As condições climáticas adversas protagonizaram diferentes resultados no bolso dos produtores rurais na safra 2023/24. Além da queda nos preços médios de negociação dos grãos, a diminuição da produtividade reforçou o efeito negativo sobre a rentabilidade de agricultores de importantes regiões produtoras do Brasil.

Diante disso, o planejamento da safra 2024/25 se tornou fundamental para que estes produtores consigam recuperar o saldo negativo da temporada anterior. Assim, a partir dos coeficientes técnicos levantados por meio do projeto Campo Futuro da safra 2022/23, estimou-se o orçamento para a produção de soja da tecnologia tolerante ao herbicida glifosato e resistente à lagarta, com base nos valores médios dos insumos de janeiro a março de 2024 para as regiões de Sorriso (MT), Rio Verde (GO), Dourados (MS), Cascavel (PR) e Carazinho (RS).

Já para a venda, foram considerados o valor médio de abril de 2024 de contrato futuro na bolsa de Chicago (vencimento Março/25) e o prêmio de exportação do grão para embarque também em março de 2025. A taxa de cambio assumida para a análise foi de R$ 5,10 por dólar norte-americano.

Os resultados econômicos mostraram que a quantidade de sacas de soja necessária para saldar o custo operacional efetivo (COE) foi estimada em 53,7 sacas por hectare em Sorriso; e, para saldar o custo total (CT), seriam necessárias 73,6 sacas de soja por hectare. Ressalta-se quea produtividade média das últimas cinco safras (de 2018/19 a 2022/23) foi de 57,8 sacas/ha. Para as regiões de Cascavel, Carazinho e Rio Verde, as quantidades de sacas de soja para saldar o COE ficaram, respectivamente, em 40,7 sacas/ha, 42,5 sacas/ha e 44,9 sacas/ha, enquanto que, para liquidar o CT, seriam necessárias 76,2 sacas/ha, 72,8 sacas/ha e 65,3 sacas/ha, na mesma ordem (Tabela 1).

Embora os preços de importantes itens que estruturam o custo de produção tenham registrado caído na safra 2024/25 projetada – como defensivos agrícolas e fertilizantes, que se desvalorizaram 21% e 9%, respectivamente, em relação a estimativa de 2023/24 –, valor da soja caiu com mais intensidade. Diante disso, o poder de compra do produtor se deteriorou na safra 2024/25 quando se comparada com a média das últimas cinco temporadas.

Cálculos do Cepea mostram que a quantidade média de soja para saldar o COE ficou em 43,8 sacas/ha nas últimas cinco safras, aproximadamente 10 sacas a menos do estimado para o primeiro trimestre de 2024. Esse cenário é verificado em todas as praças analisadas. Assim, em Cascavel, sojicultores precisariam, no primeiro trimestre de 2024, de 7,7 sacas/ha a mais que a média das últimas cinco safras para conseguir saldar o COE; em Rio Verde, seriam necessárias 6,5 sacas/ha a mais; em Carazinho, 5,8 sacas/ha; e, em Dourados, 4 sacas/ha (Tabela 1).

Fonte: CEPEA



 

FONTE

Autor:Custos Grãos/ Maio 2024

Site: CEPEA

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