Não é de hoje que o agronegócio brasileiro é criticado por seus impactos ambientais com fatos e argumentos cada vez mais distorcidos que apontam uma realidade um tanto quanto exagerada dos efeitos resultantes dos processos produtivos. Agora a vilã da vez é a cadeia de produção da soja, especialmente quanto às emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Recentemente, foram atribuídas às exportações brasileiras de soja emissões acumuladas de 223,46 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2 -eq.), entre 2010 e 2015, entretanto, tais valores não representam a realidade vivida na cadeia da soja, e de forma cada vez mais distorcida vem sendo utilizados em campanhas negativas sobre a soja brasileira no exterior (Nepomuceno et al., 2021).
É verdade que a agricultura brasileira, especialmente a cadeia produtiva da soja é responsável pela emissão de gases do efeito estufa, entretanto, com o avanço tecnológico, a agricultura está cada vez mais eficiente, maximizando recursos, aumentando a produtividade e economizando insumos, fato que vem contribuindo consideravelmente para a redução da emissão dos gases do efeito estuda. Segundo Nepomuceno et al. (2021), sistemas de cultivo, processos simbióticos e formas de cultivo como respectivamente o sistema plantio direto, a fixação biológica de nitrogênio e o sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta, quando utilizadas de forma conjunta podem contribuir para a redução de até 50% do CO2 -eq.
O fato é que com os avanços tecnológicas nas áreas de genética, manejo e sistema de produção, a agricultura brasileira vem se tornando cada vez mais sustentável, ao passo em que ano após ano são observadas safras recordes sem elevados impactos ambientais. Entretanto, a emissão de carbono é um problema real que deve ser manejado de forma eficiente e eficaz visando reduzi-la de forma significativa sem perder qualidade e quantidade da soja produzida.
Frente a esse cenário e como uma contribuição direta para as estratégias globais de descarbonização da economia e atingimento das metas de governos e de negócios para redução das emissões de GEEs, é urgente e necessário o desenvolvimento de marcas- -conceitos, atreladas a sistemas de certificação de terceira parte, com base em critérios científicos, internacionalmente validados, que assegurem um produto diferenciado produzido sob condições favoráveis à mitigação das emissões de GEEs, com critérios objetivos, mensuráveis e reportáveis (Nepomuceno et al., 2021).
Com esse propósito, a Embrapa Soja e a Embrapa Gado de Corte estão propondo a criação e o estabelecimento de uma marca-conceito designada Soja Baixo Carbono (SBC). O Programa SBC – Soja Baixo Carbono: um novo conceito de soja sustentável, foi apresentado no Comunicado Técnico nº 100 de 2021, onde é possível observar informações frente ao que pode ser feito na cadeia produtiva da soja, como mensurar a redução das emissões dos gases do efeito estufa, critérios para certificação e muito mais, com um modelo de redução da intensidade das emissões de GEEs em função da adoção de práticas sustentáveis no sistema de produção de soja.
Figura 1. Modelo de redução da intensidade das emissões de GEEs em função da adoção de práticas sustentáveis no sistema de produção de soja.
Conforme destacado por Nepomuceno et al. (2021), o SBC posiciona-se como marca-conceito inovadora e diferenciada em relação às demais inciativas, com foco no produto (soja) e no balanço das emissões dos gases do efeito estufa. Ficou curioso(a)? Quer saber mais sobre o Programa SBC – Soja Baixo Carbono? Clique aqui e confira o material completo disponibilizado pela Embrapa.
Referências:
NEPOMUCENO, A. L. et al. PROGRAMA SBC – SOJA BAIXO CARBONO: UM NOVO CONCEITO DE SOJA SUSTENTÁVEL. Embrapa, Comunicado Técnica, n. 100, 2021. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223157/1/COMUNICADO-TECNICO-100-online.pdf >, acesso em: 13/05/2021.