O Campeonato Soybean Money Maker foi instituído para provar, com base em estudos científicos e dados de lavouras, que a produção de soja brasileira é sustentável e lucrativa. A metodologia utilizada possibilita comparar lavouras do Sul ao Norte do Brasil avaliando-as em três pilares: econômico, ambiental e social.
Nesse sentido, a eficiência parcial no uso de nutrientes é um indicador que se encaixa no pilar ambiental de sustentabilidade das lavouras, sendo definido através da quantidade de quilos de grãos produzidos por quilo de nutriente aplicado (kg de grão/kg de nutriente).
É apresentado como parcial visto que são considerados apenas os nutrientes exportados pela planta, desconsiderando os nutrientes presentes no solo. A eficiência foi medida a partir de 4 faixas – excelente, boa, baixa e muito baixa – que foram definidas com base na quantidade de nutriente que deve ser aplicado para produzir uma tonelada de grão de soja (Hirakuri et al., 2015).
Fósforo (P2O5)
Cerca de 50% dos fertilizantes fosfatados utilizados pelo Brasil são exportados, evidenciando a grande dependência que temos deste nutriente, ainda mais quando são levados em consideração logística e emissão de gases. Ao realizar a recomendação da adubação de manutenção, baixas quantidades P2O5 aplicadas são prejudiciais à sustentabilidade da soja, pois extrairá P do solo.
Já as doses altas do nutriente indicam baixa eficiência de uso, o que também é inadequado à sustentabilidade dessa oleaginosa. Assim, a faixa de eficiência excelente varia entre 66 kg a 100 kg de grão produzido a cada 1 kg de nutriente de P2O5 aplicado na lavoura. Eficiências acima dessa faixa ideal indicam que está ocorrendo extração do nutriente do solo. Já eficiência abaixo dessa faixa, indicam aplicação do nutriente acima do recomendado.
Avaliando os resultados da safra 2022/2023 das lavouras do Soybean Money Maker, 36% das lavouras estão dentro da faixa excelente de eficiência no uso de P2O5 (Figura 23).
Potássio (K2O)
Mais dependente que o fósforo, o potássio provém cerca de 90% de importações, sendo o segundo principal nutriente mais consumido pela soja, cerca de 20 kg de K2O para cada tonelada de grãos produzida. A utilização de baixas doses de potássio acarretam em redução da produtividade, enquanto altas doses, proporcionam maior custo de produção, podendo resultar em poluição ambiental.
Dessa maneira, a faixa excelente varia entre 40kg a 50kg de grão produzido para cada 1 kg de nutriente de K2O aplicado na lavoura. Eficiências acima dessa faixa ideal indicam que está ocorrendo extração do nutriente do solo. Já eficiência abaixo dessa faixa, indicam aplicação do nutriente acima do recomendado.
Ao avaliar os resultados da safra 2022/2023 das lavouras do Soybean Money Maker 19% das lavouras estão dentro da faixa excelente de eficiência no uso de K₂O (Figura 24).
Com base nisso, sabendo a eficiência é possível identificar se o produtor está aplicando o valor recomendo de nutrientes ou valores abaixo ou acima. A extração de nutrientes do solo ocasionado pela aplicação de doses insuficientes, a longo prazo se torna insustentável, pois dia a dia está “empobrecendo” o solo. De maneira similar para aplicações excessivas, onde resulta grande custo de produção desnecessário e reservas demasiadas, podendo provocar escoamento superficial e lixiviação.
Referências Bibliográficas
FERIGOLO ALVES, A ET AL. CAMPEONATO SOYBEAN MONEY MAKER: A REVOLUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NA LAVOURA DE SOJA. 3 ED. SANTA MARIA, 2023. 249P
MARCELO HIROSHI HIRAKURI ET AL.. METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA CADEIA PRODUTIVA DA SOJA NO BRASIL [RECURSO ELETRÔNICO] – LONDRINA: EMBRAPA SOJA, 2015.