Espaço para quedas na CBOT é limitado, com balanço apertado de oferta e demanda Embora as pressões do lado financeiro devam seguir influenciando os mercados agrícolas, o Itaú BBA vê espaço limitado para grandes quedas do preço da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) diante da perspectiva de balanço global de oferta e demanda ainda apertado.
“Nessas condições, sinais de piora das lavouras norte-americanas, por exemplo, poderão até abrir espaço para alguma alta das cotações”, disse o banco, em relatório mensal sobre a oleaginosa. Além disso, o mercado seguirá atento aos preparativos para o andamento da safra na América do Sul com grandes dúvidas, principalmente em relação ao tamanho da área a ser plantada na Argentina e à capacidade que o país terá de seguir exercendo seu papel como supridor de derivados de soja para o mundo.
O Itaú BBA disse ainda que a perspectiva é de mais um ano de influência do fenômeno climático La Niña em parte da safra de verão na América do Sul, o que está atrelado à redução de precipitações na Região Sul do Brasil, Argentina e Paraguai. “No Brasil, no curto prazo, os prêmios nos portos devem voltar a subir, diante da redução da disponibilidade do produto e ajudar nas precificações locais. No entanto, grande atenção deve ser dada à volatilidade da taxa de câmbio, que influencia diretamente as cotações da oleaginosa”, apontou o relatório.
FECHAMENTOS DO DIA (19/08) : O contrato de soja para agosto22 fechou em queda de 0,32% ou $ 4,75 cents/bushel a $ 1490,75. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em alta de 0,23%, ou $ 3,25 cents/bushel a $ 1418,0. O contrato de farelo de soja para setembro fechou em queda de 0,18% ou $ 0,8/ton curta a $ 448,6 e o contrato de óleo de soja para setembro fechou em alta, depois de quatro quedas consecutivas, de 2,94% ou $ 1,95 libra- peso a $ 68,21.
CAUSAS DA QUEDA DE HOJE ( 19/08): Melhorias no plano climático para algumas regiões dos EUA pressionam os valores. Mais chuvas e temperaturas mais baixas são esperadas, favorecendo o desenvolvimento produtivo. Dados robustos sobre a demanda externa ontem deram suporte ao mercado.
FUNDOS REDUZIRAM APOSTA NA ALTA: Fundos de investimento reduziram levemente suas apostas na alta dos preços de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana encerrada na última terça-feira (16). De acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), a posição líquida comprada diminuiu 0,83% no período, de 102.354 para 101.502 lotes.
ÓLEO DE PALMA MALÁSIA: Os preços do óleo de palma da Malásia foram solidamente mais altos durante a noite, mas desapareceram no final da sessão. O preço à vista semanal do USDA B100 caiu 4 centavos/gal em MN para US$ 6,56.
EXPORTAÇÕES SEMANAIS EUA: Dados semanais da FAS mostraram que 96.892 toneladas de soja de safra velha foram vendidas durante a semana que terminou em 11/08. O USDA tinha compromissos totais de safras antigas em 59,558 MT (2,188 bbu), com 55,5 MT (2,04 bbu) já embarcados. Para a nova safra, o relatório semanal teve 1.302 MT vendidos. O total de vendas a termo atingiu 17.045 MT em 11/08 – em comparação com 13,9 MT no mesmo período da temporada passada.
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Tradings e fábricas disputam as ofertas; preço de lotes recua, mas, balcão sobe
MERCADO: Mercado segue volátil, de olho no clima americano, e as vendas seguem lentas. Tradings e fábricas disputam lote a lote as ofertas que aparecem.
- PREÇOS: R$ 185,00 FOB Cruz Alta para meados de setembro, queda de 0,27%. R$ 184,50 FOB Passo Fundo para meados de setembro, queda de 0,54%. R$ 184,00 FOB Ijuí para meados de setembro R$ 184,00 FOB Santa Rosa e São Luiz Gonzaga para meados de setembro.
EXPORTAÇÃO: No porto, no melhor momento, os preços foram de R$ 190,00 para o final de setembro, queda de 0,26%.
- PREÇOS DE BALCÃO, em Panambi, subiram para R$ 170,00 ao produtor.
SANTA CATARINA: Sem variações de preços, alguns negócios efetuados
Porto de São Francisco do Sul em Santa Catarina marca manutenção, com o preço permanecendo a R$ 190,00 para 30/09. Desta vez, mesmo diante de valores que já haviam se mostrado suficientes para que vendas fossem efetuadas o dia permaneceu parado. A alta volatilidade do mercado serve de indicação para a profundidade da incerteza do comprador.
PARANÁ: Quedas de até 1,64%, mercado falha em se recuperar
MERCADO: O produtor paranaense segue extremamente defensivo e esse aspecto se reforça e se realiza diante da interpretação do mercado internacional. É importante perceber que parte dos agentes vê a atual situação como um motivo para vender, enquanto em regiões naturalmente mais defensivas ou onde a seca tirou uma quantidade maior de capacidade produtiva, a situação é olhada como motivo para segurar. É importante frizar que embora o mercado tenha registrado perdas muito expressivas em relação as máximas desse ano, o terreno segue positivo diante da conjuntura geral.
O complexo de soja oscilou negativo para soja grão a – 0,32% e farelo -0,18% e positivo para o óleo a +2,94%. O dólar, por sua vez, marcou queda considerável ao se desvalorizar em 0,77% e ir a R$ 5,1680.
- PREÇOS NO PORTO FUTUROS: perda expressiva de R$ 2,00/saca, levando os preços a R$ 184,00 para 05/09, R$ 185,00 para 05/10 e R$ 186,00 para 04/11.
- PREÇOS NO INTERIOR: marca perdas variadas, com Cascavel, Maringá e Pato Branco perdendo R$ 1,00/saca e indo respectivamente a R$ 165,00, R$ 165,00 e R$ 164,00. Ponta Grossa, por sua vez, acompanhou o porto e perdeu R$ 3,00/saca, indo a R$ 180,00.
MATO GROSSO DO SUL: Lucro da soja na safra 21/22 no estado oscila entre 37,14% e 29,79%
LUCRATIVIDADE: Um estudo, intitulado ANÁLISE DO CUSTO DE PRODUÇÃO DA SAFRA, 2022/2023 DE SOJA, NO MATO GROSSO DO SUL, feito por Renata Farias Ferreira da Silva, Mestre em Administração do Agronegócio, Economista da Aprosoja-MS, Campo, Grande, MS e André Figueiredo Dobashi, Eng. Agrônomo, Produtor Rural, Consultor Técnico em sistemas de produção integrados, Presidente da APROSOJA/MS–2022/23, Campo Grande, MS conclui que o custo estimado neste estudo, de R$ 6.860,08, dividido pela produtividade também estimada no mesmo estudo (56 sacas/hectare) equivale a R$ 122,50/saca. Se compararmos este custo/saca com o maior preço pago ao produtor no estado, R$ 169,00, em Campo Grande, teremos um lucro de 37,14%; se compararmos com o menor preço pago ao agricultor no estado, R$ 159,00, em Sidrolândia, teremos um lucro de 29,79%.
Achamos muito negativo divulgar apenas o custo, sem contrabalançar com o lucro. Mesmo para maio de 2023, há plenas condições de se calcular o preço atual do mercado para aquela data.
MATO GROSSO: Completa ausência de movimentos
Os últimos dados trazidos com os valores que serão vistos abaixo e na tabela ao lado, esse mercado foi negativo de forma geral, com o dólar marcando uma baixa de 0,07% e Chicago caindo em -0,32% para soja grão. As demais variações de soja foram óleo a -0,18% e farelo a +2,94%. Vamos aos preços: Campo Verde a R$ 164,40. Lucas do Rio Verde a R$ 158,50. Nova Mutum a R$ 163,00. Primavera do Leste a R$ 165,90. Rondonópolis, por sua vez a R$ 172,00. Sorriso, pôr fim, a R$ 163,30, sem variações.
MATOPIBA: Preços parados, exceto por Porto Franco e LAM
Região de Balsas, no Maranhão traz novas cotações com preço a R$ 164,00, permanecendo sem movimentos. O Porto Franco-MA marcou alta de R$ 2,00/saca e foi a R$ 165,50. Porto Nacional-TO, por sua vez, segue a R$ 146,40. Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 162,00, mesmo valor do pregão anterior. E por fim, em Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia, preço ficou a R$ 168,00 após valorização de R$ 0,50/saca e com maio de 2023 indo a R$ 151,00, após valorização de R$ 1,00/saca.
Fonte: T&F Agroeconômica