Valores constam nos cálculos do Consultor, produtor e ex-Secretário de Valor Agregado da Nação Argentina, Roleta Néstor e publicados em sua rede Social e nos portais Agrofy News e Infocampo, ambos da Argentina.
Com o elevado custo de produção, cultivar uma lavoura de soja produtiva, rentável e lucrativa é um desafio safra após safra. Tornar-se competitivo no agronegócio sempre foi um desafio independentemente do tamanho da propriedade e área cultivada.
Em virtude da grande variabilidade climática e ambiental, em especial em anos sobre influência de fenômenos climáticos como o La Niña e o El Niño, é difícil determinar a produtividade final da lavoura, e com ela a lucratividade. Agora imagine em maio a tanta adversidade, ficar com apenas 6,75% do resultado final da produção por hectare de soja produzido?
Infelizmente essa é a situação vivenciada pelos produtores Argentinos. Segundo relatado pelo Consultor, produtor e ex-Secretário de Valor Agregado da Nação, Roleta Néstor, o Estado fica com US$ 723 por hectare enquanto o produtor recebe apenas US$ 95.
Isso é resultado da pressão tributária (66% do total) imposta pelo Estado, que se deve a um imposto distorcido sobre a renda bruta (retenções). A exemplo do impacto causado na produção de soja, levando em consideração a produção média Argentina da safra passada (2021/22) de aproximadamente 2,8 toneladas por hectare, o Estado, na soma de seus impostos (Nacional, Provincial e Municipal), ficaria com 723 U$/ha, enquanto ao produtor para cultivar seu próprio campo permaneceria com U$ 95,94/ha, levados em consideração os custos de produção, e desconsiderando o custo de oportunidade da terra, conforme destaca Roleta Néstor.
Tabela 1. Estimativa do custo de produção e receita da soja em função da produtividade para a safra 2022/23. Autor: Roleta Néstor.
A situação fica ainda mais crítica em casos de baixa produtividade. Supondo a negativa influência de fenômeno climático como o La Niña, cujo impacto pode limitar e/ou reduzir a produtividade da soja pela redução das precipitações pluviométricas, para uma situação, cuja redução média de produtividade é de 20% (em relação a produtividade média de 2,8 T/ha), o Estado arrecadará cerca de 560 U$S/ha e o produtor não teria lucratividade, isso sem considerar o custo de oportunidade da terra.
Tabela 2. Estimativa do custo de produção e receita da soja em função da produtividade (20% inferior à média) para a safra 2022/23.Autor: Roleta Néstor.
Estes cálculos foram publicados também no Twiter do Consultor, produtor e ex-Secretário de Valor Agregado da Nação, Roleta Néstor, apra conferir clique aqui.
Estes dados e a severidade do clima, talvez expliquem a queda na área de soja que o pais vizinho vinha enfrentando nos anos, quando da campanha 2015/2016 a 2021/2022, a oleaginosa havia perdido quase 20% da área plantada. Nesta safra, estimativas apontam incremento da área, com semeadura de 16,8 M ha. O aumento seria de 700 mil hectares, 4,3% a mais que em 2021. os números deste ciclo ainda precisam ser confirmados visto que agricultores enfrentam grande dificuldade na instalação das lavouras em função do clima seco.
Fonte: Bolsa de Cereais de Rosário
Referências:
INFOCAMPO. La soja y la sequía: “El Estado se lleva U$S 560 por hectárea y para el productor el resultado es negativo”: El productor, consultor y ex dirigente rural, Néstor Roulet, realizó proyecciones para la próxima campaña sojera y alertó sobre que mientras los productores pueden salir en “rojo”, en el Gobierno “siempre ganan”, Info campo, 2022. Disponível em: < https://www.infocampo.com.ar/la-soja-y-la-sequia-el-estado-se-lleva-us-560-por-hectarea-y-para-el-productor-el-resultado-es-negativo/ >, acesso em: 30/11/2022.
ROLETA, NESTOR. SOJA: ESTADO FICA COM US$ 723 POR HECTARE ENQUANTO O PRODUTOR RECEBE APENAS US$ 95. Agrofy News, 2022. Disponível em: < https://news.agrofy.com.ar/opinion/202086/soja-estado-se-queda-us-723-hectarea-mientras-productor-recibe-solo-us-95 >, acesso em: 30/11/2022.