O manejo de plantas daninhas é essencial para a manutenção de boas produtividades, não apenas na cultura da soja, como em qualquer outro cultivo agrícola. A competição causada pelas plantas daninhas pode se manifestar tanto de forma direta quanto indireta, desde a competição por recursos essenciais até o aumento do percentual de impureza e umidade nos grãos produzidos.
Embora haja uma variada diversidade de espécies de plantas infestantes na soja, é evidente que algumas espécies merecem atenção especial devido à frequência e às perdas que causam nas lavouras comerciais.
De acordo com o pesquisador Bianchi (2024), atualmente, distintas espécies invasoras se destacam na cultura da soja, dentre as plantas daninhas de folha larga/dicotiledôneas, o caruru é uma das espécies de maior relevância. Além do caruru, outras espécies como a losna, leiteira e a buva também merecem destaque por sua incidência e impacto.
Figura 1. Principais plantas daninhas dicotiledôneas: a) Caruru; b) Losna; c) Leiteira; d) Buva.
Além das espécies mencionadas anteriormente, algumas gramíneas são consideradas preocupantes, tais como o capim pé-de-galinha, capim arroz, capim-amargoso e capim rabo-de-burro. Entre essas, algumas se destacam pela sua notável competitividade e agressividade, resultantes da elevada produção de sementes e da facilidade de disseminação.
Figura 2. Principais plantas daninhas monocotiledôneas: a) Capim pé-de-galinha; b) Capim amargoso; c) Capim arroz; d) Capim rabo-de-burro.
O período entressafra, conforme destacam Gazziero et al. (2020), representam uma oportunidade para reduzir ou aumentar a densidade de espécies invasoras. Durante esse intervalo, a produção de sementes, aliadas com as já existentes no banco de sementes do solo, pode resultar em uma maior pressão sobre as áreas de soja cultivada posteriormente, especialmente quando comparadas às áreas que receberam um manejo adequado nesse período.
Conforme enfatizado pelo pesquisador Bianchi (2024), o uso de herbicidas pré-emergentes é essencial no manejo do caruru. O período pós-colheita da soja é considerado o momento ideal para esse manejo, visando a redução do banco de sementes do solo. Além disso, é fundamental ressaltar que o controle de plantas daninhas deve ser uma prática contínua ao longo de todo o sistema de produção da soja, não se limitando apenas ao período pós-colheita, mas estendendo-se por todas as etapas do cultivo.
Grigolli & Grigolli destacam que a cada safra, o manejo de plantas daninhas torna-se mais difícil, devido ao surgimento de novos casos de resistência, além dos problemas de resistência múltipla.
Dessa forma, os autores também ressaltam a importância do manejo de plantas daninhas em todo o sistema de cultivo. O manejo de forma consciente é essencial para garantir um controle eficiente das plantas daninhas, proporcionando condições adequadas para o crescimento e desenvolvimento das culturas, ao mesmo tempo em que se evita o surgimento de novos casos de resistência.
Confira, no vídeo a seguir, o que o pesquisador Mario Bianchi da CCGL fala sobre as plantas daninhas importantes na cultura da soja e as estratégias de manejo para o controle dessas plantas invasoras.
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Referências:
BIANCHI, M. PLANTAS DANINHAS IMPORTANTES NA CULTURA DA SOJA. Rede Técnica Cooperativa, RTC, 2024. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=s_xkL34JJ2Y >, acesso em: 10/04/2024.
GAZZIERO, D. L. P. PLANTAS DANINHAS E SEU CONTROLE. Embrapa Soja, Tecnologias de Produção de Soja, sistemas de produção, 17, cap. 11. Londrina – PR, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 10/04/2024.
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA. Tecnologia e Produção: Safra 2018/2019, Fundação MS, CAP. 4. Maracaju – MS, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Soja-Safra-20182019.pdf >, acesso em: 10/04/2024.
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