%20Claudio%20Cesar%20de%20Lima_Pulg%C3%B5es%20do%20trigo%20e%20a%C3%A7%C3%A3o%20de%20parasitoides%20em%20Augusto.pdf >, acesso em: 15/09/2021.
PEREIRA, P. R. V. S.; SALVADORI, J. R.; LAU, D. TRIGO: MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. SENAR-PR, EMBRAPA TRIGO, 2010. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/887068/trigo-manejo-integrado-de-pragas >, acesso em: 15/09/2021.
UEBEL, R. A. PULGÕES NA CULTURA DO TRIGO. Coagril, Informativos. Disponível em: < http://www.coagril-rs.com.br/informativos/ver/37/pulgoes-na-cultura-do-trigo >, acesso em: 15/09/2021.
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Foto de capa: Pulgão Verde – Aapresid
