A presença de chuvas em bons volumes no Estado contribuiu para a retomada dos plantios, que já chega a 87%, e para a melhoria do desenvolvimento das plantas.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Bagé e Soledade, as chuvas ocorridas com bons volumes contribuíram para a melhora das lavouras. Em algumas localidades da regional de Frederico Westphalen, as precipitações foram acima de 90 milímetros, colaborando para atenuar os efeitos do estresse hídrico, principalmente nas lavouras que se encontram em florescimento (40%) e em enchimento de grãos (55%). Todavia, a deficência hídrica que persistiu na região já ocasionou uma perda média de produtividade estimada em 50%.
Essas áreas continuam a ser periciadas para encaminhar o aproveitamento da massa verde e a utilização da área com outro cultivo. Nas áreas destinadas à silagem as chuvas atenuarão as perdas de massa verde e da qualidade dos grãos.
Na de Bagé, a semeadura avançou rapidamente na Campanha. A umidade no solo deve garantir o estabelecimento de lavouras com população de plantas adequada e distribuição uniforme. Nas áreas implantadas durante novembro, há boa recuperação no desenvolvimento, especialmente após a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. Em Hulha Negra, está sendo experimentado o uso de novas tecnologias de controle fitossanitário: em lavoura de 10 hectares, um produtor está aplicando ovos da vespa Trichogramma via drone como forma de avaliar essa alternativa de controle biológico.
Na de Soledade, a área plantada já chega a 68% da intenção de plantio de 77 mil hectares, e também foi beneficiada pelas chuvas, sobretudo as lavouras que se encontram em florescimento e enchimento de grãos. O retorno das chuvas estanca a estiagem e tranquiliza os produtores de milho que veem possibilidades de bons rendimentos, apesar de algumas perdas. Em casos específicos, os agricultores solicitaram Proagro.
As condições do tempo permitem a realização dos manejos de adubação nitrogenada em cobertura e de controle de plantas invasoras em lavouras semeadas em final de outubro. Em casos pontuais de incidência da lagarta do cartucho, foi realizado o controle.
Na regional de Caxias do Sul, as lavouras evidenciam boa recuperação no aspecto geral, especialmente as que estão entrando em floração e as em enchimento de grãos, após terem recebido chuva com volumes que variaram entre 22 milímetros – em Serafina Corrêa e 60 milímetros – em Caxias do Sul e Pinhal da serra.
Na regional de Ijuí, os cultivos apresentam variabilidade de danos ocasionados pela falta de chuvas quando os cultivos se encontravam nas fases críticas de floração e espigamento. As lavouras que floresceram no período de estiagem apresentam perdas significativas de potencial produtivo: espigas pequenas, malformadas e com reduzido número de grãos. Nas áreas destinadas à colheita de grãos, produtores negociam a venda para confecção de silagem. As lavouras nas quais o período reprodutivo iniciou após o retorno da umidade adequada no solo apresentam plantas de pequeno porte, mas espigas com tamanho normal e elevado número de grãos. A dúvida que permanece entre técnicos e agricultores é a capacidade de a planta com baixo índice foliar realizar o adequado enchimento de grãos.
Na de Pelotas, permanece a atividade de plantio, tanto de milho grão quanto de silagem, notadamente nos municípios e localidades onde houve precipitações. O avanço foi maior na região Colonial, em Canguçu com 65% de área semeada; São Lourenço do Sul, 56%; e em Pelotas, com 60% da intenção de cultivo. As chuvas esparsas, localizadas e de baixo volume contribuíram igualmente para o bom desenvolvimento dos cultivos. Os produtores realizam adubação em cobertura, aplicações de herbicidas para o manejo das ervas invasoras e monitoram o ataque de pragas, principalmente a lagarta do cartucho do milho.
Na regional de Passo Fundo, 80% dos cultivos se apresentam em pendoamento. Em geral, os produtores observam o comportamento dos cultivos, que estiveram sob condição de estiagem de setembro a novembro. As precipitações, com volume superior a 50 milímetros, contribuíram para o desenvolvimento das plantas e amenizaram as condições de baixa umidade do solo.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, a continuidade das chuvas, com volume médio de 65 milímetros, reduziu a situação de estresse hídrico das plantas. As perdas devido à estiagem, estimadas em média de 51% da produtividade esperada, redimensionam o rendimento médio para cinco mil quilos por hectare. Em alguns municípios, as áreas comprometidas estão sendo utilizadas para alimentação animal e para replantio. As perdas mais significativas estão em Barra do Rio Azul, 85%; em Aratiba, Cruzaltense, Faxinalzinho, Itatiba do Sul e Mariano Moro, 70%; e em Erval Grande e Marcelino Ramos, em média de 65% da produtividade. Nas áreas voltadas à produção de silagem, que totalizam 14.980 hectares, há perdas de 50% do rendimento, devido à redução da produção de massa verde e da qualidade dos grãos.
Na de Santa Maria, a área plantada está estabilizada em torno de 50% do total previsto de 42.335 hectares. A retomada das atividades se dará após a colheita do tabaco. Nos últimos 15 dias, as condições do tempo foram boas para o pleno desenvolvimento das plantas, embora as lavouras mais adiantadas já tenham sido afetadas com perdas médias estimadas em 6% sobre a produtividade esperada de 5.568 quilos por hectare.
Mesmo com o bom volume de chuvas – de 60 a 142 milímetros – ocorrido na maioria dos municípios da regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, o dano na produtividade causado pela estiagem de primavera é irrecuperável nas lavouras de milho que se encontram em floração e formação de grãos. A perda média estimada é de 80% sobre a produtividade inicial de 8.188 quilos por hectare, reduzindo-a para 1.604 quilos por hectare. Os reflexos da estiagem vêm provocando forte demanda de vistorias das lavouras para amparo do Proagro – até 04/12, há mais de 700 comunicados de perdas.
Das lavouras, 13% se encontram em floração e ainda têm potencial produtivo para alcançar a expectativa inicial. Mas para a grande maioria das lavouras já não o há mais, pois 61% já estão na fase de enchimento de grãos, 14% em maturação e 12% das lavouras já foram colhidas antecipadamente em áreas liberadas pela perícia do Proagro – porque não apresentavam rendimento que compensasse a colheita, e os produtores utilizaram a planta inteira para alimentação animal. Nas áreas voltadas à silagem, a situação é semelhante. Em média, as perdas na produção estão estimadas em 70% em relação à expectativa inicial de produtividade média de 40 toneladas por hectare.
Mercado (saca de 60 quilos)
No levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio do milho chegou a R$ 75,76, com redução de 4,10% em relação ao da semana anterior.
Na região de Ijuí, o preço varia entre R$ 76,00 e R$ 77,00. Na de Bagé, entre R$ 70,00 e R$ 88,00; na de Frederico Westphalen, entre R$ 75,00 e R$ 76,00; na de Caxias do Sul, R$ 76,00; na de Passo Fundo, o preço é de R$ 80,00; Santa Rosa, R$ 74,00. Na regional de Pelotas, varia entre R$ 60,00 e R$ 90,00. Na de Erechim, o preço médio é de R$ 72,00; na de Soledade, R$ 78,30; e na de Santa Maria, R$ 79,60/sc.
Fonte: Emater/RS