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Resultados da pesquisa para controle da mancha-alvo colaboram com manejo da doença

Por Cláudia Vieira Godoy e Maurício Conrado Meyer

A mancha-alvo na cultura da soja é causada pelo fungo Corynespora cassiicola. Os sintomas típicos da doença são observados nas folhas, iniciando por pontuações pardas, com halo amarelado e evoluindo para manchas circulares, de coloração castanho-clara a castanho-escura. Normalmente, as manchas apresentam pontuação no centro e anéis concêntricos de coloração mais escura. Também podem ocorrer manchas em pecíolos, hastes e vagens. A doença é favorecida por chuvas bem distribuídas. Cultivares suscetíveis podem sofrer desfolha com perdas de até 40% de produtividade.

Além da soja, o fungo infecta mais de 400 espécies de plantas, entre elas importantes culturas como o algodão, o mamão, a seringueira, o tomate, o feijão, a crotalária e diversas plantas daninhas. Além da ampla gama de hospedeiros, o fungo pode sobreviver em sementes infectadas e em restos de cultura e formar clamidosporos que são estruturas de sobrevivência. A incidência dessa doença tem aumentado na cultura da soja em razão do aumento da semeadura de cultivares suscetíveis, da utilização de culturas em sucessão que são hospedeiras do fungo, como o algodão e a crotalária e da menor sensibilidade/ resistência do fungo a fungicidas.

As estratégias de manejo recomendadas para essa doença são: a utilização de cultivares resistentes/tolerantes, o tratamento de sementes, a rotação/sucessão de culturas com milho e outras espécies de gramíneas e o controle químico com fungicidas. Desde a safra 2011/2012, experimentos em rede vêm sendo realizados para a comparação da eficiência de fungicidas registrados e em fase de registro para o controle da mancha-alvo na cultura da soja. A maioria dos experimentos são realizados na região do Cerrado, em razão da melhor distribuição das chuvas e maior favorabilidade ao desenvolvimento da doença. Na safra 2023/2024, houve distribuição irregular de chuvas no Cerrado e temperaturas acima da média, interferindo na evolução da mancha-alvo e favorecendo o aparecimento de sintomas de fitotoxicidade por fungicidas que contém protioconazol e tebuconazol na composição.

Nos experimentos em rede são utilizadas aplicações sequenciais de fungicidas. No entanto, isso não constitui uma recomendação de controle. As informações devem ser utilizadas dentro de um sistema de manejo, priorizando sempre a rotação de fungicidas com diferentes modos de ação para atrasar o aparecimento de resistência do fungo aos fungicidas. Os resultados sumarizados dos experimentos realizados na safra 2023/2024, para controle da mancha-alvo, podem ser consultados AQUI  no site da Embrapa Soja ou no site da Rrede de Fitossanidade Tropical.

Foto de capa: Maurício Stefanelo – Ceres Consultoria

Fonte: Marcelo Sá/SNA



 

FONTE

Autor:Cláudia Vieira Godoy e Maurício Conrado Meyer, pesquisadores da Embrapa Soja

Site: SNA

Equipe Mais Soja
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