O relatório de novembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 8, surpreendeu o mercado ao indicar números de produção e estoques abaixo do esperado pelo mercado. Mas o impacto sobre as cotações foi pontual e limitado.
No balanço da semana, a ampla oferta americana, o bom desenvolvimento das lavouras no Brasil e os temores de menor demanda por óleo determinaram perdas nas cotações futuras. O receio é de que o governo Trump não se esforce em apoiar a produção de biodiesel e isto está sendo precificado.
No Brasil, a semana foi marcada por poucos negócios. As cotações sentiram a pressão de Chicago, compensada parcialmente pelo câmbio, com dólar permanecendo na casa de R$ 5,80.
O USDA indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,461 bilhões de bushels em 2024/25, o equivalente a 121,4 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 51,7 bushels por acre, contra 53,1 do relatório anterior. O número ficou abaixo da expectativa do mercado, de 4,553 bilhões ou 123,9 milhões de toneladas. Em outubro, a estimativa era de 4,582 bilhões de bushels ou 124,7 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão projetados em 470 milhões de bushels ou 12,8 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 535 milhões de bushels ou 14,56 milhões de toneladas. Em outubro, o número era de 550 milhões ou 14,97 milhões de toneladas.
O USDA reduziu a previsão de exportações de 1,850 bilhão para 1,825 bilhão de toneladas. O esmagamento está agora estimado em 2,410 bilhões de bushels, menor que os 2.425 bilhões indicados em outubro.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2024/25 de 425,4 milhões de toneladas. Em outubro, o número era de 428,9 milhões. Para 2023/24, a previsão é de 394,73 milhões de toneladas.
Os estoques finais para 2024/25 estão estimados em 131,7 milhões de toneladas, abaixo da previsão do mercado de 134 milhões de toneladas. No mês passado, a previsão era de 134,7 milhões de toneladas. Os estoques da temporada 2023/24 estão estimados em 112,4 milhões de toneladas. O mercado esperava número de 112,3 milhões de toneladas.
Para a produção brasileira, o USDA manteve as estimativas em 153 milhões de toneladas para 2023/24 e em 169 milhões para 2024/25. Para a Argentina, a previsão para 2023/24 foi elevada 48,1 milhões para 48,21 milhões de toneladas. Para 2024/25, a estimativa é de 51 milhões de toneladas, sem alteração sobre o mês anterior.
As importações chinesas em 2023/24 foram mantidas em 112 milhões de toneladas. Para a próxima temporada, a previsão é de um número de 109 milhões de toneladas, repetindo o mês anterior.
Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News