A alta de 0,16% do dólar no Brasil não suplantou a queda de 0,24% da cotação da soja em Chicago e contribuiu para a queda do grão nesta quinta-feira. A ausência da China também foi fator negativo.
Assim, os preços oferecidos pelos compradores sobre rodas nos portos do sul do Brasil ou seus equivalentes em outros estados, tiveram queda de 0,23% para a média de R$ 90,24/saca, contra R$90,45 /saca, do dia útil anterior. Já no interior o preço médio subiu 0,46%, para R$84,64/saca, contra R$ 84,25 do dia anterior. No acumulado do mês os preços médios da soja apurados pelo Cepea subiram 3,27% nos portos e 3,03% no interior.
No Rio Grande do Sul houve alguma movimentação da soja rodando a R$ 86,50 FOB e R$ 92,00 no porto de manhã, tendo caído para R$ 91,50 à tarde. Ao contrário dos relatórios oficiais, segundo os quais não deveria mais haver nenhuma disponibilidade no estado, analistas privados e gerentes de Tradings garantem que existem entre 1,5 MT e 2,0 MT da safra 2018/19 ainda disponíveis no estado para serem comercializadas.
No Paraná os lotes disponíveis estão com mercado firme, mas pendurados no dólar e com pouca oferta, depois que os preços recuaram. Ano acabando, medos do Imposto de Renda travam vendas. Vendedores acreditam que muita coisa pode mudar, entre as quais os números finais dos EUA, acordo ou não com a China e chuva na América do Sul, para o futuro e esta é uma razão para também travarem vendas.
No norte do Estado soja 2018/19 negociada no spot entre R$ 87,00/87,50 no interior e para fevereiro de 2020 a R$ 83,00 FOB. Nos Campos Gerais R$ 80,00 para o agricultor no balcão e no disponível para lotes. R$ 92,00 no disponível no porto para dezembro e R$ 85,00 para futuro, FOB Ponta Grossa.
No Mato Grosso do Sul foram negociadas cerca de 35.000 toneladas de soja da safra 2018/19 ao redor de R$ 85,00 no mercado spot. Já para 2020 o mercado está parado, pelas mesmas razões do mercado paranaense, com ofertas ao redor de R$ 76,00/saca.
No Mato Grosso, foram negociadas cerca de 30.000 toneladas da safra 2018/19 nesta semana, vendas pontuais, diante da pouca disponibilidade existente, a preços entre R$ 78,00 e R$ 85,00, de acordo com o frete. Para a safra 2019/20 nenhum negócio reportado, preços entre R$ 70,00 e R$ 77,00/saca.
Em Goiás, aconteceu o contrário: foram negociadas 37.300 toneladas da safra 2018/19 e cerca de 138.500 toneladas para a safra 2019/20. Estima-se que o plantio dos 2,46 milhões de hectares previstos para a próxima safra esteja 70,17% efetivado, na média. Por outro lado, os percentuais de comercialização estão 98% para a safra 2018/19 e 42% para a safra 2019/20.
Em Minas Gerais estima-se que 56,86% dos 799 mil hectares previstos já estejam plantados e que 97% da safa 2018/19 já estejam comercializados, contra 47% da safra 2019/20.
Na Bahia os preços subiram R$ 1,00/saca no início da semana no mercado spot, para R$ 80,00/saca, permanecendo inalterados em R$ 79,00 para maio de 2020. Mercado com poucos negócios após preços recuarem com relação a ultima sexta. Produtores pedindo ao menos aquele mesmo preço para fechamento, muitos lotes naqueles patamares não foram comprados no dia de hoje.
Acreditamos que a partir de quarta-feira a colheita entrará em um ritmo mais forte, já que há boas previsões de chuva a partir do dia 14. Até o momento consideramos plantado total de 6% na Bahia, visto que esse ano ouve atrasos de chuva.
No mercado internacional os produtos do complexo de soja fecharam a semana em queda
No porto chinês de Dalian o preço flat da soja-grão teve forte alta para US$ 483,51/t, contra US$ 466,51/t no dia anterior; o pellets de soja caiu para US$ 409,15/t (424,65/t). O preço do óleo de soja, caiu para US$ 896,93/t (901,84/t).
Em Rotterdam, o principal porto não-China de demanda de soja e subprodutos, a soja-grão, subiu para US$ 378,20 /t (US$ 377,50/t do dia anterior) para novembro; o pellets de soja, subiu para US$ 384,00 (383,00/t) afloat.
Os preços de alguns óleos vegetais, para o primeiro mês cotado, foram: o óleo de canola, para dezembro, caiu para US$ 905,07/t (904,20/t); o óleo de linhaça novamente não teve cotações; o de soja, para dezembro, recuou para US$ 773,88/t (781,00/ton), o óleo de girassol, para dezembro, se manteve em US$ 760,00/t (760,00/t) e o óleo de palma caiu para US$ 680,0/t (682,50/t afloat).
Fonte: T&F Agroeconômica