A área cultivada de soja no Estado está estimada em 6.681.716 hectares. A produtividade projetada é de 3.329 kg/ha. A produção estadual da oleaginosa deverá alcançar 22.246.630 toneladas.

Na maioria das regiões do Estado, a cultura demonstra desenvolvimento adequado, impulsionado por condições climáticas favoráveis, que promovem a formação e o enchimento dos grãos.

Registrou-se precipitação na maior parte do território, alternada com dias de sol intenso, proporcionando fatores cruciais para a fase de enchimento de grãos. As lavouras estão em progressão natural para a maturação, seguindo o ciclo de cada cultivar. A exceção ocorre na Região Sudeste do Estado, onde, mais uma vez, as precipitações foram insuficientes ou ausentes durante o período, comprometendo os rendimentos das lavouras afetadas.

A fase de desenvolvimento predominante é a de enchimento de grãos, englobando 65% das áreas cultivadas. A fase de maturação alcançou 19%, e a colheita avançou para 1% da
área cultivada. Os rendimentos das lavouras colhidas apresentam variações, porém estão próximos às projeções iniciais de produtividade.

Em termos fitossanitários, prevalece o controle de doenças de final de ciclo, especialmente ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), disseminada na maior parte do Estado. Embora a pressão do patógeno ainda seja significativa, nas áreas onde o controle foi eficaz, não houve danos à cultura. Contudo, nas lavouras onde ocorreu atraso das aplicações ou foram utilizados fungicidas menos eficazes, as plantas estão perdendo área foliar, de forma significativa, devido à disseminação da doença.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, mais um período de escassez de chuvas agravou a situação das lavouras, e ocorrem perdas estimadas em 15% em Aceguá e Hulha Negra, e em 30% em Candiota. Observou-se um aumento de áreas com plantas encerrando precocemente o ciclo, o que deve refletir em carga de vagens reduzida e grãos de peso inferior.

As áreas ainda verdes estão concentradas em locais mais úmidos e baixos, ou são resultado de plantios posteriores, ocasionados pelo excesso de umidade durante a semeadura. A desfolha das plantas e o abortamento de vagens e flores estão intensos, sendo necessária a ocorrência de chuvas, em breve, para interromper esse processo.

As temperaturas elevadas aumentaram o risco de fitotoxicidade após a aplicação de fungicidas. O monitoramento das lavouras indica a presença de altas populações de tripes e
ácaro. Alguns inseticidas têm perdido eficácia, e está sendo necessária a utilização de moléculas mais potentes, mas de maior risco toxicológico.

Em Lavras do Sul, os volumes satisfatórios de chuva beneficiaram algumas áreas, refletindo em bom desenvolvimento das lavouras. No entanto, o baixo acumulado de chuvas, nos últimos 50 dias, tem provocado a morte de plantas em grupos, especialmente em solos arenosos ou de pouca profundidade.

No município de Bagé, as lavouras apresentam grande disparidade em relação ao potencial
produtivo, influenciadas pelo tipo de solo, relevo e distribuição de chuvas no período recente, havendo áreas com alto potencial e outras gravemente afetadas. Na Fronteira Oeste, a ocorrência de precipitações recorrentes manteve a umidade no solo e torna o cenário mais favorável para o desenvolvimento das lavouras.

A colheita está em estágio inicial, e os produtores realizam a dessecação das lavouras devido à irregularidade na maturação. Em Maçambará, estima-se redução de 10% no potencial produtivo em razão de problemas na fase inicial de implantação das lavouras e da escassez de chuvas em janeiro. Na região, a incidência de percevejo está alta, assim como a presença de plantas com sintomas de ataque de fungos de solo, que se beneficiaram do clima chuvoso desde o início do plantio, levando à morte de grupos de plantas em estágio avançado de desenvolvimento.

Em São Borja, o potencial das lavouras é promissor, exceto para cultivares precoces, que sofreram perdas devido ao período sem chuva na fase de floração. Em São Gabriel, as chuvas aliviaram temporariamente o estresse causado pela falta de umidade, observada até o início de março.

Na de Caxias do Sul, a sanidade das lavouras permanece adequada. A maior parte está na fase de enchimento de grãos, e as mais precoces em maturação. Há expectativa de início da colheita ainda em março. A projeção de rendimento continua satisfatória, e a média esperada é de 3.750 kg/ha.

Na de Erechim, a cultura encontra-se atualmente na fase de enchimento de grãos. Os produtores estão implementando o terceiro ou quarto tratamento fungicida. A expectativa de produtividade regional está próxima de 3.800 kg/ha, situando-se entre as mais elevadas do Estado.

Na de Frederico Westphalen, a colheita está no princípio, apenas 1% da área colhida. As expectativas apontam para rendimentos satisfatórios, superando as projeções iniciais. Em relação às demais lavouras, 2% estão em desenvolvimento vegetativo; 7%, em fase de floração; 66%, em enchimento de grãos; e 24%, em maturação.

O retorno de chuvas significativas proporcionou tanto o excelente desenvolvimento da cultura, que está predominantemente em estágios reprodutivos, quanto o aumento da expectativa inicial de produtividade, sendo atualmente estimada em 3.741 kg/ha.

Na de Ijuí, a cultura apresenta bom desenvolvimento, e há maior proporção de lavouras chegando ao final do ciclo. Nas plantas em estágio de maturação, as folhas exibem coloração amarelo-ouro, indicando baixa incidência de pragas e doenças, e sem interferir no processo natural de desenvolvimento. Os produtores ainda concluem, eficazmente, a aplicação de fungicidas nas lavouras semeadas em dezembro.

A colheita ainda está em estágio inicial (2%) nas áreas onde foram semeadas variedades precoces em outubro. A produtividade das lavouras colhidas apresenta variação considerável, mas, em média, está muito próxima da expectativa inicial.

Na de Pelotas, durante a semana, na maior parte da região, não ocorreram chuvas, excetuando-se Jaguarão, onde a precipitação alcançou apenas 5 mm. No entanto, o solo ainda conserva umidade suficiente para permitir o desenvolvimento regular das plantas, e a maior parte das lavouras mantêm boas expectativas de produtividade.

Ainda assim, algumas áreas, semeadas tardiamente, podem ter redução na produtividade devido à baixa população de plantas. Na região, as lavouras estão predominantemente na fase de enchimento de grãos, cobrindo 49% das áreas cultivadas, e 29% na fase de florescimento. Em desenvolvimento vegetativo, estão 18%, e 4% estão maduras e próximas à colheita.

Na de Santa Maria, 16% das lavouras estão em fase de floração, 64% em enchimento de grão, 16% em maturação fisiológica e 4% colhidas. A regularidade das chuvas, a partir de fevereiro, praticamente garante umidade satisfatória no solo para o término do ciclo na maioria das áreas.

Na de Santa Rosa, apesar de um período seco até a primeira quinzena de fevereiro, que causou redução do potencial produtivo em algumas áreas, as chuvas ocorridas, nas últimas três semanas, resultaram em melhoria significativa no aspecto visual das lavouras. A maioria das lavouras no estágio de enchimento de grãos (65%) se beneficiou dessas precipitações recentes.

Cerca de 21% das lavouras encontram-se em fase de maturação, e a colheita deverá ser realizada ainda em março. Atualmente, a presença de doenças tem sido uma preocupação, uma vez que houve dificuldade para controlá-las em razão do grande volume de massa vegetativa, que impediu a distribuição eficaz dos fungicidas, especialmente no terço inferior das folhas.

Na de Soledade, iniciou-se a colheita de cultivares superprecoces, abrangendo aproximadamente 3% da área plantada. Relatos indicam produtividades médias entre 3.600 e 4.200 kg/ha em lavouras bem conduzidas e sem restrição hídrica. No entanto, algumas áreas apresentam rendimentos abaixo da média devido a problemas de manejo de solo e doenças, especialmente aquelas que surgiram antes da estiagem e foram difíceis de controlar durante o período seco. Essa situação também afeta lavouras de outros ciclos de produção.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou em 1,38%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 108,28 para R$ 109,77.

Fonte: Emater/RS



 

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