Os preços do arroz no mercado brasileiro dispararam em agosto, reflexo da boa demanda pelo cereal associada ao forte patamar do dólar ante ao real – que encarece as importações. Mesmo com a queda de 2% na moeda norte-americana por volta das 11 horas, ela segue próxima de R$ 5,50.
No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a saca de 50 quilos tinha média de R$ 92,38 no dia 27 de agosto, ante R$ 81,22 por saca no dia 20 de agosto. Em 30 dias, a alta acumulada era de 40,29%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação chegava a 109,28%.
Segundo a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que participou de Live da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 25 de agosto, o Governo Federal está trabalhando para o preço do arroz retornar ao equilíbrio.
A ministra enalteceu que o preço do arroz é remunerador ao produtor. “Mas já está caro ao consumidor”, adverte. De qualquer forma, Tereza Cristina não especificou quais medidas poderiam ser tomadas pelo Governo para segurar o preço do cereal.
Tiago Sarmento Barata, diretor executivo do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz), lembra que o preço do cereal subiu muito nos últimos 30 dias. “Este valor muito alto vai induzir a um aumento exagerado de área”, aposta. Para ele, a cotação atual também vai afetar o consumo interno, já que o poder aquisitivo da população está menor devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus.
Para José Ronaldo Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, o preço do arroz se descolou da paridade de importação. “A oferta restrita da safra 2019/20 ajudou a sustentar os preços internos”, ressalta.
Para a temporada 2020/21, a exportações de arroz devem somar 1,4 milhão de toneladas segundo o Ipea, enquanto as importações devem atingir 900 mil toneladas. Com isso, a balança comercial do cereal deve ser positiva em 500 mil toneladas.
Fonte: Agência SAFRAS