Segundo o projeto CPA-MT, em jul/25, o custeio da soja para a safra 25/26 em MT apresentou alta de 0,92% em relação ao mês anterior, sendo projetado em R$ 4.183,04/ha. Esse aumento foi influenciado pelo avanço nas despesas com o pacote de fertilizantes e corretivos (+1,31%) e com de defensivos (+1,44%). Com o incremento nos insumos, a relação de troca (RT) no mês aumentou para os principais produtos.
Assim, para adquirir uma tonelada de KCl, MAP e SSP, o produtor precisaria entregar, respectivamente, 25,76; 44,77; e 23,69 sacas de soja, representando altas de 10,72%, 1,64% e 3,02% ante ao mês anterior. Vale destacar que, em julho, tanto o MAP quanto o SSP ultrapassaram as máximas para o mês dos últimos cinco anos; entretanto, o KCl permaneceu abaixo da média histórica.
Por fim, no próximo mês terá início a temporada de soja no estado, e o produtor que deixou para adquirir o restante dos insumos nesse período poderá enfrentar preços mais elevados, resultando em uma relação de troca desfavorável e, consequentemente, em maiores despesas.
ALTA: o preço da soja em Chicago subiu 4,47% no comparativo semanal, impulsionado pelas declarações de Trump sobre possível aumento nas importações chinesas.
CRESCIMENTO: na semana anterior, a paridade de exportação para mar/26 registrou alta de 1,59%, encerrando com média de R$ 106,85/sc.
MENOR: a moeda norte-americana registrou desvalorização de 1,26% em relação à semana passada, influenciada por fatores externos relacionados à taxa de juros nos EUA.
Em jul/25, MT importou 617,15 mil t de fertilizantes, alta de 8,86% em relação ao mesmo mês do ano passado, impulsionada pelo aumento nas compras de nitrogenados (+361,89%) e fosfatados (+75,00%)
No entanto, ao analisar o acumulado de jan/25 a jul/25, o estado importou 2,97 milhões de t de fertilizantes, o que representa retração de 18,51% frente ao mesmo período de 2024, configurando o menor volume adquirido nos últimos seis anos. Esse recuo está diretamente relacionado ao encarecimento dos fertilizantes, cenário em que muitos produtores aguardaram uma redução nos preços, o que não ocorreu para alguns produtos.
Prova disso é o ritmo de comercialização dos fertilizantes para a safra 25/26, que está cerca de 12,58 p.p. abaixo do registrado na safra anterior, tornando, até a estimativa de julho, a temporada mais atrasada da série histórica do Instituto.
Por fim, esse cenário pode indicar não apenas um menor investimento por parte dos produtores para a próxima safra, mas também possíveis problemas logísticos, já que muitos postergaram suas compras e ainda não garantiram todos os insumos necessários.
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Fonte: Imea