Em regiões onde a colheita de soja está mais adiantada, cerealistas abrem o silo e produtores dão atenção à continuidade da colheita do milho. No Estado, 84% das lavouras estão colhidas.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, 6% das lavouras estão em fase de formação/enchimento do grão, 6% em maturação do grão e 88% da área está colhida. A produtividade média das lavouras de milho da safra e safrinha está em 3.109 quilos por hectare. As lavouras de milho safra estão colhidas; a maioria das de safrinha se encontram em enchimento de grão e maturação, sofrendo com alta incidência da doença de enfezamento e com a falta de chuva nos últimos 15 dias, condições que reduzem o potencial dessas lavouras. A colheita desse milho safrinha deverá se intensificar assim que for concluída a colheita de soja e tão logo as máquinas colhedoras estejam disponíveis.

Na de Ijuí, a colheita da cultura foi retomada com a abertura das unidades de recebimento. O produto colhido apresenta baixa umidade e início de infestação de insetos nos grãos. Lavouras em maturação apresentam a cada dia mais sintomas de enfezamento causado pelo ataque de cigarrinhas, com aumento de plantas mortas, preocupando produtores relativamente ao manejo da cultura na próxima safra.

Na Campanha, região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita de grãos teve prosseguimento, mas ainda em ritmo lento, conforme o consumo nas propriedades. As áreas destinadas à produção de grãos estabelecidas em janeiro são as únicas que ainda estão em fase de enchimento dos grãos e que foram afetadas pela falta de chuvas expressivas ao longo de abril. Em geral, as lavouras estabelecidas em novembro e dezembro já passaram pela fase de formação dos grãos, estando em processo de perda de umidade para viabilizar a colheita. A retirada de espigas continua sendo realizada em várias propriedades, considerando que predomina o cultivo de milho em pequenas áreas destinadas ao autoconsumo. A colheita mecanizada é realizada nas lavouras de maior extensão e com maior nível tecnológico, cujos grãos já estão mais secos, sendo habitual um repasse para aproveitamento das espigas perdidas devido à utilização de plataformas de soja.

Na de Passo Fundo, a cultura está praticamente toda colhida, restando algumas áreas mínimas. Como a precipitação ocorrida durante o período de desenvolvimento da cultura foi de maneira geral irregular, as produtividades entre municípios e lavouras foram distintas; a
média fica ao redor de 8.400 quilos por hectare.

Na de Erechim, a ausência de precipitações na semana e já desde 26 de março causa grande déficit hídrico. As temperaturas baixaram, ficando entre 4°C e 26°C. Estão colhidos 95% dos cultivos. A produtividade média é de 5.520 quilos por hectare.

Na regional de Frederico Westphalen, a colheita avançou 1%, atingindo 98% das áreas. Na de Santa Maria, a colheita progrediu para 80% das áreas.



Na de Pelotas, a colheita chegou a 47% dos cultivos; outros 41% encontram-se em fase de maturação. Todo o milho grão já colhido na região é insuficiente para abastecer o mercado local. Seguem as compras de milho grão oriundo do Centro-Oeste brasileiro.

Na de Porto Alegre, ainda está no campo o milho safrinha, plantado entre final de outubro e início de novembro e sobre a resteva do fumo em janeiro. Essas lavouras estão em fase de maturação, e a redução das chuvas em abril tende a reduzir a produtividade esperada. A cultura de milho safra encontra-se em final de colheita, parte armazenada nas propriedades e a maior parte comercializada, tendo em vista bom preço; 76% estão colhidos. Com a perspectiva de aumento da produção, produtores terão dificuldade na colheita, secagem e no armazenamento de milho. A ampliação dos cultivos de milho está condicionada a soluções para tais dificuldades.

Na de Soledade, a colheita avançou para 80% das lavouras. O clima seco favorece a colheita de lavouras prontas; muitas dessas estão em relevo montanhoso, e a operação é manual. Lavouras semeadas no tarde – final de janeiro a meados de fevereiro, fora portanto do período indicado no zoneamento agrícola, sentem os efeitos da estiagem que acumula cinco semanas consecutivas sem chuvas significativas na região. A eventual ocorrência de geadas nessa época também poderá afetar essas lavouras.

Na de Caxias do Sul, a finalização da colheita da soja na maioria das propriedades liberou as máquinas para colheita do milho, atividade favorecida também pelo tempo seco no período. A colheita está quase finalizada nos municípios onde são cultivadas as maiores áreas, como Muitos Capões, Vacaria e Esmeralda, nos quais a semeadura também ocorre em uma curta janela de tempo. Já nos municípios onde se concentram os pequenos produtores e nos quais a semeadura ocorre de setembro a janeiro, a colheita deverá se estender ainda até junho próximo.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, 76% da área da cultura está colhida; a produtividade consolidada até o momento é de 5.538 quilos por hectare, 9,17% a menos da prevista inicialmente. Mesmo assim, não foi uma safra frustrada; muito pelo contrário. No início da safra, as previsões eram bastante desanimadoras, de forte estiagem, mas felizmente tal intensidade não se confirmou: ocorreram períodos de falta de chuva e má distribuição, mas antes que a maioria das áreas entrasse em período reprodutivo, a fase mais crítica para falta de chuvas, elas retornaram com certa regularidade, o que permitiu que os agricultores obtivessem, na média, boas produtividades. Em abril, se repetiu o pouco volume de chuva, média em torno de 15 mm, o que comprometeu as lavouras mais tardias, que já vinham sofrendo em decorrência de doenças transmitidas pela cigarrinha. Mas como essas áreas são menores, não chegou a influenciar muito na produtividade média da região. Embora a produtividade menor, a receita bruta obtida pelos agricultores é de supersafra, pois o valor do produto aumentou mais de 100% no decorrer da safra.

Mercado (saca de 60 quilos) 

No levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio do milho segue em elevação. O valor passou de R$ 85,67 para R$ 90,17/sc., um aumento de 5,25%. O preço do produto disponível em Cruz Alta se manteve estabilizado em R$ 98,00/sc.

Fonte: Emater/RS-Ascar – Informativo Conjuntural – Nº 1657

 

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