Na última semana, os preços em MT seguiram uma tendência de alta, chegando a atingir a maior média de preços diários até então. Dentre os motivos que levaram a isso estão as exportações, que no Brasil, desde o início do ano, já atingiram 48,12 milhões de toneladas (Secex), alta de 36,82% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Além disso, o câmbio também valorizou na semana (6,01%), cotado a R$ 5,25/US$, e foi fator fundamental para a subida histórica dos preços. Outro fator de suma importância foi a alta demanda interna pela oleaginosa, advinda das indústrias processadoras de soja, que esmagaram o volume recorde de 2,62 milhões de toneladas até o momento, um aumento de 3,19% quando comparado ao ano passado.

Assim, com pouca soja disponível, o desafio fica por conta das esmagadoras, que precisam elevar seus estoques em meio a um cenário competitivo da soja brasileira.

Confira agora os principais destaques:

 

• O Indicador Imea-MT nesta semana acumulou alta de 2,74%, impulsionado pela menor disponibilidade de soja disponível e forte demanda interna para esmagamento. A média semanal ficou em R$ 100,34/sc.

• A desaceleração de novas negociações para exportação nesta semana levou a um recuo de 7,88% no prêmio em Santos.



• O temor pela segunda onda de Covid-19 e a consequente aversão global ao risco fizeram com que o dólar apresentasse alta de 1,00%, cotado a R$ 5,30/US$ na média semanal.

• Já a diferença de base entre Mato Grosso e a CME-Group subiu 52,30% na semana, movida pela alta demanda interna em MT, que aumentou os preços internos e diminuiu o “spread” em relação aos preços em Chicago.

PAP X SELIC:

No dia 17/06 foi anunciado o plano safra 20/21 (PAP), com destaque para o aumento dos recursos em 6,1% em relação à safra 19/20. A taxa de juros também ficou mais atrativa, com um recuo de 1 p.p. e 2 p.p. para médios e grandes produtores, respectivamente.

Entretanto, com a recente redução da Selic para 2,25%, acreditava-se que as taxas do PAP pudessem ser ainda menores. Em 2019, quando ocorreu um maior distanciamento entre a taxa Selic e os juros do PAP, o “funding” do sojicultor de MT migrou para os recursos livres dos bancos, enquanto os recursos federais foram menos demandados.

Já neste ano, a amplitude entre as duas taxas deve ficar ainda maior, o que pode induzir o agricultor a utilizar outras fontes de financiamento, apesar do aumento dos recursos federais divulgado. Assim, restando 20% dos insumos da soja de MT para serem adquiridos para a temporada 20/21, cabe ao agricultor calcular a melhor estratégia para financiar seu próximo custeio.

Fonte: Imea

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.