FECHAMENTOS DO DIA: O contrato de soja para janeiro23 fechou em leve alta de 0,13% ou $ 2,0 cents/bushel a $ 1503,50. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 0,33%, ou $ 5,0 cents/bushel a $ 1493,50. O contrato de farelo de soja para março fechou em queda de 1,27% ou $ 6,4/ton curta a $ 496,7 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de 0,28% ou $ 0,18/libra-peso a $ 63,91.
CAUSAS DA LEVE QUEDA: Pequenos ajustes, em dia marcado por fundamentos mistos. Olhando para o USDA na quinta-feira, os traders esperam um ligeiro aumento na produção dos EUA, o que deixaria os estoques finais ligeiramente mais altos para a temporada atual. Enquanto isso, a menor produção para a Argentina começa a ser descontada pela falta de chuva.
FATORES QUE INFLUENCIARAM A CBOT:
a) A soja está sendo negociada em alta após a agitação política no Brasil, onde apoiadores de Bolsonaro atacaram prédios do governo em protesto contra o novo presidente e há preocupação quanto ao bloqueio de estradas;
b) O petróleo bruto está em alta de 2 dólares o barril esta manhã, o que está apoiando o óleo de soja;
c) Enquanto a Argentina luta contra a seca, o clima no Brasil tem estado quase perfeito e uma safra recorde é esperada no início de janeiro;
d) O relatório da CFTC de sexta-feira mostrou não-comerciais como compradores de 15.120 contratos, aumentando sua posição líquida longa para 148.639 contratos.
NOTÍCIAS IMPORTANTES DO DIA
EUA-EXPORTAÇÕES MENORES: Dados de Inspeções Semanais mostraram que 1.438 MMT de soja foram embarcados na semana encerrada em 05/01. Isso caiu 37k MT em relação à semana anterior, mas aumentou 452k MT em relação à mesma semana do ano passado. O USDA listou o Golfo como a principal região de exportação de feijão da semana, com a China como principal destino. As exportações acumuladas de soja foram listadas como 30 MMT de acordo com os dados semanais, ou seja, um atraso de 5,3% em relação ao ritmo do ano passado.
ARGENTINA-CONDIÇÃO DAS LAVOURAS: A Bolsa de Comércio de Rosário mostrou que 2,5m HA de soja na “zona núcleo” estão em más condições, com outros 600k HA da mesma zona em muito más condições. As plantações argentinas totais foram listadas em 17,1 milhões de hectares, mas a Rosario Grains Exchange sugeriu reduções futuras.
COMO FICA A DEPENDÊNCIA DO AGRO AMERICANO COM A CHINA COM O CONFLITO EM TAIWAN? Um documento do USDA revela a dependência (perigosa?) da agricultura dos EUA em relação à China. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou um relatório mostrando que em 2022 as exportações do agronegócio dos EUA para a China atingiram um recorde histórico de US$ 36,4 bilhões. Embora o documento relate tal acontecimento como uma conquista, a verdade é que mostra o enorme grau de dependência da agricultura norte-americana em relação à China, algo que, na atual conjuntura geopolítica, pode representar um grande fator de risco para os “agricultores”. Em 2022, a soja representou quase metade das exportações do agronegócio dos EUA para a China, com um recorde de US$ 16,4 bilhões. Se a questão de Taiwan – território que o governo de Xi Jinping considera seu, mas que conta com o apoio dos EUA – estourar em algum momento do ano, o primeiro alvo chinês com os EUA, em retaliação, certamente será a soja.
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Perda de R$ 1,50/saca no interior, demais posições estáveis
O mercado de soja tem se mantido inalterado, com as fábricas do interior sendo mais competitivas do que as empresas de comércio no porto. Hoje, o dólar apresentou maior estabilidade, registrando altas poucos significativas e os preços de Chicago marcaram movimentos divididos, o que essencialmente cancelou as forças de valorização, resultando em pouca ou nenhuma mudança nos preços. Embora a demanda continue bastante alta, os impactos dela hoje foram insignificantes. Além disso, o clima ainda é uma preocupação devido à possibilidade de perdas na colheita, embora até o momento essas perdas não tenham ultrapassado 1% do total. Se essa situação continuar, o Rio Grande do Sul deve ser significativamente afetado por essas perdas.
Dado o panorama, vamos aos preços: No porto, não houve novas indicações de preços, os R$ 187,00 deixados na tabela ao lado são apenas simbólicos. No interior, todas as posições marcaram manutenção, com exceção de Santa Rosa que se desvalorizou em R$ 1,00/saca e foi a R$ 184,00. Ijuí e Passo Fundo permanecem a R$ 185,00. Cruz Alta a R$ 186,00.
SANTA CATARINA: Preços sem novos movimentos, nada de negócios
Os preços em Santa Catarina se mantiveram firmes e estáveis, sem grandes variações sendo vistas em um período de 4 semanas. Na sexta-feira passada finalmente reagiram às pressões que estavam sendo contidas, especialmente pela alta demanda, mas hoje retornou a apatia padrão. O dólar inverteu seu movimento e passou por alta, mas sem gerar grandes resultados no mercado. São Francisco do Sul segue a R$ 177,00.
PARANÁ: Dia dividido, nada de negócios
O mercado de grãos está dividido, com o interior sofrendo com as quedas nos preços do farelo, mas com o porto se valorizando novamente. Apesar da volatilidade no mercado financeiro ter sido moderada hoje, as manifestações no STF causaram incerteza entre os investidores. Além disso, a dinâmica da soja também tem afetado o mercado, dividida por pressões climáticas, especialmente no sul do país, incluindo o Paraná. A boa notícia é que a demanda tem protegido o mercado de quedas muito profundas, mesmo que o farelo tenha se desvalorizado consideravelmente hoje. No entanto, é esperado que o mercado de grãos experimente aumentos expressivos de preços em breve, já que a Argentina já vendeu mais de 80% de seu estoque total de soja.
Quanto às cotações internacionais, o complexo de soja fechou com a soja grão a +0,13%, farelo -1,27% e óleo a 0,28%. O dólar também teve uma valorização moderada de 0,40%, cotando a R$ 5,2575. Além disso, temos novos dados sobre a comercialização para o Oeste e Sudeste do Estado, onde respectivamente a safra 21/22 alcançou 77% e 83% e a Safra 22/23 alcançou 4% e 6%. PREÇOS NO PORTO FUTUROS: preços passaram por alta de R$ 2,00/saca, com a indicação mais próxima a R$ 180,00, fevereiro trouxe preços a R$ 173,50, Março a R$ 171,00 e Abril a R$ 169,00.
PREÇOS NO INTERIOR: Ponta Grossa marcou manutenção, mantendo-se a R$ 178,00. Cascavel e Maringá marcaram queda de R$ 1,00/saca, indo a R$ 164,00. Pato Branco manteve-se em R$ 164,00.
MATO GROSSO DO SUL: Valorizações de R$ 1,00/saca por todo o Estado
Como mencionado em relatórios anteriores, o mercado de soja no Mato Grosso do Sul tem apresentado oscilações, com pequenas quedas, altas simbólicas e manutenções, sem um movimento consistente. Há mais de um mês, os preços têm seguido essa tendência, embora às vezes variem por alguns dias, mas sempre retornando aos níveis anteriores. Os preços de hoje são apenas uma demonstração disso, já que durante toda a semana se disse que eles não deveriam variar muito. O resultado foi simples: fechamento na sexta-feira no mesmo nível de segunda-feira. Nesse cenário, muitos produtores optaram por não fixar os preços e focar na colheita de outros grãos. Vamos aos valores de soja: Dourados a R$ 170,00. Campo Grande a R$ 170,00. Maracaju a R$ 169,00. Sidrolândia a R$ 168,00. Chapadão do Sul a R$ 167,00.
MATO GROSSO: Mercado passa por dia de completa estabilidade, nada de negócios
Hoje foi um dia de estabilidade nos preços, o que é o que se espera no Estado enquanto os produtores aguardam a colheita. A demanda forte tem sido capaz de manter os preços inalterados, mesmo diante de pressões negativas. No entanto, o dólar voltou a se valorizar e alguns subprodutos de soja tiveram aumentos nas cotações de Chicago, mas isso não teve
reflexo no mercado, que ainda não apresenta atividade por parte dos produtores que só fazem negócios com milho. Ainda assim, os negócios começam a tomar forma. Enquanto isso, alguns produtores aproveitam o período mais tranquilo para iniciar a colheita, que segue avançando lentamente. Os preços atuais são os seguintes: Campo Verde a R$ 170,00, Lucas do Rio Verde a R$ 149,60 (sem alteração), Nova Mutum a R$ 150,00, Primavera do Leste a R$ 170,00 (sem alteração), Rondonópolis a R$ 170,00 (sem alteração) e Sorriso a R$ 149,00.
MATOPIBA: Chuvas intensas e algumas áreas em risco
SAFRAS: Algumas áreas das regiões Norte e Nordeste também estão na área de risco de temporais, incluindo as áreas mais ao sul e leste do Amazonas, Acre, centro-sul do Pará, Tocantins e, também, no Matopiba. Sobre o Matopiba especificamente, apesar de em algumas áreas as chuvas fortes paralisarem as atividades em campo, a distribuição e frequência da chuva vem beneficiando a região de uma maneira geral, e as lavouras têm apresentado boas condições de desenvolvimento.
Fonte: T&F Agroeconômica