O recuo dos contratos futuros da soja em Chicago deverá trazer cautela ao mercado físico brasileiro nesta terça-feira. Os preços tendem a cair, mesmo com o dólar subindo. Compradores e vendedores aguardam a divulgação dos números do USDA, no início da tarde.
Os preços da soja reagiram na maioria das praças na segunda-feira, resultado da combinação de cotações futuras em alta em Chicago e valorização do dólar frente ao real. O ritmo dos negócios melhorou, mas ainda é moderado. Negociadores aguardam o relatório de amanhã do USDA.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 192,50 para R$ 194,00. Na região das Missões, a cotação subiu de R$ 190,50 para R$ 191,00. No Porto de Rio Grande, o preço aumentou de R$ 194,50 para R$ 198,50.
Em Cascavel, no Paraná, o preço aumentou de R$ 186,50 a saca para R$ 191,50. No porto de Paranaguá (PR), a saca subiu de R$ 193,00 para R$ 198,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca passou de R$ 170,00 para R$ 174,00. Em Dourados (MS), a cotação avançou de R$ 174,50 para R$ 177,00. Em Rio Verde (GO), a saca aumentou de R$ 170,00 para R$ 173,00.
Chicago
Os contratos da soja com entrega em novembro registram baixa de 1,38%, cotados a US$ 13,85 1/2 por bushel.
Mais cedo, o mercado chegou a registrar ganhos, sustentado pelo clima seco em partes dos Estados Unidos. Porém, o cenário de aversão ao risco, com o petróleo despencando 4% diante do aumento de casos de covid na China, passou a preponderar.
Os operadores aguardam o relatório de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado hoje, às 13 horas (horário de Brasília). O Departamento deve reduzir a sua estimativa para a safra e os estoques finais de soja norte-americanos em 2022/23. Os estoques para 2021/22 deverão ser elevados.
Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em produção de 4,515 bilhões de bushels em 2022/23. Em junho, a previsão ficou em 4,64 bilhões de bushels. No ano passado, a safra somou 4,435 bilhões de bushels.
Para os estoques finais, o mercado indica número de 214 milhões para a temporada 2022/23 e de 215 milhões para 2021/22. Em junho, a previsão do USDA era de 280 milhões e 205 milhões, respectivamente.
Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2022/23 de 99,2 milhões de toneladas, contra 110,5 milhões estimados em junho. Para 2021/22, a aposta é de estoques subindo de 86,2 milhões para 86,4 milhões de toneladas.
Para o Brasil, o USDA deve indicar safra de 125,9 milhões de toneladas para 2021/22, abaixo dos 126 milhões previstos em junho. A produção argentina deverá ser indicada em 43,3 milhões, abaixo dos 43,4 milhões indicados no relatório do mês passado.
Prêmios
Os prêmios de exportação da soja estavam em 150 a 155 pontos acima de Chicago no final da segunda no Porto de Paranaguá, para julho. Para agosto, o prêmio era de 155 a 166 acima. Para fevereiro, o prêmio estava em 62 a 85 pontos acima, conforme dados de SAFRAS & Mercado.
O preço FOB exportação (flat price) para julho em Paranaguá oscilou entre US$ 658,10 e US$ 659,90 por tonelada para junho, subindo na comparação com a sexta – US$ 656,30 e US$ 657,80.
As cotações voltaram a subir ontem nos portos brasileiros, guiadas por mais um dia positivo dos contratos futuros em Chicago. Os prêmios tiveram comportamento misto. A movimentação segue calma.
Câmbio
O dólar comercial registra alta de 0,14% a R$ 5,381. O Dollar Index registra alta de 0,19% a 108,23 pontos.
Indicadores financeiros
- As principais bolsas da Ásia encerraram em baixa. Xangai, -0,97%; Tóquio, -1,77%.
- As principais bolsas na Europa registram índices mais baixos. Londres, -0,43%; Paris, -0,3% e Frankfurt, -0,74%.
- O petróleo opera em baixa. Agosto do WTI em NY: US$ 99,09 o barril (-4,83%).
Fonte: Agência SAFRAS