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Qual o período recomendado para aplicar Nitrogênio no milho?

  • O milho é considerada uma planta altamente responsiva a adubação nitrogenada
  • A dose do nutriente pode variar em função das condições nutricionais do solo, sistema de cultivo, cultura sucessora e expectativas de produtividade
  • A adubação pode ser fracionada entre semeadura e período vegetativo da cultura
  • A adubação de cobertura pode ser fracionada em 50% entre V4 a V6 e 50% de V8 a V9

O milho é considerado uma planta exigente nutricionalmente, sendo que, o nutriente requerido em maiores quantidades pela cultura é o Nitrogênio (N). A deficiência de N pode limitar a produtividade da cultura, sendo necessário, fornecer o Nitrogênio requerido pelo milho via adubação, para garantir a manutenção do potencial produtivo da cultura.

Embora diversos fatores possam interferir na produtividade do milho, é conhecido que a cultura apresente respostas positivas a adubação nitrogenada. Normalmente, a adubação nitrogenada no milho ocorre de forma parcela, parte na semeadura da cultura, e o restante durante o período vegetativo da planta.

A dose de N pode depender das condições de solo e expectativas de produtividade, sobretudo, é essencial adequar as formas e épocas de aplicação do Nitrogênio, visando maximizar a absorção pelas plantas e reduzir as perdas do nutriente. Segundo Ribeiro et al. (2020), uma das fontes de N mais utilizadas na agricultura brasileira é a ureia, contudo, quando utilizada na superfície do solo (em cobertura), sem incorporar no solo, grande parte do N é perdido por volatilização. Dependendo das interações entre fatores (clima, solo e ambiente), perdas de N por volatilizações superiores a 50% podem ocorrer.

Logo, posicionar o nitrogênio na cultura do milho é tão importante quando definir a dose no nutriente. Vale destacar que parte do nitrogênio pode ser ofertado para a milho no momento de semeadura (base de semeadura) contudo, o restante da dose deve ser aplicada preferencialmente durante o período vegetativo da cultura.



Quando aplicar o Nitrogênio em cobertura no milho?

No sistema plantio direto (SPD), recomenda-se aplicar entre 20 e 40 kg ha-1 de N na semeadura, quando esta for feita sobre resíduos de gramíneas, e entre 10 e 20 kg ha-1 de N, quando a semeadura for sobre resíduos de leguminosas. Resultados expressivos de produtividade têm sido observados com a antecipação da adubação nitrogenada em cobertura para os estádios fenológicos de três a cinco folhas (V3 a V5) no SPD. Além disso, o fracionamento da adubação nitrogenada é estimulado quando a dose de N a aplicar é elevada, podendo-se aplicar 50% da dose quando as plantas estiverem nos estádios fenológicos V4 a V6 e os 50% restantes, nos estádios V8 a V9 (Eicholz, et al., 2020).

Qual importância?

Em V3, todas as folhas e espigas que a planta eventualmente irá produzir estão sendo formadas. Pode-se dizer, portanto, que o estabelecimento do número máximo de grãos, ou a definição da produção potencial, estão sendo definidos nesse estádio (Magalhães & Durães, 2006). Em V4, as folhas ainda estão em desenvolvimento no meristema apical (ponto de crescimento), logo, realizar a adubação nitrogenada nesse período é uma das principais e mais eficientes estratégias de manejo para o aumento da produtividade do milho.

Já em V6, ocorre o início da definição do número de fileiras por espiga, um importante componente de produtividade do milho. Embora se tratando de doses elevadas de N, não seja possível realizar toda a adubação de cobertura entre V4 e V6, em função das perdas do nutriente no sistema, é possível realizar o fracionamento da adubação nitrogenada em um segundo momento durante o desenvolvimento vegetativo do milho, mais especificamente durante V8 a V9.

Entre V8 e V10, ocorre diferenciação dos óvulos nas fileiras, após V10, a planta inicia um rápido e contínuo crescimento, com maior acúmulo de nutrientes e aumento da massa seca, que segue a fase reprodutiva (Ribeiro et al., 2020).


Veja mais: Componentes de rendimento do milho como ferramenta de manejo



Referências:

EICHOLZ, E. D. MISOSUL: INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO MILHO E SORGO NA REGIÃO SUBTROPICAL DO BRASIL: SAFRAS 2019/20 E 2020/21. Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2020. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/202011/23092828-informacoes-tecnicas-para-o-cultivo-do-milho-e-sorgo-na-regiao-subtropical-do-brasil-safras-2019-20-e-2020-21.pdf >, acesso em: 15/05/2023.

MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M. FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO DE MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 76, 2006. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMS/19620/1/Circ_76.pdf >, acesso em: 15/05/2023.

RIBEIRO, B. S. M. R. et al. ECOFISIOLOGIA DO MILHO: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 20202.

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Equipe Mais Soja
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1 COMENTÁRIO

  1. Eu vejo com bons olhos a adubação antecipada dependendo da região e manejo.
    Observo que o parcelamento em milho sequeiro só funcione desta forma em regiões que chove bem, notei muito aqui no MT a adubação parcelada em V6-V8 mas na maioria dos casos a ureia queima e causa as injurias nas folhas, seria algo em alguns casos prejudicial a cultura ? qual seria a melhor forma de se aplicar nesta fase, visando reduzir os danos causados pela ureia ?
    Para regiões que tem baixos índices pluviométricos a adubação antecipada tem dado um resultado maior, tem casos de se realizar toda adubação incorporada ao solo antes do plantio, colhendo acima de 80 sacos, com 80 kg/ha de N.

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