- Embora seja considerada uma planta eficiente no uso da água, o milho necessita de uma grande quantidade de água durante seu ciclo;
- A necessidade hídrica pode variar de 400 a 700 mm para cultivares de ciclo médio (Andrade et al., 2006);
- O florescimento e enchimento de grãos são os períodos de maior requerimento hídrico do milho;
- De VT a R3, a evapotranspiração diária da planta pode variar de 5,7 a 6,5 mm.
Talvez um dos principais se não o principal fator responsável por limitar a produtividade do milho é e disponibilidade hídrica. Embora o consumo de água pela planta possa variar em função da cultivar, estádio de desenvolvimento e condições climáticas, de maneira geral, estima-se que plantas de ciclo médio, cultivadas para a produção de grãos consumam de 400 a 700 mm durante todo o ciclo de desenvolvimento.
O período de máxima exigência é na fase do embonecamento ou um pouco depois dele. Por isso déficits de água que ocorrem nesse período são os que provocam maiores reduções de produtividade. Déficit anterior ao embonecamento reduz a produtividade em 20 a 30%; no embonecamento em 40 a 50% e após em 10 a 20% (Andrade et al., 2006).
Mesmo o consumo hídrico variando em função da cultivar, é fundamental compreender a demanda hídrica da planta a fim de ajustar práticas de manejo, especialmente com relação a irrigação em sistema de cultivo irrigados. Para tanto, é necessário conhecer o consumo hídrico do milho durante as diferentes fases do desenvolvimento da cultura.
Na Tabela 1 estão apresentadas as evapotranspirações da cultura do milho nos diferentes períodos do desenvolvimento das plantas. Embora possa haver variação em função da cultivar, baseado nos resultados apresentados na tabela 1 é possível ter noção do consumo hídrico do milho. Note que, corroborando Andrade et al. (2006), o maior requerimento hídrico do milho é observado no período reprodutivo da cultura, especialmente entre VT e R3.
Tabela 1. Consumo de água (evapotranspiração) da cultura do milho, durante um ciclo de 120 dias para o período de 2012 a 2020.
Conforme destacado por Ribeiro et al. (2020) apesar do milho necessitar de grande quantidade de água para completar seu ciclo, é uma das culturas com maior eficiência no uso da água, ou seja, produz grande quantidade de matéria seca por unidade de água absorvida. Na região Sul do Brasil, são produzidos 33,9 kg de grãos ha-1 mm-1, considerando a precipitação total (água no solo no momento da semeadura + chuva + irrigação) durante o ciclo de cultivo (Ribeiro et al., 2020).
Contudo, mesmo se tratando de uma planta com ciclo fotossintético C4, que apresenta grande eficiência no uso da água, a ocorrência de déficits hídricos, especialmente nos períodos de maior demanda do milho pode impactar negativamente a produtividade. Além do momento de ocorrência do déficit hídrico, sua duração também interfere no impacto sobre a produtividade.
Sendo assim, mesmo em áreas irrigadas, medidas como a semeadura da cultura dentro do período estabelecido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático e o manejo da irrigação, são fundamentais para reduzir riscos em função da interferência do clima.
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Referências:
ANDRADE, C. L. T. et al. VIABILIDADE E MANEJO DA IRRIGAÇÃO DA CULTURA DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 85, 2006. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMS/19629/1/Circ_85.pdf >, acesso em: 10/05/2023.
RIBEIRO, B. S. M. R. et al. ECOFISIOLOGIA DO MILHO VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 2020.
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