Em algumas regiões, a colheita foi intensa na semana, como é o caso da região Sul. Mais ao Norte do Estado, as condições de chuva e umidade não possibilitaram grandes avanços na colheita.
Na regional de Santa Rosa, o percentual da área colhida está em 92%. Após análises das condições de algumas lavouras, muitos agricultores optam em não realizar a colheita tendo em vista os custos da operação e da produção que será obtida, geralmente não cobrindo o somatório das despesas.
O tempo úmido possibilitou poucos acessos às lavouras remanescentes para a colheita do grão. Ainda restam por colher algumas lavouras da safra, principalmente de variedades de ciclo mais longo e em áreas com acesso dificultado pelo excesso de umidade no solo. As áreas implantadas sobre resteva de milho apresentam boa evolução da perda de água nos grãos, mas os produtores esperam a diminuição da umidade para proceder a colheita. A qualidade dos grãos das lavouras safrinha tem se elevado um pouco. As áreas de safrinha não têm amparo do Proagro devido ao plantio fora da época recomendada pelo Zoneamento Agroclimático.
Há preocupação de algumas lavouras que ainda estão em enchimento de grão sofrerem com as geadas previstas. Na regional de Bagé, a colheita avançou mais significativamente. Os produtores aproveitaram o retorno dos dias de tempo firme e ensolarados. Nas lavouras de coxilhas que estão com boa drenagem e condições de umidade adequada, foi possível realizar a colheita. Porém a preocupação persiste em relação às lavouras nas várzeas devido ao excesso de umidade no solo e às previsões de novas precipitações.
De maneira geral, há perdas nas lavouras por excesso de umidade e alagamento. Os danos se concentram nas áreas de várzeas próximas de cursos d’água, onde houve forte acamamento de plantas ou alagamento por período prolongado. Na Fronteira Oeste, a colheita está mais adiantada, chegando a 95% em Maçambará, mas com médias inferiores a 500 kg/ha e frequentes problemas de infestação de plantas daninhas, que dificultam o processo de colheita. Em Santana do Livramento, a colheita atinge 75% da área cultivada. Persistem os relatos de grandes diferenças na produtividade e na qualidade dos grãos, ou seja, de 500 a 1.800 kg/ha, variação atribuída à má distribuição das chuvas, ao nível de investimento aplicado, à época de plantio e ao ciclo das cultivares utilizadas.
Na Campanha, produtores tentam intensificar a colheita. Foi possível somente colher lavouras situadas em áreas de coxilha com pouca declividade e com máquinas tracionadas. Em Dom Pedrito, a colheita atinge 70%; em Bagé, Candiota e Aceguá, alcança em torno de 80%. As lavouras implantadas na segunda quinzena de dezembro estão entrando na fase de maturação, apresentando muito bom potencial produtivo. Na regional de Caxias do Sul, a colheita avançou pouco no período devido às frequentes chuvas e à alta umidade do solo e dos grãos.
Os períodos secos foram curtos, o que deu condições de colheita apenas durante a sexta (13) e o início do sábado (14), antes da chegada da frente fria, que trouxe chuvas para toda a região. Muitas lavouras que estavam prontas para a colheita há mais tempo apresentam abertura de vagens e germinação dos grãos.
Essa situação, além de diminuir a produtividade, também acarretará a depreciação do produto e a perda do valor no momento da comercialização. Na de Erechim, restam a ser colhidos 2% da área. As chuvas estão prejudicando e atrasando a colheita. Os insumos para a próxima safra estão com preços mais altos na comparação com o preço do produto. Poderá faltar fertilizante. Em reta final está a colheita nas regionais de Frederico Westphalen, Santa Maria e Passo Fundo. Há melhora na produtividade da lavoura tardia, porém são áreas pequenas que não causaram maiores impactos no rendimento final. Na de Pelotas, a semana de 08 a 14/05 foi praticamente sem chuvas, com exceção do dia 14 (sábado), quando aconteceram algumas precipitações mais significativas. Diante desse cenário, as atividades de colheita foram intensificadas.
As condições de solo para a trafegabilidade das máquinas e o teor de umidade dos grãos mais favorável permitiram avançar significativamente para a finalização da colheita da soja, chegando a 84%. Até o momento, não existem relatos de perdas de soja devido à impossibilidade de colheita. Seguem os comunicados de perdas e solicitação de perícias dos seguros agrícolas, mas com diminuição acentuada da demanda.
Na de Soledade, no entanto, a colheita ficou paralisada na primeira metade da semana; porém, foi retomada na segunda metade em razão da presença de sol, atingindo índices de 90% da área cultivada. As áreas por colher são as de semeadura tardia e de lavouras maduras que não foram colhidas por falta de colhedoras. Na regional de Ijuí, a colheita se aproxima da reta final, mas há redução do ritmo de trabalho devido ao clima úmido e ao menor número de lavouras que restam para serem colhidas.
A alta umidade do solo prejudicou os trabalhos de colheita. Em função de o solo apresentar umidade acima da ideal para a operação, os trabalhos se concentraram nos períodos das tardes e em locais mais elevados das lavouras. Apesar da alta umidade do ar, o produto colhido apresentou teor de umidade próximo do indicado para a boa debulha das vagens e para a separação dos grãos, ou seja, entre 14 e 16%.
A produtividade das lavouras colhidas segue aumentando em relação às primeiras áreas, confirmando o melhor desenvolvimento daquelas semeadas em final de dezembro e em janeiro. Os produtores dão sequência ao planejamento da safra 2022/2023, com a aquisição antecipada de fertilizantes; mas apontam que haverá redução da quantidade a ser utilizada na próxima safra.
Comercialização (saca de 60 quilos)
De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, houve redução de -0,04% em relação à semana anterior, passando de R$ 186,05 para R$ 185,98. O produto disponível em Cruz Alta continuou cotado em R$ 192,00.
Fonte: Emater-RS