O mercado físico de soja deve ter um dia lento e de preços sob pressão no Brasil na abertura da semana. A queda de Chicago deve prejudicar os negócios, apesar da leve recuperação do dólar. Com cotações mais baixas, a tendência é de que os produtores se retirem, aguardando por melhora nos referenciais.
Os preços caíram nas principais praças de comercialização do Brasil na sexta-feira. O dia foi de volatilidade em Chicago e de forte queda do dólar em relação ao real. Apesar das cotações mais baixas, o mercado interno negociou lotes pontuais. Analistas de SAFRAS & Mercado estimam que, na semana, a comercialização tenha ficado entre 150 e 200 mil toneladas.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 186,50 para R$ 184,50. Na região das Missões, a cotação recuou de R$ 186,00 para R$ 184,00. No Porto de Rio Grande, o preço diminuiu de R$ 192,00 para R$ 191,00.
Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 187,50 para R$ 179,50. No porto de Paranaguá (PR), a saca desvalorizou de R$ 194,00 para R$ 190,50.
Em Rondonópolis (MT), a saca baixou de R$ 173,00 para R$ 172,50. Em Dourados (MS), a cotação recuou de R$ 175,00 para R$ 173,00. Em Rio Verde (GO), a saca passou de R$ 170,00 para R$ 168,00.
Chicago
Os contratos da soja com entrega em novembro registram baixa de 3,11%, cotados a US$ 14,09 1/2 por bushel.
O mercado é pressionado pela estimativa de safra cheia nos Estados Unidos. Também pesa a perspectiva de clima mais favorável às lavouras do país nesta semana. A maior aversão ao risco, com uma queda superior a 4% para o petróleo, completa o quadro baixista.
O relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,531 bilhões de bushels em 2022/23, o equivalente a 123,3 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 51,9 bushels por acre. Em julho, as indicações eram de 4,505 bilhões de bushels – 122,6 milhões de toneladas – e 51,5 bushel, respectivamente. O mercado apostava em número de 4,471 bilhões de bushels ou 121,7 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão projetados em 245 milhões de bushels ou 6,67 milhões de toneladas. Em julho, o número era de 230 milhões de bushels ou 6,26 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 227 milhões ou 6,18 milhões de toneladas. O USDA indicou esmagamento em 2,245 bilhões de bushels e exportação de 2,155 bilhões. No mês passado, a previsão era de 2,245 bilhões e de 2,135 bilhões, respectivamente.
Prêmios
Os prêmios de exportação da soja estavam em 250 a 255 pontos acima de Chicago no final da sexta no Porto de Paranaguá, para setembro. Para fevereiro, o prêmio era de 68 a 76 acima. Para março de 2023, o prêmio estava em 43 a 50 pontos acima, conforme dados de SAFRAS & Mercado.
A atividade nos portos segue em ritmo lento. Os prêmios mais próximos recuam, devido à fraca demanda. Para safra nova, seguem firmes em meio à lentidão nas vendas futuras.
Câmbio
O dólar comercial registra alta de 0,7% a R$ 5,108. O Dollar Index registra alta de 0,5% a 106,16 pontos.
Indicadores financeiros
- As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, -0,02%; Tóquio, +1,14%.
- As principais bolsas na Europa registram índices fracos. Londres, -0,38%; Paris, -0,13% e Frankfurt, +0,25%.
- O petróleo opera em baixa. Setembro do WTI em NY: US$ 87,28 o barril (-5,16%).
Fonte: Agência SAFRAS