A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade estimada é de 7.337 kg/ha.
A semeadura evoluiu pouco, ou seja, para 84%, pois além da baixa umidade nos solos, os produtores dedicaram-se a mesma atividade na cultura de soja. As condições de tempo, inicialmente com precipitações, depois com dias ensolarados e temperaturas altas, aceleraram o crescimento das lavouras. No entanto, com a insuficiência nos volumes precipitados em algumas regiões, já há indícios de estresse térmico e hídrico, mas ainda sem causar grandes impactos no potencial produtivo da cultura.
Há uma preocupação com a irregularidade e com a má distribuição das chuvas durante o mês de novembro, período quando as lavouras iniciaram o processo reprodutivo e, por consequência, demandam mais água para a formação de estruturas reprodutivas e reservas nos grãos. As lavouras não irrigadas apresentam aumento de sintomas de déficit hídrico, como enrolamento e descoloração de folhas da parte superior da planta e início de senescência de folhas basais. Nas lavouras em fecundação, já se observam pequenas falhas de polinização e formação de grãos, influenciando o potencial produtivo. Nas lavouras com sistema de irrigação, a situação da cultura é diferente, com plantas bem desenvolvidas, folhas normais, coloração verde-escuro e alto potencial produtivo, beneficiadas pela alta insolação.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a ocorrência de chuvas, no período, foi muito irregular, e, na maioria das localidades da região, o volume foi insuficiente para o desenvolvimento adequado das plantas. Houve constatação de infestação de cigarrinhas (Dalbulus maidis), mas os produtores realizaram seu controle. Contudo, ainda não são visualizados sintomas de enfezamento.
Na de Ijuí, 92% foram semeados, mas o potencial produtivo da cultura na região começa a ser afetado. Com estresse hídrico, as plantas estão atrasando o crescimento, retardando a emissão do pendão e da espiga e aumentando o ciclo no campo. Os produtores iniciaram a aplicação de fungicidas nas lavouras de maior potencial produtivo e adiaram a operação nas lavouras com déficit hídrico.
Na de Pelotas, houve avanço na semeadura com a retomada da umidade nos solos na região colonial, onde há predomínio da agricultura familiar. Os demais produtores dedicaram-se à semeadura de soja. A área semeada alcançou 46% da prevista. As chuvas impactaram favoravelmente a aceleração do desenvolvimento das lavouras, possibilitando aos produtores realizarem as primeiras adubações em cobertura com nitrogênio.
Na de Porto Alegre, com a maior parte das lavouras já implantadas, praticamente metade da área cultivada encontra-se em estágios de desenvolvimento vegetativo, e a outra metade no florescimento e em início do enchimento de grãos. Em geral, as lavouras estão com bom estande de plantas, apesar da baixa estatura, e com boas condições fitossanitárias. A chuva registrada na última semana favoreceu as plantas e tranquilizou os produtores.
Na de Santa Maria, foram semeados 62% das lavouras previstas. A cultura encontrase 74% em desenvolvimento vegetativo; em floração, 18%; em enchimento de grão, 6%; e em maturação fisiológica, 2%.
Na de Santa Rosa, 82% foram plantados. As lavouras estão 18% na fase de desenvolvimento vegetativo; em floração, 45%; e em enchimento de grãos, 37%. Nos municípios onde o volume de chuvas foi insuficiente na segunda quinzena de novembro, as lavouras já manifestam sintomas do déficit hídrico e redução no potencial produtivo. A situação pode se tornar mais grave, afetando metade da área produzida, em virtude das altas temperaturas e da grande evapotranspiração no auge do período reprodutivo. No entanto, as lavouras com variedades precoces semeadas no cedo – entre final de julho e início de agosto – já ultrapassaram a fase de milho “verde” e não deverão apresentar perdas no excelente potencial produtivo, pois as precipitações foram adequadas em todas as fases de desenvolvimento. Em termos fitossanitários, mesmo com o controle das cigarrinhas na época recomendada, algumas lavouras apresentam os sintomas da doença do enfezamento vermelho, que causa um aspecto pálido nas folhas e risca do raiado fino, ocasionando tombamento de plantas e a emissão de várias espiguetas por planta. Houve relatos de lavouras com perdas de até 80% de espigas sem ou com poucos grãos. Outra praga, essa com alta incidência, é a lagarta da espiga, que exige muita atenção e vistorias para determinar o momento da aplicação dos inseticidas para seu controle.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio decresceu -0,23%, passando de R$ 84,31 para R$ 84,12. O produto disponível em Cruz Alta foi cotado em R$ 90,00.Fonte: Informativo Conjuntural n° 1739, Emater/RS