As recomendações de calagem objetivam corrigir a acidez do solo e tornar insolúvel o alumínio, o que, aliadas a outras práticas de manejo da fertilidade, têm a função de elevar a capacidade produtiva dos solos. As quantidades de corretivos da acidez do solo são determinadas por diferentes metodologias e visam ao retorno econômico das culturas em médio prazo (4 a 5 anos).
Como a calagem é uma prática que envolve sistemas de rotação e sucessão de culturas, na sua recomendação, deve-se priorizar a cultura mais sensível à acidez do solo. O milho é classificado como sendo de tolerância mediana às condições de acidez e toxidez de alumínio. Solos com saturação de alumínio da Capacidade de Troca de Cátion (CTC) efetiva (valor m) maior do que 20% causam limitações no rendimento do milho. Entretanto, deve-se acrescentar que isso é dependente da ocorrência de déficit hídrico, teores de matéria orgânica e fósforo no solo e híbrido de milho.
Altas produtividades de milho têm sido possíveis em solos que apresentam perfil de fertilidade nos primeiros 40 cm, com saturação de alumínio da CTC efetiva menor do que 20% e saturação de bases da CTC a pH 7 de 50% a 60%.
Como definir a quantidade e o tipo de corretivo da acidez do solo a ser aplicado?
A partir dos resultados da análise do solo, podem ser utilizadas diferentes fórmulas de cálculo, de acordo com a região do País. Algumas regiões e estados possuem boletins específicos que contêm fórmulas e detalham os procedimentos para recomendação de calagem. Uma vez determinada a necessidade de calagem, a quantidade de calcário a ser aplicada na lavoura depende ainda de outros aspectos, como as características do corretivo (poder relativo de neutralização total (PRNT) e profundidade de incorporação no solo.Vários produtos têm ação corretiva da acidez, tais como calcários, cal virgem, cal hidratada, silicatos e escórias de siderurgia. Porém, o calcário é o corretivo mais comumente encontrado nas diversas regiões produtoras do País. Existem diferentes tipos de calcário que variam quanto à natureza física (granulometria) e à composição química.
Calcários finos reagem mais rapidamente que os de granulometria grosseira, mas têm menor efeito residual no solo. Os calcários classificados como calcíticos possuem teores de magnésio mais baixo que os calcários dolomíticos. No Brasil, existe o conceito generalizado para o uso em sua maioria de calcários dolomíticos visando manter no solo uma relação cálcio/magnésio de 3:1 a 5:1.
Entretanto, para a cultura do milho, essa relação pode ser mais ampla (Ca/Mg = 10/1), sem prejuízo da produtividade, desde que o teor de magnésio no solo esteja acima de 0,5 cmolc/dm3 de solo. Na tomada de decisão sob os aspectos técnicos e econômicos, em relação à escolha do(s) corretivo(s) a ser(em) usado(s) na calagem, devem ser considerados:
• A análise química.
• O poder relativo de neutralização total (PRNT).
• O preço por tonelada efetiva, o qual pode ser calculado pela fórmula: Preço por tonelada efetiva = Preço na propriedade x 100/PRNT.
Fonte: Embrapa, Coleção: 500 Perguntas – 500 Respostas, Sobre a Cultura do Milho