Ainda sem causa definida, a anomalia da soja (podridão dos grãos) e quebramento da haste preocupa sojicultores brasileiros. Geograficamente o problema é maior na região médio-norte de Mato Grosso, em Rondônia, na região mato-grossense, assim como nos estados do Paraná e de Santa Catarina (Embrapa, 2024).
O quebramento da haste normalmente é observado a partir do período de pré-fechamento das entrelinhas, podendo ser visualizado somente após o início da formação de grãos, já a podridão de grãos é observada a partir do início de enchimento de grãos (Embrapa, 2024).
Figura 1. Quebramento de plantas de soja.
Figura 2. Podridão de grãos de soja e alta incidência de grãos avariados.
Mesmo sem causa definida do problema, é consenso que algumas cultivares apresentam menor tolerância a anomalia da soja e quebramento da haste. Um estudo realizado por Santos et al. (2024) observou que, dentre os trabalhos realizados analisando esse fenômeno, diferentes abordagens evidenciam a influência do espaçamento entre linhas, estresse hídrico, infecção por Phomopsis/Diaporthe, bem como do teor de lignina, e época de semeadura sobre a ocorrência da anomalia.
Os autores destacam que, resultados de pesquisas demonstram haver relação com a indisponibilidade hídrica em estádios sensíveis da planta com a ocorrência da anomalia e quebramento da haste, principalmente em cultivares com maior suscetibilidade, No entanto, o estresse hídrico por si só ainda não pode ser caracterizado como causador da anomalia.
Fatores como a quantidade de lignina na cultivar, podem agravar a severidade da anomalia, no entanto, ainda não há relações conclusivas sobre esse parâmetro. Da mesma forma, estudos científicos demonstram que a utilização de espaçamento maior nas entrelinhas, assim como a época de semeadura, proporcionam redução na severidade da anomalia e quebramento das haste (Santos et al., 2024).
Atualmente, já existem fungicidas químicos registrados para o controle da anomalia das vagens e quebramento da haste na soja, no entanto, utilizados apenas para reduzir a incidência do fenômeno. No geral, a seleção de cultivares menos suscetíveis ainda é a principal medida de controle da anomalia das vagens e quebramento da haste da soja (Embrapa, 2024).
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Referências:
EMBRAPA. QUEBRAMENTO DE HASTE E PRODRIDÃO DE GRÃOS DE SOJA. Embrapa, Nota Técnica, 2024. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1355202/1529289/Nota+Tecnica+jan2024_quebramento+e+podridao.pdf/df22bcb3-a1b9-794a-39df-bcdff0e3a0e0 >, acesso em: 30/09/2024.
SANTOS, C. G. T. et al. ANOMALIA OU PODRIÇÃO DE VAGENS E GRÃOS EM SOJA? EIS A QUESTÃO. Nativa, Sinop, v. 12, n. 2, 2024. Disponível em: < https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/nativa/article/view/16068/13641 >, acesso em: 30/09/2024.