Assim como na soja, no milho a ferrugem pode causar sérias perdas de produtividade, afetando principalmente a capacidade de planta em produzir fotoassimilados e transloca-los para os grãos. Nos casos mais severos, as perdas de produtividade podem chegar a quase 50% dependendo da natureza do patógeno e suscetibilidade da cultivar (Casela et al., 2006).

Diferindo da soja, no milho há três variações principais de ferrugem, a ferrugem polissora (Puccinia polysora), a ferrugem comum (Puccinia sorghi) e a ferrugem branca ou (Physopella zeae). Você conhece essas ferrugens? Sabe como diferenciar e controlar?

Ferrugem polissora

Causada pelo fungo Puccinia polysora, as pústulas dessa ferrugem são circulares a ovais marrom claras, distribuídas na face superior das folhas e, com menor abundância, na face inferior da folha (Casela et al., 2006).

Ferrugem Comum

Cientificamente conhecida como Puccinia sorghi, a ferrugem comum é caracterizada por pústulas nas duas faces das folhas, as quais possuem formato predominantemente alongado e de coloração marrom-clara, mas que se tornam marrom-escuras à medida que a planta se aproxima da fase de maturação, podendo adquirir coloração preta (Wordell Filho et al., 2016)

Ferrugem branca

A ferrugem branca caracteriza-se pela formação de pústulas de formato arredondado a oval, em pequenos grupos, de coloração esbranquiçada a amarelada, na superfície superior da folha e recoberta pela epiderme (Embrapa Milho e Sorgo, 2022).

Figura 1. Sintomas típicos de ferrugem polissora, ferrugem comum e ferrugem branca em milho.

Ocorrência

Os fungos causadores das ferrugens são biotróficos, ou seja, necessitam de hospedeiros vivos para sua sobrevivência. Considerando que o milho é o principal hospedeiro dos fungos causadores das ferrugens, em áreas com a presença de plantas voluntárias na entressafra as ferrugens podem se manifestar ainda no início do desenvolvimento do milho.

Vale destacar que a ocorrência das ferrugens em milho depende da presença de inóculo e condições ambientais favoráveis. No caso da ferrugem polissora, ela também é dependente da altitude, ocorrendo com maior intensidade em altitudes abaixo de 700m. Altitudes acima de 1200m são desfavoráveis ao desenvolvimento da doença (Casela et al., 2006).


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No caso das ferrugens polissora e comum, temperaturas amenas (16 a 23ºC) e alta umidade relativa (superior a 90%) favorecem o desenvolvimento dessas doenças. Já a ferrugem branca é favorecida por condições de alta temperatura (22-34ºC), alta umidade relativa e baixas altitudes. Segundo Casela et al. (2006), por ser considerado um patógeno de menor exigência em termos de umidade em comparação as outras ferrugens, a ferrugem branca  tende a ser mais comum no milho safrinha.

Em suma, havendo hospedeiros das ferrugens nas áreas de cultivo, inóculo do fungo e condições ambientais favoráveis, tanto a ferrugem comum, quanto a polissora e a ferrugem branca podem ocorrer em praticamente qualquer estádio do desenvolvimento do milho.

Figura 2. Calendário de doenças da cultura do milho.

Manejo

Além do emprego de fungicidas registrados para a cultura, o manejo das ferrugens em milho baseia-se também no uso de cultivares geneticamente resistentes, na rotação de culturas com culturas não hospedeiras e na eliminação de plantas voluntárias de milho durante os períodos entressafra. Além disso, deve-se seguir as orientações para a semeadura dentro do zoneamento agrícola de risco climático.

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Veja mais: Quando intensificar o monitoramento do oídio em soja?


Referências:

CASELA, C. R. et al. DOENÇAS NA CULTURA DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 83, 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/490415/1/Circ83.pdf >, acesso em: 19/07/2024.

EMBRAPA MILHO E SORGO. CULTIVO DO MILHO: DOENÇAS. Embrapa Milho e Sorgo, Sistema de produção, n. 1, ed. 9, 2022. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/748764/1/Milho-Doencas.pdf >, acesso em: 19/07/2024.

WORDELL FILHO, J. A. et al. PRAGAS E DOENÇAS DO MILHO: DIAGNOSE, DANOS E ESTRATÉGIAS DE MANEJO. Epagri, 2016. Disponível em: < https://ciram.epagri.sc.gov.br/ciram_arquivos/agroconnect/boletins/BT_PragasDoencasMilho.pdf >, acesso em: 19/07/2024.

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