A colheita foi praticamente suspensa, elevando a proporção colhida para 80% da área cultivada. Dois fatores interferiram: a recorrência de precipitações e a concentração dos esforços na colheita mais premente de soja e arroz para não ampliar perdas nessas culturas. As lavouras maduras de milho representam 11% da área cultivada; 9% estão em fases reprodutivas, de floração ou de enchimento de grãos; e 1% em desenvolvimento vegetativo. A produtividade obtida é de cerca de 3500 kg/ha, sendo aproximadamente 55% inferior à projetada inicialmente.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita na Campanha, até o momento, estava limitada às áreas irrigadas implantadas em setembro e outubro. Em Dom
Pedrito, 80% das lavouras, nesse sistema, foram colhidas, com perdas estimadas em torno de 10% do potencial produtivo inicial, decorrentes principalmente das temperaturas elevadas diurnas e noturnas. Em Caçapava do Sul, foi recentemente iniciada a colheita, atingindo 10% da área cultivada. Há predomínio de lavouras de sequeiro, e as perdas estimadas são de 70%, sendo que muitas lavouras tiveram perda total e, por isso, foram aproveitadas para a alimentação animal ou para a produção de silagem de baixa qualidade. As lavouras com semeadura mais tardia, nos demais municípios da Campanha e da Fronteira Oeste, apresentam bom potencial produtivo e estão em plena fase de enchimento dos grãos, sendo beneficiadas pelas temperaturas amenas e pela boa disponibilidade de umidade nos solos. Alguns produtores com lavouras destinadas à produção de silagem estão optando por deixar parte da área para a colheita dos grãos devido ao ótimo potencial produtivo e à grande valorização do milho no mercado. De maneira geral, nesses casos, os grãos devem ser utilizados pelos próprios agricultores na alimentação de bovinos, suínos e aves.
Na de Caxias do Sul, a colheita avançou para 56% da área semeada. As lavouras em maturação representam 37%, e 7% estão em fase de enchimento de grãos. As perdas decorrentes da estiagem se consolidaram em 60% sobre a expectativa inicial.
Na de Lajeado, 72% foram colhidos, e 18 % estão em maturação fisiológica. As perdas se consolidaram, e a estimativa atual de produtividade é de 2.650 kg/ha. As lavouras que foram semeadas em janeiro iniciaram o florescimento e, mesmo semeadas no limite ou fora do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático – ZARC, estão com muito bom desenvolvimento.
Na regional de Pelotas, o período de 03 a 09/04 foi sem precipitações. Mesmo sem as chuvas, os solos permanecem com teor adequado de umidade, permitindo o bom desenvolvimento das lavouras implantadas mais tardiamente. A colheita foi realizada apenas em 26% da área de cultivo. Predominam as lavouras em formação de grãos, com 39%; em florescimento, 11%; e 4% estão em desenvolvimento vegetativo.
Na de Passo Fundo, a colheita alcançou 95% da área cultivada, e 5% estão maduros por colher. A estiagem causou perdas significativas, ficando acima de 60%.
Na de Santa Rosa, com a adequada umidade nos solos e com a recorrência de chuvas em março e início de abril, as lavouras de milho safrinha estão, em sua maioria, em fase de floração ou de enchimento de grão, apresentando um bom aspecto geral e boa expectativa de produtividade. Os tratos culturais de controle de ervas-daninhas e a adubação nitrogenada em cobertura foram concluídos. Em relação ao controle das pragas, em especial da lagarta do cartucho, houve o prosseguimento, mas com pulverizações interrompidas por vezes no período, em decorrência das chuvas.
Na de Soledade, as lavouras com semeadura no período intermediário do zoneamento agrícola (percentual pequeno) se encontram em colheita e têm evidenciado elevadas perdas de produtividade devido à estiagem. As lavouras com implantação tardia, que foram
semeadas no período final do zoneamento agrícola e em áreas de restevas de tabaco, feijão, milho safra, silagem e em algumas áreas de soja com elevadas falhas de plantas causadas pela estiagem, continuam com bom aspecto vegetativo e reprodutivo. A ocorrência de baixas temperaturas no período amplia a duração das fases do ciclo de desenvolvimento, tornando as lavouras mais vulneráveis às possíveis ocorrências de geada no cedo.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço da saca de milho teve queda de -0,34%, variando de R$ 85,40 para R$ 85,11.
Milho silagem
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, aproximadamente 80% das lavouras de milho da Fronteira Oeste foram ensiladas. Na Campanha, a proporção é menor, com a operação encerrada em 50% das lavouras. As lavouras implantadas na segunda quinzena de dezembro atingiram o ponto de corte com potencial produtivo satisfatório. De modo geral, as plantas apresentam porte médio, devido à limitação no crescimento, causada pela falta de chuvas na fase vegetativa. Porém, a partir da fase de pendoamento, não houve mais ausência de umidade nos solos, refletindo em espigas com tamanho adequado e em plantas com folhas verdes desde a base. Produtores de Hulha Negra relatam que a produção de grãos, em algumas lavouras, foi superior à safra passada; houve certo prejuízo apenas no aspecto quantitativo.
Na de Lajeado, cerca de 90% do milho destinado à silagem já foi cortado, e a produtividade é cerca de 17 mil kg/ha. As lavouras semeadas em janeiro estão em floração e apresentam desenvolvimento muito superior às semeadas anteriormente, fato que vai permitir complementar o estoque de silagem, que está aquém do necessário há três anos.
Fonte: Emater/RS – Informativo Conjuntural