As cultivares BRS de soja tem conquistado a atenção dos produtores pelo alto potencial produtivo e por diferentes características que atendem as especificidades das principais regiões produtivas. A Embrapa ouviu alguns produtores, parceiros da Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa, que tiveram bom desempenho na safra 2018/19.
BRS 388RR – O sojicultor Fábio Barbante de Barros, por exemplo, semeou a BRS 388RR em áreas do Paraná e Mato e Grosso do Sul. “Em MS, mesmo com a seca, obtivemos produtividade boa”, conta. Na fazenda em Sertaneja, no Paraná, Barros diz que a produtividade foi excelente, porque não teve problemas com estiagem. “Produzimos 66 sacas por hectare”, revela.
Entre os pontos fortes da cultivar, Barros destaque o bom enraizamento, a rusticidade, a tolerância à seca e a baixa debulha durante a colheita. Para o produtor, o custo-benefício é válido, uma vez que, a cultivar tem boa produtividade e ainda não é preciso pagar royalties pela tecnologia que já está em domínio público. “Também destaco a arquitetura da planta em formato piramidal, o que facilita com que se atinja o alvo com o pulverizador”, ressaltou. “Além disso, essa arquitetura da planta evita o problema de grãos ardidos que já enfrentei com outros materiais”, diz.
BRS 1003IPRO – O produtor Cristofer Peruzi, do norte do Paraná, começou a plantar a BRS 1003 há 2 anos e o desempenho da cultivar vem agradando, tanto que decidiu ampliar a área plantada. “O desempenho da BRS 1003IPRO foi excelente. Produzimos 81 sacas por hectares em um dos talhões. Foi a cultivar mais produtiva da fazenda”, comemora.
BRS 511 – O produtor Rodrigo Tramontina, de Alvorada do Sul (PR), semeou 4,5 hectares com a BRS 511, na safra 2018/19, mas o desempenho foi tão bom que seu planejamento é ampliar para 50 hectares na próxima safra. “Tivemos um ano muito seco com mais de 40 dias de estiagem e 38°C de temperatura e, mesmo assim, a BRS 511 se destacou. Por isso, estou satisfeito com seu desempenho de 57,5 sacas por hectare”, revela. “Se não fosse a seca, a cultivar teria estourado”, defende.
Outro destaque da cultivar foi o ciclo, que facilitou o planejamento da segunda safra de milho. Tramontina semeou a soja em 23 de outubro e em 22 de fevereiro já tinha colhido. “Assim, pude plantar o milho em uma época adequada, o que é bastante interessante”, conta. Além disso, o produtor vê vantagens na BRS 511 por ser uma cultivar convencional, o que garante bonificação no momento da venda. “Tive R$7,76 a mais por saca de soja convencional e os custos foram aproximados aos das cultivares transgênicas”, ressalta.
BRS 433RR – O produtor de sementes Pedro Noriyo Saito, do oeste do Paraná, presta consultoria para o produtor Adilson Stocker, que tem propriedade entre Cascavel e Corbélia (PR). Em lavoura expositiva em que foi semeada a BRS 433RR, Stocker produziu 80 sacas por hectare, contra 75 sacas por hectare do material mais produtivo da região. “Isso significa que a BRS 433RR superou a produtividade do padrão. Além disso, hoje o produtor tem poucas opções de material RR, que está livre de pagamento de royalties e pode reduzir os custos. Avalio a cultivar ainda como excelente opção para áreas de refúgio”, destaca Saito.