CAUSAS DA ALTA DE HOJE: O mercado incorporou incerteza devido ao cenário de produção. O relatório semanal da safra indicou uma ligeira deterioração nas condições da safra nos EUA. As perspectivas climáticas representam ameaças em determinadas áreas, com pouca chuva e altas temperaturas. Subprodutos em alta (farelo +3,23% e óleo + 1,85%) forneceram estímulo. As operadoras começam a incorporar expectativas diante de um novo relatório mensal do USDA. Há consenso sobre um pequeno corte nas estimativas de safra.
LAVOURAS AMERICANAS DE SOJA: Dados de progresso de colheita do NASS mostraram que as condições das lavouras recuaram 1% para 59% entre bom + excelente, com a classificação do índice Brugler500 caindo de 2 para 355 e igualando onde estava há duas semanas. A queda nas classificações foi atribuída principalmente ao oeste do Cinturão de Milho, com Minnesota caindo 7 pontos, Nebraska perdendo 8 pontos, Dakota do Norte caindo 13 e Dakota do Sul caindo 9 pontos. As classificações em lllinois subiram 3 pontos, Indiana 7 pontos a mais e outros estados “periféricos” vendo melhorias.
PREVISÕES DO CLIMA: O QPF (quantitatif precipitation foreast) de 7 dias mostra que grande parte das principais regiões de cultivo terá pouca ou nenhuma chuva na próxima semana. Olhando para o meio do mês através da perspectiva de 8 a 14 dias (em pleno período de enchimento de grãos), mostra temperaturas próximas ao normal e precipitação abaixo normal.
PRODUTIVIDADE DA SOJA AMERICANA: Uma pesquisa da Bloomberg coloca a estimativa média comercial para o rendimento da soja dos EUA em 51,0 bpa (3.429,8 kg/hectare), queda de 0,5 bpa (33,63kg/hectare) em relação a julho. A estimativa média para novos estoques de final de safra é de 224 milhões de bushels (6,09 MT).
ESTIMATIVAS PRÉ-WASDE: Traders também ajustaram posições antes do relatório mensal de oferta e demanda do USDA, que sai na sexta-feira. Analistas consultados pelo Wall Street Journal acreditam que a estimativa de rendimento nos EUA será reduzida de 51,5 para 51 bushels por acre (3,46 para 3,43 toneladas por hectare), e a produção, de 4,505 bilhões para 4,471 bilhões de bushels (122,62 milhões para 121,69 milhões de toneladas).
MATO GROSSO ATINGE 83,93% DE COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA: A comercialização da safra 2021/22 de soja de Mato Grosso atingiu 83,93%, disse o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em relatório. O aumento ante junho, de apenas 1,70 ponto porcentual, foi o menor desde outubro. Segundo o Imea, o baixo avanço na comercialização se deve ao recuo de 0,99% no preço da saca, cotada na média do Estado em R$ 162,92. Para a safra 22/23, foram poucos volumes vendidos em julho, devido à pressão sobre as cotações e às incertezas quanto ao tamanho da safra. A comercialização avançou apenas 0,17 p.p. ante julho e atingiu 25,51% da produção.
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Preços sobem R$ 3/saca
Mercado operou do lado positivo hoje, mas não o suficiente para motivar vendas expressivas. No porto, no melhor momento, os preços foram de R$ 192,00 para o começo de setembro. No interior, Fábricas e trading disputaram em condições iguais as raras ofertas que havia.
- PREÇOS DE PEDRA: manteve-se a R$ 173,00 sem marcar variações.
- PREÇOS NO PORTO: Rio Grande se valoriza em R$ 3,00/saca e vai a R$ 192,00, retornando quase completamente as perdas de ontem, mas ainda sem marcar recuperação total dos melhores preços de duas semanas atrás.
- PREÇOS NO INTERIOR: ganhos gerais vistos por todo o interior onde todas as posições se valorizaram igualmente em R$ 3,00/saca. Com a valorização do dia, Ijuí foi a R$ 187,00, Cruz Alta e Passo Fundo a R$ 187,50 e Santa Rosa a R$ 186,00.
SANTA CATARINA: Altas de 3,50/saca, mas preço ainda não motivou vendedores
Porto de São Francisco do Sul em Santa Catarina marca ganho de R$ 3,50 para essa segunda-feira o que levou o preço a R$ 192,00 novamente, isso nos melhores momentos. Ademais, valores começaram sua escalada logo na abertura devido a preocupação com as lavouras americanas, o produtor diante de condições cada vez piores na oferta mundial de soja, aguarda por melhores momentos para efetuar vendas.
PARANÁ: Com Chicago em forte alta e dólar subindo preços melhoram
Cenário interno do Paraná segue impassível e deverá permanecer assim por ainda mais tempo agora que há a iminência de preços cada vez mais altos. Mesmo com a forte alta em Chicago, somada à alta do dólar, os preços tinham caído tanto que a recuperação ainda não entusiasmou os vendedores.
- PREÇOS NO PORTO FUTUROS: marcaram evolução total de R$ 2,00/saca. Os preços alcançaram R$ 190,00 para 05/09, R$ 191,00 para 05/10 e R$ 192,00 para 04/11.
- PREÇOS NO INTERIOR: de forma geral, movimentos mais amenos foram vistos, com exceção de Ponta Grossa que evoluiu muito bem em R$ 4,00/saca e se emparelhou ao porto em R$ 190,00. Quanto as posições de Cascavel e Maringá, ocorreu valorização de R$ 1,00/saca e os preços alcançaram R$ 167,00. Pato Branco, por fim, se valorizou em R$ 2,00/saca e alcançou também R$ 167,00.
- PONTA GROSSA FUT: R$ 192,00 para pagamento em 5/11, também marcando evolução de R$ 4,00.
MATO GROSSO DO SUL: ganhos expressivos por todo o Estado, bons negócios efetuados
MS marca dia de evoluções expressivas, retornando a efetuar negócios relativamente bons para este período, embora focados no mercado interno. Como já explicitado nas demais posições do relatório, Chicago passou por uma massiva valorização hoje e isso teve um impacto muito expressivo nos preços, o vendedor do MS é bem pouco protetivo e tende a utilizar qualquer oportunidade para efetuar algum volume em vendas, isso foi a causa das 10.000 toneladas negociadas hoje.
Ademais, a dinâmica geral não mudou, milho segue sendo o carro chefe do Estado. Vamos aos preços de soja: Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia se valorizaram em R$ 5,00/saca, indo respectivamente a R$ 180,00, R$ 180,00, R$ 179,00 e R$ 178,00. Chapadão do Sul, por sua vez, se valorizou um pouco menos em R$ 4,00/saca e foi a R$ 175,00.
MATO GROSSO: Alta nos preços, mas recuperação não satisfez muito os vendedores
Como dólar subindo 0,32% e a cotação da soja em Chicago expressivos 4,35% o dia foi de alta nos preços. Os subprodutos de soja também tiveram forte alta: óleo a +1,85% e farelo a +3,23%, no entanto, como a queda dos últimos dias foi muito grande, a recuperação não satisfez os vendedores.
Vamos aos preços: Campo Verde a R$ 168,50, evolução de R$ 4,40/saca. Lucas do Rio Verde a R$ 156,30, evolução de R$ 2,50/saca. Nova Mutum a R$ 166,00 ao se valorizar em R$ 4,50/saca. Primavera do Leste a R$ 168,50 ao se valorizar em R$ 3,70. Rondonópolis, por sua vez a R$ 171,00 após valorização de R$ 6,20/saca. Sorriso, pôr fim, a R$ 161,00, após perda de R$ 0,50/saca.
MATOPIBA: Mercado em baixa
Região de Balsas no Maranhão traz novas cotações com baixa de R$ 6,00/saca, preço a R$ 168,00. O Porto Franco, também no Maranhão ficou a R$ 164,50, após perda de R$ 2,50/saca. Porto Nacional-TO, por sua vez, permaneceu a R$ 152,40.
Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 163,00 após baixa de R$ 2,00/saca. E por fim, em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, preço ficou a R$ 167,00, com maio de 2023 permanecendo a R$ 150,00 após perda de R$ 1,00/saca.
Fonte: T&F Agroeconômica