O Sistema CNA/Senar, em parceria com a startup Siloreal, lançaram um projeto-piloto inovador para monitorar rolos de algodão em pátios e na própria lavoura.

A iniciativa está sendo realizada por meio do HUB CNA com apoio da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas. A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) e os Sindicatos Rurais de Barreiras e de Formosa do Rio Preto também colaboraram para a ação.

O teste da nova tecnologia aconteceu nos dias 26 e 27 na Fazenda Fronteira, em Formosa do Rio Preto, oeste da Bahia, e seguirá por seis meses ou até que os fardos sejam enviados ao beneficiamento.

O assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, acompanhou o teste e explica que o piloto vem para combater um problema antigo da cotonicultura: o risco de incêndios em fardos armazenados. Segundo ele, a umidade residual e o alto grau de compactação podem gerar aquecimento interno, desencadeando autocombustão.

“Na safra passada, por exemplo, um incêndio atingiu um pátio de armazenamento de algodão em uma fazenda da região, queimando cerca de 5 mil fardos. Apesar de não haver vítimas, ressaltou-se a importância de ações preventivas e a existência de seguro patrimonial com cobertura de estoque e infraestrutura”, disse.

O técnico acrescenta que o uso de sensores abre caminho para benefícios financeiros, como descontos em seguros patrimoniais e condições de crédito mais vantajosas para os produtores, já que demonstra a adoção de medidas de prevenção de riscos.

Ele lembra que cada rolo de algodão em caroço pesa em torno de 2.200 quilos e hoje está avaliado em aproximadamente R$ 8.500, o que evidencia o tamanho da perda quando ocorre um incêndio.

Durante os testes na propriedade, as lanças com sensores foram inseridas nos fardos para monitorar temperatura, umidade e, futuramente, incluir ainda CO₂ e fumaça, com alertas emitidos imediatamente caso alguma condição atípica seja detectada. “Isso permite que o produtor isole o fardo antes que o calor evolua para incêndio aberto” ressalta Pereira.

A coordenadora do HUB CNA, Daniele Leonel, afirma que o projeto-piloto representa o propósito do HUB, que é apoiar os produtores rurais por meio da validação de soluções tecnológicas inovadoras que geram valor dentro da porteira.

“Estamos focados em encontrar tecnologias que atendam aos desafios reais enfrentados pelos nossos produtores, como este problema histórico de incêndios em fardos de algodão. A parceria com a Siloreal demonstra nosso compromisso em trazer inovação e maior segurança para o agronegócio brasileiro.”

Gabriela Adegas, gerente de Sucesso de Cliente da Siloreal, explica que a tecnologia já é utilizada para monitorar silos bolsa e está sendo adaptada para aplicação no algodão em caroço.

Para o coordenador da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no Oeste da Bahia, João Bruno, a experiência também reforça o compromisso dos produtores da região com inovação e sustentabilidade.

“Esse projeto fortalece a imagem do algodão brasileiro e traz mais segurança para quem investe na atividade.”

A ATeG do Senar acompanhou o teste para coleta de dados, orientação aos produtores e avaliação dos resultados em campo.

A produtora Carolina da Cunha, proprietária da Fazenda Fronteira, também chama a atenção para a relevância do piloto.

“Retomamos a produção de algodão este ano na propriedade. A cultura exige um nível tecnológico alto e grandes investimentos. Nossa região é característica por ter um longo período de estiagem e lidamos com riscos de incêndio com muita frequência.”

Tiago Pereira completa afirmando que ao longo dos próximos meses, espera-se demonstrar que o monitoramento contínuo dos rolos de algodão pode reduzir perdas, aumentar a segurança no pátio e embasar negociações mais vantajosas com o mercado segurador.

Fotos: CNA

Fonte: CNA



 

FONTE

Autor:Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

Site: CNA

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