O setor de máquinas agrícolas no Brasil continua em movimento de queda com recuo de 7,3% nas vendas em setembro, em relação a agosto deste ano, de acordo com informações repassadas pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para 2025, a estimativa é de um aumento de 8% nas vendas do setor, caso não ocorra seca.
Já os dados do acumulado de janeiro a setembro de 2024, apontam uma retração de 25,1% sobre o mesmo período do ano anterior. Quando comparamos setembro deste ano com o mesmo período de 2023, a queda foi de 20,6%.
4 motivos
O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, Pedro Estevão Bastos, atribuiu quatro fatores principais para este cenário de retração. “Tivemos uma seca intensa nesta safra de verão e a perda da produtividade afeta, diretamente, a rentabilidade e os investimentos. Outro ponto foi a queda nos preços das commodities por excesso de oferta, principalmente da soja e do milho, responsáveis por 60% do mercado de máquinas agrícolas”.
Para o representante da Abimaq, o terceiro motivo deste panorama são os juros altos e o último fator é a estagnação de área plantada. “De 2019 a 2023, tivemos um aumento de 14 milhões de hectares de área plantada. Mas como neste ano não houve aumento, também não teve expansão deste mercado de máquinas”.
Embarques
Os embarques de máquinas agrícolas recuaram 6,8% em setembro em relação a agosto. No acumulado de janeiro a setembro, a retração alcança 21,3%, ainda segundo a Abimaq.
Máquinas
As vendas totais de tratores e colheitadeiras registraram uma queda de 28,1% no acumulado do ano em comparação ao mesmo período de 2023, somando 38.733 unidades frente às 53.863 comercializadas no ano passado.
No mesmo período, as exportações de tratores e colheitadeiras tiveram uma redução de 32,2%, somando 4.280 unidades, em comparação com as 6.313 registradas no mesmo período do ano passado.
Otimismo
“Estamos bastante otimistas com o setor, a médio prazo. No momento, estamos com um problema conjuntural, e não estrutural. Esse ciclo de dificuldade se repete. Normalmente, o mercado fica em baixa de 3 a 5 anos, e depois fica em alta pelo mesmo período. E isso se repete por décadas”, finalizou Pedro Estevão Bastos.