FATORES DE ALTA
Estimativas de estoque que vieram abaixo das expectativas do mercado. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a previsão para reservas domésticas de soja ao fim de 2023/24 em 315 milhões de bushels (8,57 milhões de toneladas).
A expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal era de um aumento para 319 milhões de bushels (8,68 milhões de toneladas). Quanto aos estoques mundiais, a agência reduziu sua projeção de 116 milhões para 114,3 milhões de toneladas, enquanto os analistas previam um corte levemente menor, para 114,5 milhões de toneladas.
USDA reduziu sua previsão para a safra de soja do Brasil, de 156 milhões para 155 milhões de toneladas, mas o número ficou acima da expectativa dos analistas, de 152,5 milhões de toneladas. A safra de soja da Argentina foi mantida em 50 milhões de toneladas. O mercado projetava um aumento para 50,2 milhões de toneladas.
FATORES DE BAIXA
Fortalecimento do dólar ante o real, que tende a estimular as exportações brasileiras. A situação da economia americana, que fortalece na maioria dos dias, o dólar, prejudica a competitividade dos produtos americanos na exportação;
O avanço da colheita no Brasil e as boas perspectivas para a safra da Argentina também pesaram sobre os contratos. Na quinta, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse que a condição das lavouras na Argentina melhorou levemente na última semana. Segundo a bolsa, 83% da safra apresentava condição entre normal e excelente, ante 82% na semana anterior. A parcela em condição regular ou ruim diminuiu de 18% para 17%;
Fundos de investimento elevaram suas apostas na queda dos preços de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana encerrada em 5 de março. De acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) divulgados nesta sexta-feira, a posição líquida vendida aumentou 6,13% no período, de 151.030 para 160.290 lotes.
FECHAMENTOS DO DIA 08/03
O contrato de soja para março24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em alta de 1,17 %, ou $ 13,50 cents/bushel a $ 1170,50. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,52 % ou $ 17,75 cents/bushel a $ 1184,00. O contrato de farelo de soja para maio fechou em alta de 2,09 % ou $ 7,0 ton curta a $ 331,4 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em baixa de -0,39 % ou $ -0,18/libra-peso a $ 46,17.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em alta. O relatório de oferta e demanda do USDA veio positivo para a oleaginosa. O departamento americano não alterou os dados para o estoque final para os EUA e reduziu o mundial, o que colaborou para a soja fechar a segunda semana consecutiva com alta acumulada, depois de amargar 10 semanas em baixa.
Algumas pressões ainda estão presentes para o grão, como o avanço da colheita no Brasil e a safra cheia na Argentina, mas a soja está apresentando alguns sinais de estabilidade nos últimos dias.
Com isso a soja fechou a semana em alta de 2,84% ou $32,75 cents/bushel. O farelo acumulou ganhos de 2,74% ou $9,1 ton-curta. O óleo de soja subiu 2,24% ou $1,01 libra/peso no período.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
OLEAGINOSAS: Redução da produção brasileira atingiu os estoques globais de soja.
SAFRA AMERICANA
A perspectiva para a oferta e uso de soja nos EUA para 2023/24 permanece inalterada neste mês. Embora o esmagamento de soja permaneça inalterado, a taxa de extração de farelo de soja aumentou ligeiramente e o aumento das exportações de farelo de soja é compensado principalmente pelo menor uso interno. O preço médio da soja para a temporada nos EUA e as previsões do preço do farelo de soja permanecem inalterados para 2023/24. O preço do óleo de soja foi reduzido em 2 centavos, para 49 centavos por libra-peso.
SAFRA GLOBAL
A produção global de oleaginosas em 2023/24 foi reduzida em 0,7 milhão de toneladas, para 658,7 milhões, devido à menor produção de soja e girassol, parcialmente compensada pelo aumento da produção de colza.
A produção de sementes de girassol foi reduzida devido à menor produção da África do Sul. A produção de colza aumenta devido ao aumento da produção na Índia, Rússia e Ucrânia. A produção global de soja foi reduzida em 1,4 milhão de toneladas devido à menor produção do Brasil e da África do Sul.
As previsões globais de oferta e demanda de soja para 2023/24 incluem estoques iniciais mais baixos, menor produção, menor esmagamento, maiores exportações e menores estoques finais em comparação com o mês passado. Os estoques iniciais foram reduzidos em 1,4 milhão de toneladas, principalmente devido ao esmagamento histórico e às revisões de importação para a China.
Moagem de soja para China foi elevada de 2020/21 para 2022/23, com base numa análise das estimativas e dos fornecimentos nacionais. As importações de soja para a China em 2022/23 também foram aumentadas para refletir os dados de embarque dos principais exportadores.
A produção global de soja para 2023/24 foi reduzida devido à menor produção no Brasil e na África do Sul. A produção de soja no Brasil foi reduzida em 1,0 milhão de toneladas, para 155 milhões, devido aos resultados da colheita no Paraná e às más condições climáticas em São Paulo, compensadas por condições favoráveis no Norte e no Rio Grande do Sul.
A produção de soja na África do Sul foi reduzida em 0,4 milhões para 2,1 milhões devido às perspectivas de rendimento mais baixo. A oferta global é reduzida para o Brasil e a África do Sul devido à menor oferta e menor para a Ucrânia devido ao aumento das exportações de soja. As exportações globais de soja aumentaram 3,0 milhões de toneladas devido aos maiores embarques até agora do Brasil e da Ucrânia.
As importações de soja aumentam com o aumento das importações para a China, que são agora 0,5 milhões de toneladas superiores à estimativa revista da campanha anterior. Os estoques finais globais de soja foram reduzidos em 1,8 milhão de toneladas, para 114,3 milhões, devido aos estoques mais baixos do Brasil, que são parcialmente compensados pelos estoques chineses mais elevados. (USDA, março 2024).
Fonte: T&F Agroeconômica