A Soja Bt é uma excelente ferramenta de controle de pragas. Geneticamente modificado, o grão Bt possui o gene da bactéria Bacillus thuringiensis, que age como inseticida natural contra as principais pragas que atacam as lavouras, tornando-se um grande aliado do agricultor.
Contudo, em busca de rápidos resultados, muitos produtores se esquecem das boas práticas de plantio deste super-grão, como a adoção dos refúgios e o manejo correto das pragas que a tecnologia não consegue combater. A consequência disso é a criação de pragas muito resistentes e danos muito severos causados pelas mesmas quando não combatidas de maneira correto e no momento ideal, práticas que acarretam em um futuro incerto para esta tecnologia sustentável de controle de pragas.
Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, o Dr. Juliano Farias, professor e pesquisador da URI – Campus Santo Ângelo, comentou sobre a tecnologia de espécies BT, as espécies de pragas que devemos dar maior atenção no controle, e qual o momento ideal para controlar as mesmas.
O pesquisador destacou que recentemente foi introduzida no país uma tecnologia de soja Bt que tem como principal foco o controle de lagartas, principalmente a falsa-medideira, a lagarta-da-soja e também a Helicoverpa armigera.
Porém, o pesquisador cita que essa tecnologia não controla as lagartas de coloração preta, como as do gênero Spodoptera, dessa forma, o produtor deve dar uma atenção maior para esse gênero de lagartas que tem aumentado nos últimos anos nas lavouras de soja, cansando danos severos na cultura e também no momento em que esses danos são causados para um controle eficaz.
Além disso, outras pragas não são afetadas pela tecnologia Bt, como percevejos, que tem crescido muito nos últimos anos, ácaros, tripes e mosca-branca que devem ser combatidos separadamente.
Sendo assim, essa tecnologia e o manejo de soja Bt acabam ficando restritos a algumas espécies e o controle das demais não pode ser negligenciado, atentando-se para o período reprodutivo da cultura da soja, que é o momento onde tanto as Spodopteras como os percevejos e os ácaros terão um ataque muito mais danoso e severo nessas cultivares.
Para ouvir a conversa do pesquisador com o Mais Soja, assista o vídeo abaixo.
https://www.facebook.com/maissoja/videos/997952677225458/?t=1
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