A cigarrinha-do-milho Dalbulus maidis é considerada uma das principais e mais problemáticas pragas que acometem o milho. Seus danos diretos não são expressivos para a cultura, entretanto, a cigarrinha se destaca pelos danos indiretos, mais especificamente pela transmissão dos enfezamentos do milho.

Os enfezamentos são doenças do milho causadas pela infecção da planta por microrganismos denominados molicutes, que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt). O espiroplasma causa o enfezamento-pálido, enquanto o fitoplasma é o causador do enfezamento-vermelho (Embrapa).

Ambos os enfezamentos são transmitidos pela cigarrinha-do-milho, contudo, recentemente descobriu-se que há duas espécies de cigarrinhas capazes de atuar como vetor dos enfezamentos, a conhecida  Dalbulus maidis e a cigarrinha Leptodelphax maculigera. Dependendo do estádio em as cigarrinhas infectam as plantas, as perdas de produtividade podem chegar a 70% (Sabato; Barros; Oliveira, 2016).

Controle do vetor

Considerando que as cigarrinhas Dalbulus maidis e Leptodelphax maculigera são os principais vetores dos molicutes do milho no Brasil, o controle dos enfezamentos está diretamente relacionado ao controle dos vetores. Até então, não há nível de ação pré-estabelecido para a cigarrinha-do-milho, visto que, a capacidade da praga em causar danos está relacionado a quantidade de indivíduos infectados, e não a densidade populacional da praga.

No entanto, a presença da cigarrinha nos estádios iniciais do desenvolvimento do milho, justifica o controle da praga. Quando mais cedo ocorre a infecção da planta, maiores são os danos em decorrência dos enfezamentos no milho.

É importante salientar aqui que a recomendação para controle da cigarrinha é que não passe de 40 dias após a emergência (Cota et al., 2021), após esse período, não são observadas vantagens em função do controle. O período crítico para o controle da praga varia de VE a V5 (figura 1).

Figura 1. Período Crítico de controle da cigarrinha-do-milho.

Medidas de controle

Embora o tratamento de sementes com inseticidas registrados proporcione o controle inicial da cigarrinha-do-milho, o efeito residual desses inseticidas é limitado normalmente em 10 a 15 dias. Sendo assim, em casos em que é constatada a presença da praga na fase crítica do milho (VE a V5), o controle químico mediante pulverização de inseticidas é necessário.

Além disso, medidas integradas contribuem para o manejo e controle da cigarrinha do milho, sendo as principais:

– Controle do milho tiguera,

– Evitar semeaduras vizinhas às lavouras com alta incidência das doenças;

– Diversificar e rotacionar cultivares de milho;

– Sincronizar ao máximo a época da semeadura;

– Planejar a aplicação de inseticidas de acordo com a incidência da praga, entre outras (Cota et al., 2021).


Veja mais: Nova espécie de cigarrinha do milho capaz de transmitir enfezamentos é observada em Goiás



Referências:

COTA, L. V. et al. MANEJO DA CIGARRINHA E ENFEZAMENTOS NA CULTURA DO MILHO. Embrapa Milho e Sorgo, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1130346/manejo-da-cigarrinha-e-enfezamentos-na-cultura-do-milho >, acesso em: 11/03/2024.

EMBRAPA. ENFEZAMENTOS POR MOLICUTES E CIGARRINHA NO MILHO. Embrapa, Controle da Cigarrinha do Milho. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/controle-da-cigarrinha-do-milho >, acesso em: 11/03/2024.

SABATO, E. O.; BARROS, A. C. S.; OLIVEIRA, I. R. CENÁRIO E MANEJO DE DOENÇAS DISSEMINADAS PELA CIGARRINHA NO MILHO. Embrapa Milho e Sorgo, Cartilha, 2016. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1059085/1/Cenariomanejo1.pdf >, acesso em: 11/03/2024.

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