Na de Soledade, vêm se recuperando dos danos causados por geadas as lavouras de milho implantadas antes da última onda de frio (entre 20 a 22 de agosto), que se encontravam em emergência e início de desenvolvimento vegetativo. Em geral, os danos foram parciais por não terem atingido o meristema apical da planta – responsável pela diferenciação das folhas – no interior do solo. Os danos ocorreram em folhas externas da planta, o que não deverá comprometer significativamente o desempenho final das lavouras.

Com o retorno das temperaturas elevadas, alguns agricultores seguem semeando a cultura, atividade já realizada em mais de dez mil hectares. Na regional de Pelotas, os primeiros plantios ocorrem em municípios da região Colonial, como São Lourenço do Sul. A motivação para os plantios precoces é a falta do grão no mercado local e regional, tanto para a comercialização como para a alimentação animal.

Produtores adquirem sementes antecipadamente, planejando plantio para o início de setembro, a partir da seleção de locais mais abrigados, sem riscos de geadas tardias, que permite a colheita mais cedo tanto de grãos como de silagem. Na de Frederico Westphalen, estima-se que já estejam semeados, em fase de germinação e inicío do desenvolvimento vegetativo mais de 25 mil hectares de milho grão e 12 mil de silagem. As demais áreas seguem sendo dessecadas e complementadas com a prática do tombamento das plantas, preparando-as para os plantios. As baixas temperaturas dos últimos dias, com formação de geadas, atingiram a cultura em germinação e no estádio inicial do desenvovimento vegetativo; tendo em vista serem estágios menos sucetíveis à geada, há perspectiva de recuperação se as condições do tempo se mantiverem ideais.

Na de Bagé, na Fronteira Oeste, a semeadura apresenta-se mais adiantada. Em Manuel Viana já foi finalizada; nos demais municípios, o plantio será retomado quando o nível de umidade do solo for mais adequado. O frio extremo na semana anterior e a sequência de geadas prejudicaram o estabelecimento de lavouras nos municípios situados no extremo Noroeste, danificando as plantas na fase inicial de desenvolvimento. Contudo, como o ponto de crescimento das plantas ainda se encontrava abaixo do solo, as brotações deverão permitir um estande satisfatório nas lavouras.

Na regional de Porto Alegre, técnicos da Emater/RS-Ascar elaboram projetos de custeio e realizam interpretações de análise do solo. O plantio já atinge 330 hectares de milho grão e 500 hectares para silagem. As demais áreas estão em preparo do solo. Os resultados das perdas ocorridas na última safra sinalizam a tendência de troca do plantio de milho para grão por silagem. Continua a entrega de sementes do Programa Troca-Troca de Milho aos produtores que fizeram o pedido junto aos sindicatos e/ou secretarias municipais.

Produtores têm preferido o milho híbrido BT, resistente ao ataque da lagarta do cartucho. Nas regionais de Ijuí e Santa Rosa, a melhoria do tempo favoreceu a retomada dos plantios. Na de Ijuí, a semeadura foi intensificada. A maioria das áreas se encontra nos estádios iniciais, entre a germinação e três folhas verdadeiras. As lavouras emergidas apresentam uniformidade de estande. Com as geadas, as lavouras emergidas até o estádio de três folhas verdadeiras sofreram queimadura nas folhas, mas estão se recuperando satisfatoriamente, com probabilidade de pouca perda de potencial produtivo.

Nos municípios mais ao Norte da região, onde a semeadura inicia mais cedo, as geadas provocaram danos nas lavouras em estádio mais avançado de desenvolvimento. Produtores
e técnicos estão avaliando a recuperação das plantas para definir a continuidade do cultivo ou o replantio das áreas. Na de Santa Rosa, o plantio já chega a 53 mil hectares, os quais se encontram em germinação e início do desenvolvimento vegetativo.

Produtores também realizam a aplicação de herbicidas para controle de ervas daninhas e aguardam a volta da chuva para aplicação da primeira adubação nitrogenada em cobertura em lavouras do cedo. A geada dos dias 21 e 22 de agosto atingiu as lavouras já emergidas e afetou desenvolvimento inicial da cultura, provocando a queima das primeiras folhas.

Os plantios também começam a sentir os efeitos da falta de umidade no solo, pois não ocorre uma boa chuva há mais de 20 dias. A estimativa de perda de produtividade é baixa, pois a geada não atingiu o meristema de crescimento que ainda estava sob o solo, o que permite recuperação com rebrote das plântulas, já bem visível na semana. A recomendação dos técnicos da Emater/RS-Ascar é que os produtores realizem a adubação nitrogenada em cobertura assim que chover a fim de fortalecer as plantas no estágio inicial e em rebrote.

Em situações pontuais poderá haver necessidade de replantio. O preço apresentou elevação de 4% na semana, e o milho foi comercializado a R$ 49,50/sc. de 60 quilos.



Fonte: Emater/RS

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