Embora considerada uma praga esporádica, o tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus) apresenta elevada capacidade em causar danos à cultura. A praga ataca a haste e pecíolo da planta, provocando a interrupção ou redução da circulação de seiva através da haste principal, comprometendo a produtividade da planta, e em casos mais severos, pode até levar a morte da planta (Ávila et al., 2021).

Figura 1. Danos causados por tamanduá-da-soja A) Redução da população de soja; B) Quebra pela ação do vento e chuva; C) Tecidos cortados por ocasião do anelamento; D) Formação de galha.
Adaptado: Hoffmann-Campo (1989)

Dependendo da densidade populacional da praga, perdas de produtividade de até 14 sc/ha podem ser observadas caso as devidas medidas de controle não sejam adotadas (Roggia et al., 2020). Considerando o impacto negativo que esse inseto pode causar na produtividade da lavoura, adotar estratégias de controle é fundamental para reduzir as perdas de produtividade em função da ocorrência do tamanduá-da-soja.

O período sensível da cultura ao ataque do tamanduá-da-soja vai até o estádio V6, após esse período, a haste da planta fica mais rígida e mais tolerante à praga, sem danos expressivos á produtividade. O manejo da praga começa pela amostragem no período anterior a semeadura da lavoura (Roggia et al., 2020).

Controle

Por interromper o ciclo da praga, a rotação de culturas com espécies não hospedeiras tais como milho, milheto, sorgo e girassol constitui uma das principais estratégias de manejo do tamanduá-da-soja, reduzindo significativamente as infestações da praga. Embora o tratamento de sementes com inseticidas químicos contribua para a proteção durante a fase inicial do desenvolvimento da soja, caso seja constatada a presença da praga, especialmente em áreas que não recebam a rotação de culturas, medidas de controle devem ser adotadas para reduzir o impacto do tamanduá-da-soja na produtividade da lavoura.

O nível de ação para o controle da praga é de um adulto por metro de fileira, em plantas com até duas folhas trifolioladas (V3), e dois adultos por metro linear, em plantas de três a cinco folhas trifolioladas (V4-V6). Pulverizações realizadas entre 22h e 2h tendem a ser mais eficientes, pois nesse horário os adultos se concentram na parte superior das plantas (Roggia et al., 2020).

Tabela 1. Nível de ação para o tamanduá-da-soja.
Fonte: Roggia et al. (2020)

Vale destacar que áreas com histórico de ocorrência da praga e/ou que não aderem a rotação de culturas devem receber atenção especial no monitoramento do tamanduá-da-soja, especialmente durante as fases iniciais do desenvolvimento da cultura. Atualmente 75 produtos apresentam registro junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária para o controle de Sternechus subsignatus na cultura da soja, contemplando os grupos químicos pirazol, organofosforados, neonicotinóide, peretróide, antranilamina e isoxazoline (Agrofit, 2025).


Veja mais: Distribuição da mosca-branca em soja


Referências:

AGROFIT. CONSULTA ABERTA. Ministérios da Agricultura e Pecuária, 2025. Disponível em: < https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons >, acesso em: 21/08/2025.

ÁVILA, C. J. et al. PRAGAS DA SOJA NO CERRADO. Revista Plantio Direto & Tecnologia Agrícola, 2021. Disponível em: < https://www.plantiodireto.com.br/artigos/1526 >, acesso em: 21/08/2025.

HOFFMANN-CAMPO, C. B. TAMANDUÁ-DA-SOJA: ASPECTOS BIOLÓGICOS, DANOS E COMPORTAMENTO. Embrapa Soja, Londrina – PR, 1989. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/33678/1/tamandua.pdf >, acesso em: 21/08/2025.

ROGGIA, S. et al. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. Embrapa Soja, Sistema de produção, n. 17, Tecnologias de Produção de soja, cap. 9, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 21/08/2025.

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