A soja é uma cultura com inúmeros desafios para uma produção de qualidade e alta produtividade, e, dentre estes, está o controle eficaz de pragas e principalmente doenças foliares fúngicas, que normalmente demandam duas ou três aplicações de fungicidas.
Durante todo o ciclo de produção agrícola, incluindo semeadura até a colheita, a máquina mais utilizada é o pulverizador. Portanto, o domínio da tecnologia de aplicação é uma tarefa da mais alta importância, pois, apresenta baixo custo em relação às outras operações de cultivo e também porque cada erro representa uma perda no processo produtivo o que oferece riscos ao ambiente e ao operador (BAUER; PEREIRA, 2005; COSTA et al., 2007; VIANA et al., 2008; QUEIROZ et al., 2011).
Macronutrientes primários: Nitrogênio, Fósforo e Potássio
Quais os princípios da fisiologia da produção de culturas agrícolas? Qual a importância dos nutrientes? Macronutrientes são mais importantes que micronutrientes? E o que são bioestimulantes? Qual o papel e uso de aminoácidos? Podemos aplicar nutrientes via folha?
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De acordo com CUNHA et al. (2008), a cobertura do dossel da soja, proporcionada pela aplicação de fungicida, em geral é baixa, principalmente na parte inferior, resultando em controle ineficiente, mesmo com produtos sistêmicos. Ainda de acordo com esses autores, é necessário estudar estratégias que incrementem a deposição de gotas da pulverização de produtos fitossanitários na parte inferior do dossel.
Veja também: Influência de pontas de pulverização, velocidade e pressão de aplicação no espectro de gotas e volume aplicado
Assim, para o sucesso da aplicação, além de se conhecer a natureza do produto, também é necessário dominar a forma adequada de aplicação, de modo a garantir que o produto alcance o alvo de forma eficiente, minimizando as perdas e reduzindo a contaminação do ambiente (CUNHA et al., 2005). Muitas vezes, parte do produto aplicado perde-se no ambiente, principalmente pela má qualidade da aplicação, seja ela terrestre, seja aérea, sendo este um dos maiores problemas da agricultura moderna a ser superado (CUNHA et al., 2006; CUNHAET AL., 2008).
De pouco adiantará produzir a gota adequada, se o produto não atingir o alvo (CARVALHO, 2007). Desse modo, a tecnologia de aplicação é uma ferramenta que pode ser usada para maximizar a produtividade quando utilizada de maneira correta. Nesse contexto, tem-se a aplicação aérea, que é uma realidade em boa parte das regiões produtoras de grãos no Brasil.
Com relação ao volume de calda a ser aplicado, em geral, para a aplicação aérea, recomendam-se volumes entre 15 e 40 L ha-1, contudo essa faixa é bastante ampla e precisa ser mais bem estudada. Dependendo do estádio de desenvolvimento da planta, a aplicação terrestre pode ocasionar a redução do estande da lavoura, área fotossintética e, consequentemente, perdas de grãos, reduzindo significativamente a produção pelo amassamento (SILVA, 2004). No momento em que as aplicações de fungicidas proporcionam maior resposta técnica e econômica, o porte das plantas dificulta ou até impede o deslocamento das máquinas convencionais no interior das lavouras (BOLLER et al., 2008).
Nos últimos anos houve um grande avanço na tecnologia utilizada para aplicação de agrotóxicos na agricultura nacional. No entanto, ainda existem situações de alto desperdício de energia e de produtos químicos, aliado à ineficiência dos resultados no campo. O crescente aumento nos custos dos produtos, da mão de obra e da energia, além da preocupação cada vez maior em relação à poluição ambiental tem enfatizado a necessidade de se continuar a melhorar esta ação, principalmente adequar os procedimentos e equipamentos, visando aumentar a eficácia dessa prática.
Entre as alternativas para se obter uma melhor cobertura das aplicações fitossanitárias mais tardias na cultura da soja se encontra a escolha do espectro apropriado de gotas, pois o tamanho destas afeta o movimento do jato em direção ao alvo e a deposição da calda. Nesse sentido, dois fatores são importantes para a determinação do tamanho das gotas, o tipo de ponta e o volume de calda da pulverização, que em conjunto devem proporcionar gotas de tamanho ideal, para o aumento da penetração e depósito dos produtos fitossanitários no terço médio e inferior da cultura da soja (Cunha et al., 2011).
Para se determinar a eficácia de cobertura e a deposição de calda nas folhas ou outras partes da planta, é imprescindível coletar, medir e avaliar a penetração das gotas nas diferentes partes do dossel da cultura.
Pensando nisso, em trabalho apresentado e publicado nos anais da 37ª Reunião de Pesquisa de Soja, os pesquisadores Adegas, F.S.; Costa, A.G.F.; Roggia, S.; Gazziero, D.L.P. realizaram um trabalho intitulado “Depósito de gotas da pulverização na cultura da soja em função do volume de calda e do tipo de pontas”, com o objetivo avaliar a eficácia da deposição de gotas em todo o dossel da soja, em estádio reprodutivo, em função da tecnologia de aplicação, através do uso de diferentes pontas e volumes de calda. Para acessar o trabalho completo clique aqui.
Veja os resultados obtidos pelos autores nas tabelas abaixo.
Tabela 1. Depósito do corante azul brilhante (µL cm-2) nas folhas de soja, em três partes do dossel da cultura (alto, médio e inferior). Londrina, PR. 2019.
Tabela 2. Percentagem de cobertura das folhas de soja, em três partes do dossel da cultura (alto, médio e inferior). Londrina, PR. 2019.
Tabela 3. Densidade (gotas cm-2) resultante da aplicação, em três partes do dossel da cultura da soja (alto, médio e inferior). Londrina, PR. 2019.
Tabela 4. Dispersão do espectro de gotas resultante da aplicação, em três partes do dossel da cultura da soja (alto, médio e inferior). Londrina, PR. 2019.
Para acessar o trabalho completo clique aqui.
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.