O relatório semanal de acompanhamento das lavouras, da Emater-RS registra que, nesta safra, a área inicialmente estimada para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares, cujo plantio foi encerrado nesta semana. A maioria das lavouras no Estado encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo) e 3% na fase de floração.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí (30% da área do Estado), que engloba os Coredes Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial as temperaturas mais baixas, alta luminosidade e umidade do solo ideal durante a semana resultaram em bom desenvolvimento da cultura. Em geral as plantas apresentam um grande número de perfilhos, bom enraizamento e estatura de acordo com a fase de desenvolvimento.
Plantas apresentam folhas de coloração verde intensa. Os produtores seguiram com o manejo da cultura, intensificando a aplicação de fungicidas e finalizando o controle de invasoras. De modo geral ocorreu uma redução do ataque de lagarta-rosca (lagarta de solo, que apareceu em algumas lavouras no município de Ijuí) devido às baixas temperaturas. Cultura em final de estágio vegetativo, com as primeiras lavouras iniciando o alongamento.
Em 97% da área de 221 mil hectares a cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (final do estádio de perfilhamento e iniciando elongação) e 3% em início da floração.
Na regional de Santa Rosa (27% da área de trigo do Estado), que compreende os Coredes Fronteira Noroeste e Missões, 96% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e iniciando elongação) e 4% em floração. As lavouras se recuperaram devido às chuvas na semana anterior e foi possível concluir a adubação em cobertura. Além disso, o frio impediu a proliferação de lagartas, e o tempo seco permitiu que os produtores realizassem o controle destas em lavouras atacadas no início do desenvolvimento da cultura do trigo.
Alguns produtores estão realizando a aplicação de fungicidas preventivos para controle de doenças foliares e do colmo, especialmente a ferrugem e o oídio. Os municípios de maior área cultivada com trigo na região são Giruá, com estimativa de cultivo em 23 mil hectares, e São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões, em 18 mil hectares cada.
Na regional de Frederico Westphalen (14% da área no Estado), que corresponde aos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, em 97% das lavouras o trigo está em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo) e 3% em início da floração. Em algumas lavouras, ocorre o surgimento de doenças e de lagartas.
Os produtores estão realizando aplicações com fungicidas em algumas lavouras de forma preventiva. Seguem os tratos culturais, especialmente o controle de invasoras e a adubação em cobertura, de acordo com as fases de desenvolvimento da cultura do trigo. Na região, Palmeira das Missões (com nove mil hectares), Chapada (6,5 mil hectares) e Boa Vista das Missões (com seis mil hectares) são os municípios com a maior estimativa de área cultivada.
Na regional de Passo Fundo (6,5% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Produção e Nordeste, a cultura está na fase de desenvolvimento vegetativo. Os produtores realizam monitoramento habitual de pragas e doenças, além de tratamentos fitossanitários. Nas regiões onde a cultura foi plantada em períodos tardios, os produtores realizam a adubação em cobertura. As condições de umidade do solo melhoraram, pois em 30 de julho, 02 e 03 de agosto p.p. ocorreram precipitações de até 36,7 mm (dados da estação meteorológica da Embrapa Trigo de Passo Fundo), o que favoreceu o bom desenvolvimento da cultura.
Na regional de Santa Maria (5,5% da área do Estado), que engloba os Coredes Central, Vale do Jaguari e Jacuí Centro, as temperaturas baixas e os dias ensolarados continuaram nesta semana e favoreceram o desenvolvimento da cultura. Em 94% da área, as lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento de colmos) e 6% no início da floração.
Muitos triticultores, em cujas propriedades o plantio ocorreu no final do período de zoneamento, ainda estão fazendo os tratos culturais, tais como controle de plantas invasoras e adubação de cobertura. Na região, as maiores áreas estão situadas em Tupanciretã, com 14,8 mil hectares; Santiago, com 5,5 mil hectares; e Júlio de Castilhos e Capão do Cipó, com estimativa de cinco mil hectares de área cultivada com trigo em cada município.
Na regional de Bagé (5,1% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Campanha e Fronteira Oeste, em toda a área cultivada as lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos). As precipitações constantes na região Sul do Estado, até o início da semana, ainda preocupam os produtores, que monitoram as lavouras prevendo o surgimento de doenças.
Os municípios com maior estimativa de área cultivada são os seguintes: São Borja, com 13 mil hectares; Itaqui, com seis mil hectares; e São Gabriel, com quatro mil hectares de área cultivada com a cultura do trigo.
Na regional de Caxias do Sul (4% da área do Estado), que corresponde aos Coredes Campos de Cima da Serra e Hortênsias, houve grande variação de temperatura na semana – calor até a quinta-feira e frio no final de semana. Esta condição de temperatura baixa favoreceu as lavouras dos Campos de Cima da Serra que estão em fase inicial de desenvolvimento vegetativo, intensificando-se o perfilhamento das plantas.
A chuva ocorrida, apesar do baixo volume, seguida de dias ensolarados e frios são condições favoráveis ao bom desenvolvimento das lavoras, que apresentam excelente aspecto nutricional e sanitário. Os Campos de Cima da Serra têm histórico de colheitas com produtividade e qualidade acima da média do Estado (média de 4,2 toneladas por hectare na safra 2018 em Muitos Capões contra 2,46 toneladas por hectare no Estado).
Por enquanto, pelas boas condições do tempo e pela situação atual das lavouras, essa expectativa deve se repetir na safra que se inicia.
Na regional de Erechim (com 3,3% da área do Estado), que corresponde ao Corede Alto Uruguai, as lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo. De modo geral, as lavouras de trigo encontram-se com bom desenvolvimento, e os produtores realizam os tratos culturais, tais como o controle de invasoras e a aplicação de adubação em cobertura.
Os municípios com a maior área cultivada da região são os seguintes: Sertão – estimados quatro mil hectares com cultivo de trigo; Campinas do Sul, três mil hectares; e Cruzaltense, dois mil hectares.
Na regional de Soledade (com 3% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, o quadro climático predominante da semana foi favorável para a cultura do trigo, ou seja, a combinação de luminosidade solar, temperaturas amenas e umidade do solo adequada propiciou condições para o bom crescimento e desenvolvimento da cultura.
Esse quadro favoreceu a realização dos tratos culturais, tais como a adubação em cobertura e o controle de plantas invasoras. Lavouras plantadas no início do período indicado pelo zoneamento entraram no estágio de elongação; as plantadas no final do período, em perfilhamento. Os produtores seguem com o monitoramento e controle, principalmente da Spodoptera (lagarta-do-cartucho), em algumas lavouras. Também utilizaram controle químico para oídio em algumas lavouras devido ao período de tempo seco nas primeiras semanas de julho.
Fonte: T&F Agroeconômica