O potencial produtivo  de uma lavoura é definido na escolha da cultivar,  época de semeadura, aliando sementes de qualidade e boa plantabilidade. Cada vez mais é necessário buscar o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, como água, nutrientes e radiação solar. A plantabilidade, que é definida como a correta distribuição das sementes no solo de forma equidistante, prezando pela uniformidade de deposição, profundidade e população adequada, garante melhor eficiência do uso dos recursos e potencializa a produtividade.

Ao se analisar as perdas de produtividade em função da incorreta distribuição de sementes no solo, se observa a ocorrência de  dois grandes problemas: a ocorrência de plantas duplas e falhas de semeadura. São consideradas plantas duplas aquelas que na linha de semeadura, ficam a uma distância inferior a recomendada, isso faz com que ocorra maior competição intraespecífica acarretando em menor produtividade. Já a falha acontece quando a distância entre uma semente e outra fica muito além da recomendada, caracterizando a ausência de uma semente entre elas, ou seja, uma planta a menos produzindo.

Na figura 1, através de uma representação gráfica, podemos observar falhas, plantas agrupadas/duplas e como deveria ser a correta distribuição, de forma equidistante.

Fonte: Dirceu Gassen

Adentrando aos fatores que afetam a plantabilidade, é necessário ter uma população de plantas adequada para cada cultivar, devendo ser escolhida de acordo com a região e a fertilidade do solo de cada produtor. Além disso, é muito importante a utilização de sementes de qualidade, com alto vigor para que se tenha um bom arranque inicial e uniformidade na emergência e consequentemente entre as plantas.

A umidade do solo deve estar adequada no momento da semeadura, bem como para a germinação das sementes. No plantio direto é fundamental que a lavoura tenha uma boa cobertura de solo, porém deve-se ter um manejo correto da palhada, para evitar o envelopamento das sementes e o embuchamento da semeadora, onde palhadas murchas tendem a dificultar e tornar o corte mais difícil. Outro ponto importante é que se tenha uma semeadora com a manutenção em dia, além disso é imprescindível que a mesma esteja bem regulada, seja para distribuição de semente bem como para o adubo.

Deve trabalhar com uma velocidade adequada de deslocamento do conjunto trator + semeadora, levando em consideração o sistema dosador de sementes. Pois, em uma velocidade menor, ocorre um melhor corte da palhada, fechamento do sulco mais eficiente, além de possibilitar uma distribuição de sementes mais uniforme, tanto na horizontal como na vertical. A fim de evitar a ocorrência de plantas duplas e falhas, e possibilitar uma emergência uniforme da lavoura.

Existem diversos estudos que apontam a velocidade diretamente proporcional à ocorrência de falhas e de duplas sementes. Sendo assim, a velocidade máxima para que se tenha precisão na semeadura está em torno de 8 km/h para os equipamentos pneumáticos e de 4 a 6 km/h para os dispositivos mecânicos.

Por fim, os aspectos a serem observados durante a semeadura em busca da boa plantabilidade são diversos e exigem cuidado, mas cada esforço vale a pena tendo em vista que a semeadura é o momento mais importante e que ditará todo o trabalho e resultado de uma safra.

Autores: Lucas de Mattos e Marcelo Damaceno da Silva – Membros do Grupo PET Ciências Agrárias

Foto de capa: Divulgação PET Ciências Agrárias

Vitene

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