Mercado dominado por dois elementos principais: a relação comercial entre as duas maiores economias do mundo, e a nova safra americana.
- Cenário produtivo e de suprimentos nos EUA: desconhecido sobre a área, rendimentos, clima e produção final.
- Cenário da demanda: escalando a tensão na guerra de comércio com China. As chances de um acordo são diluídas a curto prazo. Trump disse hoje que não irá fechar o acordo “agora”.
- Estoques finais elevadíssimos nos EUA: a safra atual deixaria um saldo recorde para incluir no novo ciclo de negócios.
- Os preços no mercado de referência internacional não encontram nenhum estímulo para compensar a queda da demanda chinesa.
- No mercado local, com a oferta já definida, o que está impulsionando os preços é o dólar. O mercado de soja experimentou um aumento moderado nesta semana, terminando um longo período de enfraquecimento. Vários elementos forneceram estímulo. Por um lado, os operadores mantêm a sua atenção no desenvolvimento da safra americana.
- Nesse sentido, a incerteza sobre a área final semeada levou à cobertura de compras para o novo relatório mensal do USDA. Na segunda-feira 12, a Agência irá publicar novos dados oficiais sobre a superfície finalmente utilizada e, assim, eliminar uma variável-chave para construir possíveis cenários produtivos. Expectativas prévias dos analistas são variadas, com alguns propondo estimando aumentos de 33,7 milhões de hectares e na outra extremidade um ajuste para 31,5 milhões de hectares (contra 32,3 milhões ha em julho).
Neste contexto, as perspectivas climáticas também transmitem algumas dúvidas e fornecem suporte. De acordo com os mapas, a precipitação para as próximas semanas pode ser menor do que o normal. Assim, há especulações de que há um possível impacto negativo no desenvolvimento de culturas e rendimentos. Recorde-se que apenas 54% dos lotes atendem às condições boas e excelentes (vs 67% da média histórica).
Por outro lado, a China anunciou que estaria liberando cotas de importação em vários óleos vegetais (palma, soja, canola). Isso impactou os preços dos óleos em geral, causando aumentos significativos no preço do óleo de soja, o que mudou o estímulo para os preços do grão.
Enquanto isso, a tentativa de recuperar os valores mobiliários foi limitada pela lacuna entre os EUA e a China, onde o conflito comercial, a ameaça de novas tarifas pelos EUA e a desvalorização da moeda chinesa, impedem que um acordo antecipado seja imaginado. Trump diz que EUA continuam negociações comerciais com a China, mas não vão fechar acordo agora, segundo a agência Reuters.
Fonte: T&F Agroeconômica