O comportamento do mercado mundial de soja tem girado nas últimas semanas em torno do ritmo das compras chinesas de produto americano. Desde que foi anunciado o acordo entre Pequim e Washigton esse tem sido o principal vetor para a formação dos preços futuros em Chicago, balizando também a comercialização doméstica.
A China comprou 4, 787 milhões de toneladas de soja em grão dos Estados Unidos desde que o acordo fechado entre os dois países, no final de outubro. Contando as vendas para destinos não revelados – e supondo que estas operações sejam para o país asiático -, este número chegaria a 5,583 milhões de toneladas. Os números foram compilados por Safras & Mercado, com base nas vendas diárias anunciadas de forma oficial pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) desde então.
A informação contesta recente matéria veiculada pela agência Bloomberg, citando fontes familiarizadas com o acordo, de que a China teria garantido pelo menos 7 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos. Ou seja, as negociações entre os dois países não chegariam, na melhora das hipóteses, à metade do acordo fechado entre os dois países, que envolveria a comercialização de 12 milhões de toneladas até o final deste ano, prazo que foi revisado posteriormente para fevereiro.
“O número veiculado não condiz com os reportes oficiais”, aponta o analista de Safras, Rafael Silveira. “Se as vendas estivessem em 7 milhões de toneladas, o mercado não estaria caindo desse jeito”, completa.
A partir da segunda quinzena de outubro, quando as especulações em torno de um acordo entre as duas principais economias do mundo estaria para ser fechado, o contrato janeiro da soja iniciou uma escalada na Bolsa de Mercadorias de Chicago. A posição pulou de US$ 10,29 no fechamento do dia 15 de outubro para US$ 11,57 no dia 17 de novembro, com uma valorização acima de 12% no período.
Desde então, e com o ritmo dos negócios frustrando o mercado, teve início um processo de correção. Na manhã da sexta, 19 de dezembro, o contrato estava sendo negociado a US$ 10,49 por bushel, voltando aos níveis de 21 de outubro e devolvendo quase toda a alta acumulada no período entre 15 de outubro e 17 de novembro.
Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News




