A semeadura da soja, é uma das práticas de manejo mais importantes da cultura, sendo decisiva para o sucesso produtivo da lavoura. Além do adequado posicionamento de cultivares com base nas recomendações técnicas para a cultura e estabelecidas no Zoneamento Agrícola de Risco Climático, algumas condições são essenciais para o bom estabelecimento da lavoura.

Embora a soja apresente conhecida plasticidades, o número de plantas por área é um dos principais componentes de rendimento da cultura (Zanon et al., 2018), podendo a drástica redução do estande de plantas impactar diretamente a produtividade da soja. Com isso em vista, além do uso de sementes de soja com boa qualidade fisiológica, sanitária, física e genética, é essencial, dentro do possível, fornecer condições adequadas para a boa germinação das sementes e estabelecimento da lavoura.

De modo geral, temperatura e umidade são os fatores com maior influência na germinação de sementes de soja, além é claro, da qualidade fisiológica delas. Em média, para uma boa germinação, uma semente de soja necessita absorver cerca de 50% do seu peso em água (Farias; Neumaier; Nepomuceno), logo, a umidade do solo é de vital importância.



Além da boa umidade do solo, tecnicamente, para um bom estabelecimento de plântulas, recomenda-se que a semeadura da soja seja realizada em profundidades variando entre 3 e 5 cm. Profundidades superiores podem dificultar a emergência, resultando em maior gasto energético pela plântula para emergir, principalmente em solos arenosos sujeitos a assoreamento ou em condições em que ocorre compactação superficial do solo. (PAS Campo, 2005). Semeadura muito rasas por sua vez, podem resultar em restrição da absorção da água pelas sementes uma vez que elas absorvem água da solução do solo.

Tendo em vista a importância da água no processo germinativo e que o solo é a principal fonte de água para a semente, o bom contato semente/solo é essencial para assegurar a boa absorção de água pela semente. Visando garantir a boa plantabilidade da lavoura, além da adequada regulagem da semeadora, um dos fatores de maior importância é a velocidade de semeadura.

Embora atualmente sistemas modernos e aprimorados de semeadoras permitam maior velocidade de deslocamento no processo de semeadura da soja, tecnicamente se recomenda que a velocidade de deslocamento do conjunto trator/semeadora não seja superior a 6 km.h-1, podendo variar de 4 a 6 km.h-1 (PAS Campo, 2005).


Veja mais: Velocidade de semeadura e a produtividade da soja


A densidade populacional de plantas pode variar de acordo com a cultivar e recomendações técnicas estabelecidas, já com relação ao espaçamento entre linhas, o normal é observar o uso de espaçamentos variando entre 0,4 e 0,5 m. Conforme destacado por Arndt et al. (2018), temperaturas variando entre 20 e 30°C proporcionam bons índices de germinação da soja, devendo-se priorizar a semeadura nessas condições de temperatura.

Ainda que inúmeros fatores possam influenciar a boa germinação e estabelecimento de plantas na lavoura, cabe destacar que temperatura média e umidade adequada do solo são de suma importância para o bom estabelecimento das plantas, sendo esses  alguns dos fatores a serem analisados durante a semeadura da soja.

Referências:

ARNDT, J. R. et al. DIFERENTES TEMPERATURAS DURANTE O TESTE DE GERMINAÇÃO PARA SEMENTES DE SOJA. Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia, 2018. Disponível em: < https://www.confea.org.br/sites/default/files/antigos/contecc2018/agronomia/102_dtdotdgpsds.pdf >, acesso em: 27/10/2021.

FARIAS, J. R. B.; NEUMAIER, N.; NEPOMUCENO, A. L. ÁGUA. Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em: < https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/soja/arvore/CONT000fzr67crj02wx5ok0cpoo6aietiwl0.html >, acesso em: 27/10/2021.

PAS CAMPO. MANUAL DE SEGURANÇA E QUALIDADE PARA A CULTURA DA SOJA. Embrapa, Transferência de Tecnologia, 2005. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/25249/1/MANUALSEGURANCAQUALIDADEParaaculturadesoja.pdf >, acesso em: 27/10/2021.

ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA E MANEJO DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 2018.

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