O manejo de plantas daninhas requer atenção especial para reduzir as perdas de produtividade em culturas agrícolas, em função da matocompetição. Entretanto, além do tradicional controle químico na pós-emergência das culturas, é fundamental atentar para estratégias que permitam reduzir as populações das plantas daninhas durante os períodos entressafra, especialmente se tratando de espécies com resistência conhecida a herbicidas pós-emergentes.

Espécies a exemplo do capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) e do capim-amargoso (Digitaria insularis) , tem demonstrado crescente participação nas áreas agrícolas. O rápido crescimento e desenvolvimento dessas espécies, atrelados a grande capacidade de rebrote e elevada adaptabilidade, tem contribuído para a persistência dessas plantas daninhas durante o período entressafra da soja e milho.

Além disso, essas plantas daninhas apresentam resistência conhecida a determinados herbicidas, incluindo graminicidas frequentemente utilizados no manejo e controle pós-emergente, o que dificulta ainda mais o controle efetivo dessas espécies, em função limitada opção de herbicidas sem resistência.

Figura 1. Casos de resistência de capim-pé-de-galinha e capim-amargoso a herbicidas no Brasil.
Fonte: Heap (2024); HRAC-BR

Conforme destacado pelo professor e pesquisador da UFPR Alfredo Albrecht, essas espécies de plantas daninhas têm persistido em áreas agrícolas, mesmo sob condições climáticas e ambientais desfavoráveis. Caso o controle eficiente não seja realizado durante o período entressafra, há uma grande probabilidade que de essas plantas infestem a cultura sucessora, causando perdas significativas de produtividade.

Além disso, vale lembrar que o controle eficaz dessas espécies depende não só do posicionamento dos herbicidas, como também do estádio de desenvolvimento da planta daninha, sendo que, normalmente plantas mais jovens são mais facilmente controladas.


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O controle químico do capim-pé-de-galinha e do capim-amargoso durante o rebrote é uma importante estratégia de manejo. De acordo com Grigolli (2017), o capim-amargoso é melhor controlado quando realizada a aplicação dos herbicidas após manejo da roçada das plantas entouceiradas, mais especificamente, no início do rebrote.

Além desse manejo, pensando na pré-semeadura da soja, é essencial pensar no uso de herbicidas pré-emergentes para reduzir os fluxos de emergência dessas gramíneas no estabelecimento da cultura, utilizando aplicações sequenciais de pós-emergentes quando necessário. Confira abaixo o vídeo com as dicas e contribuições do professor e pesquisador Alfredo Albrecht.


Veja mais: Controle do capim-amargoso: Confira o desempenho de alguns herbicidas



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Referências:

GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2016/2017, 2017. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Soja-20162017.pdf >, acesso em: 10/09/2024.

HEAP. I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE, 2024. Disponível em: < https://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 10/09/2024.

HRAC-BR. RESISTÊNCIA: PLANTAS DANINHAS III. Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/_files/ugd/48f515_18aa1de86830499d9d8b3827af2121f4.pdf?index=true >, acesso em: 10/09/2024.

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